Mudança à Moda Holandesa

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Foto Pablo

Amsterdam, capital mundial das bicicletas. Para os holandeses, apenas mais um meio de transporte do dia a dia. Quanto têm que levar a mudança da casa, existem excelentes bicis cargueiras para alugar.

A bicicleta nesse caso mostrou-se acima de tudo, uma alternativa real, de fácil acesso. Um dos componentes necessários à diversidade urbana, que se traduz em qualidade de vida para todos. Afinal, quando mais opções disponíveis para a população, menos sobrecarregadas se tornam as infra-estruturas de transporte.

Mudança

(…)

Tentei chamar uma van que transporta. Mas não tinham mais horários. Então parti pra solução típica dutch: bike!!! Aluguei uma bakfiets igual a essa (um triciclo): caçamba de 1,90 x 1 m! 25 euros por 1 dia.

É uma bike muito doida, porque o manuseio é bem diferente de uma comum. Claro, é enorme, mas além disso, tem duas rodas na frente, então nas curvas não há balanço com corpo. É pesada, e embora Amsterdam não tenha ladeiras, na hora de atravessar os canais, só aquelas subidas já eram mó esforço. A proporção das catracas é como na marcha mais leve de bikes comuns, então você pedala várias vezes pra locomover pouco e não consegue ir rápido com ela (a não ser nas descidas, já que ela é pesada e pega velocidade fácil).

E o mais estranho de tudo: não existe roda livre. Quando ela anda pra frente, sempre os pedais rodam pra frente — logo, se você roda ele pra trás, ela dá ré! O freio é uma alavanca no meio do quadro. Demorei para me adaptar a isso!

Por causa disso tudo, quase bati no início — fui falar no celular enquanto pedalava, e isso não dá mesmo! Quando descia as ladeiras, o pedal vai rodando mais e mais rápido e dá um certo desespero — depois peguei a manha de tirar os pés mesmo e deixar eles rodarem o mais rápido que for, para pegar velocidade… só recolocava quando já tinha diminuído de novo.

[Outra manha que peguei durante o uso foi de em vez de ficar me matando pra subir a ladeira em cima da bike, pular dela e empurrar até o cume, e depois de atingi-lo, pular rapidamente pra cima de novo pra aproveitar a descida]

Pois bem, com a bike fiz 3 viagens de ida de volta. A distância entre casa velha e nova é de aproximadamente 4km, então pedalei 25 km em uma dia! Devo ter carregado uns 400 quilos no total. No fim do dia tava exausto!

Para ficar mais emocionante, chovia na segunda viagem! Eu, com casaco, capuz e cachecol, suando pacas — não podia me descobrir e ao mesmo tempo tava fazendo mó esforço — com cadeiras, peças compridas de madeira de uma cama, mais um monte de caixas e mochilas cheias, cortando o vento e tomando água na cara!

Muito guerreiro! Me senti um herói, ainda mais porque meus companheiros de casa não carregaram quase nada. Foi tudo em uma dia, só com bike (com exceção de um colchão de casal enorme, que só foi no carro de uma amiga, 1 dia depois).

Originalmente publicado no blog pessoal do Pablo.

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