Urbana à Holandesa

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foto Edu

A Monark Brisa ainda é fabricada. No entanto, a versão testada é bastante diferente da que sai hoje da fábrica. Parte da família desde os anos 80, a bicicleta tem um charme todo especial. Quadro com curvas sinuosas e um par de tubos mais finos acima do principal. Bagageiro e paralamas completam o visual urbano.

Originalmente toda rosa (incluindo o selim), o modelo testado sofreu algumas modificações estéticas e de conforto, além de um conjunto de freios superior ao original. No entanto toda a relação de transmissão continuou a mesma. Foram trocados os freios, guidão, punhos, manetes de freio, selim e canote. O sistema de frenagem era a parte mais carente de modificações da bicicleta original e como os manetes eram soldados ao guidão, as modificações acabaram sendo grandes. No entanto as características originais foram preservadas, principalmente no que tange a posição de pedalar. O selim bastante acolchoado (ao contrário do original) e com duas molas (o original tinha apenas uma) foi uma opção em nome do conforto.

Naturalmente que quanto mais confortável e maleável o selim, maior a perda de desempenho na pedalada. Mas numa bicicleta com velocidade máxima de 25 km/h (no plano) devagar e sempre é o lema e um bom assento para admirar a paisagem é fundamental.

Com uma coroa de 46 dentes e peão de 18 a Brisa é capaz de subir pequenos aclives e também preserva uma boa arrancada, fundamental no trânsito urbano. Um grande diferencial do veículo e que confere não só charme como também uma performance diferenciada são os aros de 27″. A dificuldade de vencer a inércia efetivamente é um pouco maior, no entanto, depois de embalar as rodas tendem a seguir girando mais facilmente do que se fossem de 26″ polegadas. Esse pequeno detalhe contribui para que o ciclista possa economizar um pouco de energia.

Boa de pedalar a Brisa é também uma bicicleta com “facilidades de estacionamento”. Mesmo com a pintura em spray e vistosos adesivos da Transporte Ativo é um veículo bastante simples. Simplicidade no caso se traduz em baixa atratividade para o furto. Com isso torna-se perfeita para pequenos passeios, ir ao mercado, ir ao cinema perto de casa à noite ou qualquer giro curto pela cidade.

Há também uma exclusividade para os cariocas, a Brisa é capaz de transportar um ciclista feliz até a praia num fenomenal fim de tarde, ficar presa num paraciclo do calçadão, aguardar o retorno do banhista e seguir com ele de volta.

Por não ter um sistema complexo de transmissão a bicicleta ganha em praticidade também na hora da manutenção. Essa característica somada aos excelentes paralamas que isolam com competência a famigerada “água que vem de baixo”, tornam a Brisa um excelente veículo também para dias de chuva.

No melhor estilo holandês de simplicidade e meio de transporte, a Monark Brisa é ideal como veículo do dia a dia para usar à vontade. Para quem quer uma bicicleta guerreira para pedalar sem complicação, é bom olhar com outros olhos aquela “bike de mulherzinha” jogada na garagem. Milhões de holandeses não podem estar errados.

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foto do autor

Dahon Matrix

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foto Edu

A página oficial define a Dahon Matrix como uma bicicleta urbana com atitude. Logo nas primeiras pedaladas o que era texto de propaganda prova-se realidade. O perfil agressivo, os pneus que grudam no chão somados a eficiência dos freios à disco dão confiança ao ciclista e o impelem a pedalar forte.

A relação de marchas com 48 dentes na coroa maior e 11 no peão menor permite velocidades de cruzeiro bastante altas. No total são 24 marchas SRAM num conjunto que não é o melhor da marca, no entanto é muito eficiente. A relação para subir ladeiras também é bastante adequada com 28 dentes na coroa e 32 atrás.

Para encarar subidas a suspensão pode ser travada, o que maximiza a energia da pedalada. O único empecilho é que para “desligar” a suspensão é preciso desmontar da bicicleta, já que qualquer peso do
ciclista impede a mudança da chave de travamento. Mesmo com este pequeno detalhe, a suspensão, com seus 80 mm de curso, está na medida para ruas de asfalto irregular. Até mesmo o famigerado calçamento de paralelepípedos, pesadelo de qualquer ciclista sem suspensão, não representa problema.

