Três maneiras de pedalar

A bicicleta tem um universo de possibilidades dinâmico e repleto de variáveis. Pedalar é um pouco retorno a sonhos infantis de liberdade com um toque de aventura, e a bicicleta é também um veículo de interação social no espaço público das ruas.

Seja como for e pra onde for, a bicicleta é sempre uma excelente maneira de se divertir, se aventurar e de ser feliz, uma pedalada de cada vez. Para se jogar em um lago com os amigos, fazer um vídeo clipe na Estônia ou pedalar devagarinho na praia da Urca.

Via 10porhora

Via Copenhagenize.com

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Alta potência sonora

Ao juntar a independência da bicicleta com a potência de auto falantes, jovens em Nova Iorque criaram mais uma das inúmeras “tribos” ciclísticas. Em breve irão se tornar um documentário. Não é idéia nova, mas certamente somente em bicicleta certas características humanas tem espaço para florescer.

Bicicletas com potência sonora são diversão garantida para alguns, enquanto outros preferem fazer música sobre suas personalizadas máquinas.

Fazer amigos pedalando e amigos que pedalam é atividade cotidiana. Grandes teorias e a solução para todos os problemas das cidades podem estar a apenas uma pedalada de distância, já que sobre rodas e em movimento conversas afloram, fluem. Ainda assim, uma pedalada costuma ser apenas uma pedalada, solitária ou em boas companhias. Com ou sem música.

A bicicleta carrega sempre a liberdade, por mais pesada que esteja. É ferramenta que só faz sentido quando trabalha em sintonia com as pessoas.

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Carnaval, democracia nas ruas

O carnaval é quando as ruas voltam a pertencer as pessoas, sem concessões. Em massa e em festa milhares de enebriados foliões tomam conta dos espaços públicos Brasil afora. Durante alguns dias o que é de todos passa ser verdadeiramente de quem queira. O lúdico e o “estar” deixam completamente de lado o fluir e o circular.

Durante o reinado do Momo a circulação se faz por outras vias, bicicletas e veículos motorizados devem procurar alternativas para fluir, por ser grande demais, a massa em alegria toma conta de todos o espaço. De porta a porta, do lado de fora, apenas gente.

A força incontrolável da festa inspira outras cidades possíveis. Quatro dias no ano são muito pouco para ter a cidade aos pés de quem está a pé. A demanda reprimida fica clara por mais espaços públicos de qualidade. Pessoas gostam de pessoas e o excesso e densidade do Carnaval evidenciam também que o aperto só é tolerável com música e festa.

Durante os outros 361 dias do ano o casamento entre circulação e diversão perde espaço. A cidade para as pessoas que funcionou durante a folia fica fechada. Será que precisaremos esperar até o próximo Carnaval para libertar a vontade de estar em companhia e em alegria nas ruas?

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