Na Chuva

Os últimos dias no Rio de Janeiro tem sido de chuva e água quando cai é problema para o ciclista. No entanto, nem sempre temos as circunstâncias ideais de que precisamos e devemos ser capaz de criá-las.

Qualquer um que se disponha à empreitada, o melhor é preparar a si mesmo e ao veículo. Deve-se olhar tanto para os aspectos físicos (o que ter a mão), quanto psicológicos (como se preparar emocionalmente).

A Bicicleta antes:
– Paralamas são fundamentais;
– Se possível, vá com sua magrela especial para enfrentar intempéries;
– Confira os freios, suas pastilhas vão gastar bastante;
– Sonhe com freios a tambor;
– Volte ao passado e deixe sua bike bem lubrificada;
– Por fim seja carinhoso com a magrela e peça desculpas.

O que levar:

– Alforjes ou uma mochila;
– Roupas extras (meias, camisa, calça e quem sabe um calçado);
– Uma toalha de rosto pra você;
– Um ou dois panos secos para a bicicleta;
– Tenha certeza que tudo isso estará à prova de chuva!

Vestimentas:
No mundo ideal, uma bela capa, um casaco impermeável com ventilações, calça e calçados impermeáveis. Infelizmente é vivendo que se aprende e não vivo no mundo ideal ainda. Copiar a solução dos motoqueiros tão pouco traria bons resultados, o suor encharcaria por dentro da roupa.

O que usei:
– Poncho apropriado para ciclistas e motoqueiros, cobre o guidom as mãos e metade das costas e deixa a lateral livre. Funcionou bem pela ausência de ventos laterais. Manter os controles e as mãos o mais secos possível é bem útil.
– Casaco de Nylon que aguenta um pouco de água.
– Calça de nylon no mesmo esquema.
– Tênis que aguenta um pouco d´água.
– Um par de sacos plásticos entre a meia e o tênis.
– Um colete refletivo.

Aspectos Psicológicos:

Existem diversos tipos de chuva. A perfeita para pedalar é a garoa leve que funciona como um ar-condicionado, refresca, não encharca nada e dá pra aguentar tranquilo uma distância considerável sem problemas. Versões mais intensas desse tipo são “enfrentáveis” por distâncias não muito longas. Antes de chegar a um temporal existe um universo de possibilidades e enfrentá-las pode ser um prazer.

Seja qual for a intensidade que a água cair, aproveite. O vento e uma leve garoa no rosto representam um prazer único de liberdade que só se pode ter numa bicicleta. Já uma enorme tempestade que te pegou previnido só para uma chuva fraca pode ser um bom desafio a seus brios de ciclista.

Atenção e concentração total são naturalmente fundamentais.

Resumo de uma aventura:
Quinta feira durante as pedaladas estive entre garoa fina, chuva forte e nenhuma água vinda do céu.

No total foram 4 deslocamentos:
– 1 – De casa até a casa da minha mãe – 3,1km – Garoa Fina
– Final da manhã – Nenhum problema nesse trecho.
– 2 – Casa da minha mãe até o trabalho – 5,7km – Intensidades variadas e constante de chuva
– Início da tarde – Várias lições e conseqüências. A falta de paralamas, não ter isolado bem os apetrechos no alforje produziram péssimas surpresas. Também o plástico furado entre a meia e o tênis ajudou menos do que o esperado. No entanto, a toalha de rosto e a meia extra provaram seu valor nesse trecho. A calça extra molhou irregularmente e não foi útil. A camiseta extra teria sido útil.
– 3 – Trabalho até o curso – 6,3km – Garoa fina eventual.
– Início da noite – Esse trecho foi um prêmio depois de uma tarde com direito a tempestade. Uma trégua perfeita de São Pedro para o ciclista persistente. Mesmo com uma passada pelo banheiro antes do curso, calçados secos e quem sabe até um casaco extra teria mostrado seu valor.
– 4 – Curso até em casa – 10,6km – Garoa fina e chuva média
– Noite – Depois de um dia cheio voltar pra casa sob qualquer condição climática não seria problema. Aproximadamente 35 minutos de exposição incessante a água e ao asfalto molhado cobram um preço. Cada perna da calça acumulou uma quantidade visível de sujeira que normalmente não se percebe, algo semelhante a areia. Os alforjes sofreram ainda mais do que das outras vezes, pelo menos a proteção com sacos plásticos funcionou para o conteúdo deles. Guardar a bike, secá-la, livrar-se das roupas sujas e molhadas e banhar-se são as providências finais.

Um chocolate ou um chá quente são um excelente prêmio.

6 thoughts on “Na Chuva

  1. Reforço a necessidade dos paralamas.

    O pior tipo de chuva não é a que cai do céu, mas sim aquela que vem do chão.

    Quanto mais liso o pneu, mais água com óleo, sujeira, particulas de escapamento e asfalto vai voar na tua cara e nas tuas costas. E essa água que vem do chão, ao contrário daquela que vem de cima, é nojenta…

    Parabéns pelas dicas, colega.

  2. O bagageiro e a capa serviram bem pra isolar dessa água de baixo, dada a possibilidade de cenários, safei-me bem nesse aspecto.

    Acho inclusive que o pneu 1.0 pode ter ajudado. Na cara mesmo a água não chegava!

    Devagar e sempre se aprende, a pedalar e a fazer um blog! eheh

    abs.

  3. Em chuvas intensas, recomendo usar roupa de motoqueiro sim. Vai te manter sequinho, e se você não for rápido, o que será mais provável durante uma tempestade intensa, não suará quase nada. Mas roupa reserva é indispensável, mantenha-a impermeabilizada em camadas de sacos plásticos.. e depois arranje um lugar pra trocar! tenha sempre aquela bicicleta para dias chuvosos, com pneus grossos (o liso e fino derrapam demais na chuva) e boa pedalada!

  4. Caramba, excelente post, vou enfrentar minha primeira chuva de bike voltando do trabalho e defini que mês que vem não pego ônibus, faça sol ou chuva. Então vou experimentar suas dicas que são valiosas.

    Valeu!

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