Independência Energética

Nos momentos de crise, quanto mais simples, melhor. Diversos estados brasileiros e o Paraguai ficaram sem fornecimento de energia elétrica no final da noite do dia 10 de novembro. Milhões de brasileiros nas maiores cidades e também nas bem pequenas foram afetados. Dramas particulares se avolumaram com pessoas presas em elevadores, ou tendo de caminhar por trilhos desenergizados.

Foi um momento de crise emergencial em que pequenas coisas tinham valor fundamental para apaziguar e tranquilizar os ânimos. Tragédias de grandes proporções aparecem com frequência nas telas de cinema. Um apagão não é uma grande tragédia, mas, assim como os filmes, reforça o valor das coisas mais simples. Aquelas que mais se pode depender nos momentos de crise.

Pedestres, passageiros dos trens e metrô estavam sempre melhores em grupo do que isolados. O mesmo com as famílias dentro de suas casas as escuras. Para obter informações o mais simples meio de comunicação de massa ao vivo, o bom e velho rádio. Para quem precisou se deslocar pelas ruas, a bicicleta foi a melhor solução, bastou ativar o dínamo ou ligar os fárois e pedalar com cautela em meio ao breu urbano.

O mundo tornou-se complexo, mas a natureza humana é simples e continua sendo a mesma desde a pré-história. Em caso de crise, dependemos da nossa capacidade de nos mantermos unidos em um objetivo comum, de termos as informações que precisamos e os meios de deslocamento para chegar ao nosso destino. A lição é que quanto mais complexas e dependentes de energia externa forem nossas ferramentas, menor será nossa indepedência.

Portanto em caso de apagão, ative o dínamo para acender luzes e ouvir o rádio. Já para os deslocamentos, mantenha sua bicicleta em perfeitas condições de uso, sempre.

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