O Rio de Janeiro no Carnaval torna-se o Império da Folia, blocos de foliões tomam as ruas da cidade. O Metrô funciona sem parar em função dos desfiles das Escolas de Samba que varam as madrugadas. O caminhar e o transporte público são as únicas maneiras de se deslocar na cidade sem riscos de ficar totalmente parado.
Durante os dias de reinado de Momo centenas de milhares de cariocas e turistas se dispõe a caminhar mais e a depender apenas do metrô e dos ônibus. É um período extraordinário em que não há rotina e no qual todos experimentam novas e boas possibilidades de conhecer e interagir com o espaço público da cidade.
Várias ruas e grandes avenidas tornam-se espaço exclusivo para pedestres, o uso do automóvel particular evidencia-se como uma péssima opção. Uma nova cidade se desenha por alguns dias. Uma metrópole que se desloca em enormes bandos em todas as direções, uma população fantasiada e alegre.
O Carnaval aumenta exponencialmente a demanda por transporte, o metrô fica lotado e os ônibus presos nos engarrafamentos. Pedestres caminham longas distâncias. Os cidadãos mostram que mesmo longe do ideal o transporte público é a melhor maneira de cruzar a cidade quando muitas pessoas querem fazer o mesmo. Mas uma oportunidade fica perdida com a chegada da Quarta-Feira de Cinzas.
Cidadãos e a administração municipal carioca podem aprender algumas lições com os dias de folia. Os ônibus precisam ter espaço exclusivo para circular na superfície, o metrô precisa aumentar a sua capacidade e mais bicicletas podem circular se houverem incentivos e facilidades de estacionamento para os ciclistas. O Rio de Janeiro já está preparado para transportar milhões de foliões, mas precisa melhorar as condições de circulação dos cidadãos o ano todo para que durante o carnaval mais pessoas possam circular mais facilmente.
Não consigo entender como é que as “autoridades” não percebem o potencial desperdiçado. Se a cidade investisse mais em transportes inteligentes, o Rio receberia milhões de turistas todos os dias, não só no carnaval.
na segunda-feira de carnaval eu gastei cerca de duas horas e meia pra fazer o percurso copacabana-prainha de bicicleta. amigos meus, que estavam de carro, não conseguiram chegar.
No domingo de carnaval, fui até o Sambódromo de bike, passando por ruas interditadas ao tráfego e rindo da cara dos motoristas engarrafados.
Não existe melhor meio de se ir ao Sambódromo, partindo da zona sul, do que de bike. Mas eu compreendo que, morando no Flamengo, fica fácil no meu caso. A solução talvez seria a prefeitura liberar faixas nas principais vias – que não ficam tão cheias assim durante o carnaval – para os ciclistas. Além, é claro de locais para se guardar as ditas.
abração