Bicicletários na contramão

Enquanto a infraestrutura cicloviária no Rio cresce a cada dia, com uma visível melhoria na qualidade do desenho. Ainda longe do ideal, mas no caminho certo. Em direção oposta seguem a infraestrutura de estacionamento. Apesar da Resolução 505 que facilita a instalação  de bicicletários em áreas públicas, do Decreto 34481 que autoriza o cidadão a estacionar em postes e grades e dos modelos já aprovados pela prefeitura com desenho simples, práticos e de fácil indentificação, os bicicletários públicos que vem sendo instalados tem deixado a desejar e parecem pedalar na contra mão da história.

Alguns dos bons suportes homologados pela Prefeitura do Rio.

Vamos relembrar um pouco como chegamos até aqui:  Jujubinha, foi o primeiro bicicletário carioca, contemporâneo das ciclovias da orla, poucos pneus cabiam ali. A bicicleta ficava apoiada apenas pela extremidade de uma das rodas podendo cair e danificar facilmente, além da argola para passar a tranca que fica muito longe do quadro dificultando o uso de vários tipos de trancas.

Logo surgiu o Amsterdã, com os mesmos problemas do modelo anterior, mas já com uma haste que permitia trancar a bicicleta pelo quadro com mais facilidade.

Depois veio o “M”, será que coloco a bicicleta assim ou assado? Apesar da evolução, sem canaletas limitadoras e com tubos onde é possível escolher como trancar, não pegou, os postes eram bem mais práticos.

Modelo Praia, foi instalado ao longo da orla e depois tomou a cidade, trouxe de volta a dificuldade para manter a bicicleta bem apoiada e trancar pelo quadro, para um modelo praiano a impossibilidade de se estacionar bicicletas com cestinhas ou rack para pranchas de surf acabou tirando-o do mapa dos bicicletários instalados.

Veio então o paliteiro, difícil de identificar, pior que o anterior onde pelo menos era possível passar a tranca pela barra do suporte apenas. Como neste modelo cada barra é individual, existe um furo pra passar a tranca, mas nem todos os modelos de tranca são compatíveis com o furo do suporte.

E agora eis que nos surge o “pente”! Design refinado em material nobre, aço inox, mas muito difícil de compreender e estacionar com segurança a bicicleta, talvez o menos prático de todos os seus antecessores.

Quanto ao futuro, nos resta aguardar e torcer para que os modelos citados lá em cima se tornem lugar comum na cidade, tornando mais simples e seguro o ato de estacionar sua bicicleta.

6 thoughts on “Bicicletários na contramão

  1. Realmente bem confuso o novo modelo, aliás como quase tudo no relacionamento de trânsito extremamente pouco pratico. será que quem desenhou já andou de bicicleta alguma vez na vida?
    Ah, adorei seu comentário no blog e te respondi por lá.
    Abçs

  2. Interessantíssima essa retrospectiva de modelos de bicicletários. Infelizmente, quanto mais novo o modelo e maior a criatividade de quem o projetou, pior tem sido para quem quer estacionar sua bicicleta. O modelo "burocrata" da regulamentação municipal, que reúne as caracteristicas que precisamos, parece não ter sido desprezado pelos criativos designers… Uma pena!

  3. Porque não fazem simplesmente o U invertido? Se não me engano é o modelo mais usado mundialmente e que oferece menos problemas. Ainda, dar uma distancia um pouco maior entre cada bike, enfim, tentar amontoá-las só porque são leves, pequenas e carregáveis não é a maneira correta de acomodar esse veículo.

  4. Alo pessoal do Transporte Ativo,
    Já faz um bom tempo que pedalo com minha dobrável e busco contribuir para o desenvolvimento da cultura das bikes aqui em Porto Alegre.
    Neste sentido, um dos projetos que desenvolvemos na Marboh Design é uma solução para o estacionamento de bicicletas que, além de ter um design marcante (fácil de indentificar) e de apresentar importantes soluções técnicas (como proteger toda extensão da bike) agrega a função de mídia. A ideia é que assim se consiga patrocinar a sua produção e instalação pela cidade. Estamos batalhando pra que isso aconteça!
    Conheçam o projeto do paraciclo Spin: http://www.marboh.com.br/projetoparaciclospin.htm
    Se gostarem e tiverem os canais podemos sugerir aí para o RJ. Que tal?
    Um abs!
    Marcelo Bohrer

  5. É muito patético. Mostra a incompetência total de várias gestões! Lá fora, já é usado o U invertido há muito tempo. Quando eu morava na França, lembro ir no cinema em Grenoble entre 1995 e 1999 e já tinha o paraciclo em U invertido na frente dos cinemas era perfeito! Ainda não chegou muito bem aqui! Temos o mesmo problema em Vitória! Temos também o Jujubinha em Vitória!

    Emmanuel,
    Blog Vitória Sustentável, http://vitoria-sustentavel.blogspot.com.br/2011/0

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