Uma Mobilidade mais Saudável

Investir em melhorias na mobilidade dentro e fora das cidades é também uma necessidade de saúde pública. Os motivos extrapolam a qualidade do ar urbano. Precisamos cada vez mais investir em maneiras de transportar melhor não só as pessoas e bens dentro da nossa cidade, precisamos de meios que exponham a população a um risco menor de se envolver em acidentes rodoviários.

No ano de 1896 ocorreu a primeira morte por acidente automotivo no mundo. Hoje são 1,2 milhão de vidas humanas perdidas anualmente nas ruas e estradas do planeta. São dados da Organização Mundial de Saúde. No Brasil, aproximadamente 35 mil vítimas todos os anos, mais de 80% do sexo masculino e metade do total tem até 25 anos.

Além da perda de vidas, no ano de 2006 os custos econômicos e sociais dos acidentes de trânsito no Brasil chegaram a R$ 24,6 bilhões. A solução para o problema requer uma mudança de paradigma na mobilidade. O fator humano é o maior responsável pelo aumento do número de acidentes de trânsito. É fundamental portanto educar a população em geral e os motoristas em particular acerca da responsabilidade de manejar um veículo automotor. Compartilhar a rua, zelar pela segurança de trânsito é dever de todos.

O Código de Trânsito Brasileiro já estabelece que cabe ao veículo de maior porte zelar pela segurança dos menores e todos, pela segurança dos pedestres. Já temos os requisitos legais, o caminho a seguir é reforçar a importância de cumprir-se a legislação de trânsito.

  • Mais

> Agência Brasil:Acidentes de trânsito são uma das principais causas de mortes no país, aponta pesquisa.
> Organização Mundial da Saúde:
Semana Mundial de Segurança no Trânsito
World Youth Assembly meets to tackle road safety

A Liberdade da Propulsão Humana

A cidade nunca é uma só, são muitas. Para quem voluntariamente abriu mão de usar um automóvel particular como meio de transporte fazem já quase 2 anos, o ambiente urbano conhecido tornou-se outro.

Como diria Kevin Lynch em “A Imagem da Cidade”:

Todo o cidadão possui numerosas relações com algumas partes da sua cidade e a sua imagem está impregnada de memórias e significações.

Uma das principais conseqüências práticas de não ter carro e morar numa metrópole é conhecer as alternativas. A primeira delas é caminhar. Nem sempre a maneira mais eficiente e rápida de ir a algum lugar, mas certamente uma excelente maneira de voltar para casa. Todo andarilho é antes de tudo um pensador, haja vista a imagem do “flaneur” como o ser urbano por excelência.

Em um único dia, tendo apenas um único destino é possível utilizar-se de 4 meios de transportes distintos cada um deles com suas peculiariedades.

Pedalar até o metrô na hora do rush é antes de mais nada sentir a liberdade possível hoje a quem anda de bicicleta. Não existe engarrafamento e a cidade tem sempre o mesmo tamanho. Não há o trânsito parado que alonga distâncias.

Bicicleta é veículo que se empresta e depois de entregue a um amigo, a viagem continua através da maneira mais rápida de deslocar um grande número de pessoas, o metrô. Pausa para ler uma revista e antes que se torne enfadonha a leitura, estação de desembarque.

A volta para casa foi através do transporte solidário. A boa e velha carona que nem sempre deixa na porta de casa. Bom motivo para uma bela caminhada noturna. É andando a pé que se pode ter, sem mediação, o contato por inteiro com a cidade. Prédios, plantas, a rua e calçada. Um passo de cada vez para conhecer e reconhecer cada metro.

Há uma cidade especial a ser descoberta por cada um que se dispuser a conhece-la.

  • Mais

> Alguns trechos do Livro “A Imagem da Cidade” de Kevin Lynch.

