Bicicletas e a Música

Ano de 1978, Inglaterra. A banda Queen lança a música “Bicycle Race“. O vídeo segue a mesma estética de outras produções da banda. Efeitos especiais e imagens semi-abstratas.

As duas rodas à propulsão humana, no entanto, estão lá, em movimento e na letra da música. Uma representação possível da bicicleta como lazer e esporte, incitando com o refrão para que pedalemos mais e mais.

Em 2005 nos EUA a bicicleta também está em um vídeo clipe, Bob Sinclair – Love Generation. Uma balada pop de enorme sucesso.

Simplicidade, uma viagem ao redor do continente norte-americano por um garoto de 10 anos. Bicicleta não apenas como um elemento, mas como estrela principal da história visual do vídeo. Uma excelente representação da capacidade da bicicleta de vencer longas distâncias. A “geração do amor” de que fala a letra da música segue pedalando.

Existe ainda no Rio de Janeiro um grupo que ao mesmo tempo pedala e toca música erudita, a Cyclophonica. A definição deles mesmos é a seguinte:

Música é a mais difundida, universal e estimulante forma de expressão humana e ciclismo é o mais popular, econômico, ecológico e acessível meio de transporte e de lazer no planeta. Entretanto, estas duas atividades raramente se encontram reunidas.

Bicicletas nas Ruas

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O conceito de Massa Crítica como movimento de contestação origina-se da cidade de São Francisco nos EUA. No entanto, existe uma outra visão de evento contestador do modelo de transporte privado e motorizado nas cidades. São os “Dias Sem Carro”.

Em Budapeste na Hungria os dois conceitos se casaram. A “coincidência organizada” representada pela Massa Crítica conta com o apoio de diversos grupos, oficiais e oficiosos. Todos promovendo um grande encontro. Desde de 2004, milhares de ciclistas, patinadores e afins (30.000 em 2005), tomam as ruas da cidade. O evento se repete duas vezes ao ano, durante o dia da Terra (22 de abril) e no “Dia Mundial Sem Carro” (22 de setembro).

Mais informações em inglês. Ou através do (http://criticalmass.hu/), para os que falam húngaro.

Um elemento importante na trajetória dos que defendem meios de transporte melhores e mais humanos em Budapeste é a cultura. Por lá os “entregadores ciclistas” são um elemento chave na valorização da “cultura da bicicleta”. Afinal quem usa sabe que além de um excelente veículo, a bicicleta também carrega consigo um estilo peculiar. Tão diverso quanto seus usuários.

As ruas de Budapeste com os 30.000 ciclistas em 2005.Um motorista que acorda no dia de uma Massa Crítica.

A Bicicleta

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foto Zé Lobo

O que é uma bicicleta? Definir esse veículo não é tarefa fácil. São tantos tipos, tantas peças, tantos usos.

Nada melhor do que procurar o que está escrito na Wikipedia, a enciclopédia livre. O texto é aberto a todos e em português ainda pode receber úteis adendos. A versão em inglês do artigo, no entanto, está ficando longa demais.

Uma bicicleta, diz-se, é a forma de deslocamento mais energeticamente eficiente, biologicamente falando. Confira aqui, em inglês.

Está disponível também um dicionário básico de várias línguas só sobre componentes da bicicleta. O português disponível é o dos nossos patrícios de Portugal, vale conhecer.

Massa Crítica

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foto Edu

Ao redor do mundo realiza-se rotineiramente na última sexta-feira de cada mês a bicicletada. A idéia do movimento é formar uma “massa crítica“. O conceito vem da física e refere-se a “quantidade necessária para manter uma reação nuclear em cadeia”.

No entanto, quando envolve bicicletas não é nada nuclear, mesmo que busque ser uma reação em cadeia. A idéia é trazer uma quantidade crescente de ciclistas para a rua. Ação direta que visa gerar reflexão a todos os outros os transeuntes urbanos.

Um grupo coeso de ciclistas no trânsito mostra também que uma cidade é um espaço plural, onde se deve valorizar a bicicleta e meios de transporte mais humanos. Em nome da qualidade de vida de todos.

O vídeo abaixo mostra uma bicicletada realizada durante as discussões do Cop 9 em Milão na Itália em 2003. O evento oficial foi promovido pela UNFCCC, órgão das Nações Unidas que promove convenções anuais sobre mudanças climáticas. A mais recente foi o COP 12, em Nairobi, no Quênia.

Uma interessante “Invasão de Milão”.

A parte que nos cabe

Em artigo publicado hoje no jornal O Globo, o jornalista André Trigueiro enfatiza a urgência de se tomar uma atitude em relação aos impactos humanos em nosso planeta. O aquecimento global é uma das interferências humanas que pode ser combatida não só por poderosos governos e indústrias, mas por iniciativas pessoais.

O artigo é intitulado “Não há mais tempo a perder“, segue um trecho:

Estima-se que 80% de nossos deslocamentos diários se resolvam num raio de 5km de distância, o que abre espaço para o uso de bicicletas ou pequenas caminhadas

Usar o transporte público também ajuda, além de outras medidas. O importante é saber que devagar se chega longe e de bicicleta se locomove o século XXI.