Somando-se a suspensão adequada ao uso urbano, excelentes pneus de rua e sistema de freio que transmite grande confiança, a bicicleta merece respeito. Recomenda-se uma conduta mais tranqüila nas primeiras pedaladas para se acostumar com as reações da Matrix, principalmente dos freios potentes em consonância com a suspensão. No entanto, macios e aderentes, os pneus permitem travar a roda traseira numa freada mais forte e ainda assim a bicicleta mantém-se sob controle.

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foto divulgação.

Um pequeno detalhe, facilmente resolvido, foi o comprimento do guidão. Nada que uma serra não pudesse resolver e com um dedo a menos de cada lado a bike ficou perfeita não só quanto ao conforto quando a agilidade nas ruas apertadas da cidade.

Além de todas as características de uma Mountain Bike para uso urbano, a Matrix, como todas as Dahons, é dobrável. Essa funcionalidade é melhor resolvida nos modelos aro 20″. Mais compactos tanto em uso quanto após serem dobrados. No caso da Matrix dobrá-la envolveria o uso de uma chave allen. Ainda que seja simples retirar a mesa e o guidão essa função torna-se um pouco desnecessária na cidade, dado o peso da bike e a dificuldade de carregá-la dobrada. O melhor uso para as dobradiças no meio do quadro são para poder, ao estacionar, “quebrar” a magrela em duas e trancar tanto o quadro e a roda com apenas uma tranca e desencorajar eventuais gatunos.

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foto divulgação.

Gatunos no entanto podem ser um problema para uma bike que além de ser muito boa e relativamente cara para os padrões brasileiros, aparenta ter qualidade, mesmo para quem não conhece nada sobre bicicletas. O desenho do quadro, os freios a disco e a pintura impecável fazem a Matrix chamar atenção o que pode ser um problema para quem usa a magrela como meio de transporte. O empecilho pode ser contornado com o uso de boas trancas (ao menos duas) ou melhor ainda, guardando a bike em lugar adequado no trabalho/local de estudo e em casa.

Para se tornar uma bicicleta urbana perfeita falta apenas um bom bagageiro e pára-lamas para os dias de chuva. Infelizmente é difícil encontrar estes equipamentos com boa qualidade no mercado nacional.

Mais informações no site oficial em inglês ou na versão brasileira.

Informações sobre onde adquirir.

Parabéns ao Apocalipse Motorizado

O blog :. apocalipse motorizado pela profundidade e qualidade das reflexões foi escolhido pelo júri no concurso “The BOBs – Best of the Blogs“.

Nas palavras do autor.

A idéia é simples: repensar o papel determinante do automóvel em nossas sociedades e estabelecer relações com aspectos culturais, políticos, ambientais e econômicos a partir da observação de cenas cotidianas.


Confira a notícia completa
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Nova vida para uma bicicleta antiga

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foto Zé Lobo

Uma bicicleta parada pode ser revivida apenas com seu uso. Um pneu calibrado e algumas poucas gotas de lubrificante já fazem milagres.

No entanto, alguns tostões em peças e uma lata de tinta podem representar uma nova bicicleta. A dica é pensar não só no conforto de um bom selim, um guidom na posição certa, mas também na confiabilidade do veículo. Parar é também uma necessidade para uma bicicleta. Bons freios são sempre uma excelente idéia de compra.

Reviva uma bicicleta

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foto Zé Lobo

Uma bicicleta por si só não passa de um conjunto de metais soldados e diversos outros materias. Quem dá vida a esse veículo tão simples e eficiente é seu usuário.

Um olhar atento é capaz de descobrir preciosidades esquecidas num canto de garagem. Metais oxidando podem facilmente se tornar material circulante. Basta ao ciclista solidário algumas horas de dedicação ou entregá-la à oficina mais próxima.

Um ciclo constante, o movimento de pedais e rodas a girar, devagar e sempre, essa deve ser a vida da bicicleta, de todas elas.

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Uma série de fotos de bicicletas abandonadas em Nova Iorque retrada o que não deve ser uma bicicleta. O fotolog Coletivo “Sadbikes“, ou bicicletas tristes, traz ainda mais exemplos.