> O FLANEUR E A VERTIGEM (em pdf)
Metrópole e subjetividade na obra de João do Rio

> Georg Simmel autor de “A Metrópole e a Vida Mental”

> Sobre flaneur
Em inglês:
Manifesto Flaneur
Definição no Wiki para Flaneur

Reflexões Urbanas

Uma profunda reflexão na revista Carta Capital número 441 trata sobre uma das mais importantes invenções humanas, o automóvel. A maneira como essa invenção moldou a economia e a vida social no entanto é motivo de ressalvas para a revista. De maneira resumida:

O automóvel é um dos propulsores do desenvolvimento contemporâneo, mas a paixão desvairada por ele ameaça a natureza e a civilização

Durante todo o século XX, os processos industriais foram os responsáveis por moldar a economia e também o comportamento humano. O imperativo da expansão econômica sem freios nos trouxe uma nova necessidade evolutiva, escolher como e quais ferramentas humanas usar sabendo o custo de cada uma delas, seja social ou ambiental.

Nos anos 20, Henry Ford provocou a maior revolução nos métodos de produção, gestão e regulação do capitalismo desde a invenção da máquina a vapor.

Cinqüenta anos depois a revolução fordista foi substituída pela revolução do toyotismo. Símbolos maiores do poderio da indústria automobilística, essas evoluções na maneira de fabricar bens materiais infelizmente não servem mais de modelo para as mudanças necessárias a sociedade humana do século XXI.

O futuro nunca chega e a necessidade de evolução nunca termina. Por isso, é no presente que se constrói o mundo como ele será amanhã. Os erros e acertos dos caminhos traçados no passado nos ajudarão a ajustar a rota para que a maneira que vivemos seja cada vez melhor.

Atualmente o bicho homem é um ser majoritariamente urbano. Assim, a trajetória para o futuro certamente será na direção de cidades voltadas para as pessoas e não para os processos industriais que moldaram o século XX.

  • Mais

> “Piada Pronta
Texto do Apocalipse Motorizado sobre os caminhos urbanos
> O totem do capital – Revista Carta Capital. 25 de Abril de 2007 – Ano XIII – Número 441

50.000 em Budapeste

Dia 22 de abril convencionou-se chamar de “O Dia da Terra”. Budapeste, capital da Hungria nessa data leva as ruas milhares de ciclistas numa Massa Crítica. Nas comemorações de ontem, foram aproximadamente 50 mil que ao final, levantaram ao ar suas bicicletas.

Tal e qual uma bandeira hasteada, a bicicleta é hoje um símbolo. A melhor invenção do século XIX para o meio ambiente do século XXI.

  • Mais

> O conceito de Massa Crítica.
> Massa Crítica de 22 de abril em Critical Mass.hu
> Outro video (no final da página)

Seminário em Santos – Conclusões

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Nos dias 19 e 20 de abril foi promovido pela ANTP o seminário ” A Bicicleta e a Mobilidade Urbana no Brasil”. Compareceram ao todo 150 participantes de 10 estados e 38 cidades brasileiras, além de 4 estrangeiros.

A Transporte Ativo, apresentou uma das 15 palestras. O tema só poderia ser “Mobilizando para o Uso da Bicicleta”. Parabéns a ANTP pelo evento e pela excelência dos palestrantes. Dentre eles, Antonio Miranda, Reginaldo Paiva (CPTM) e Augusto Valeri (Ministério das Cidades).

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As autoridades intelectuais e executivas de trânsito e urbanismo que estiveram presentes valorizaram a importância do trabalho desenvolvido pela TA tecendo elogios antes e depois da apresentação.

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O reconhecimento naturalmente se expande a todos que promovem a bicicleta nas cidades. Estarmos todos juntos nesta luta, e o resultado de Santos é uma comprovação efetiva da importância dos ciclistas. As cidades mais humanas não virão como fruto de esforços individuais, mas serão construídas por todos os que prezam pela qualidade de vida urbana e trabalham para isso. Seja nas pranchetas e escritórios, seja nos pedais.

  • Mais
  • > Baixe a palestra da TA: “Mobilizando para o Uso da Bicicleta
    > Mais sobre o seminário.