Uma Bicicleta Vermelha na África

Um filme de 1971 mostra a trajetória de uma bicicleta pelo interior do Quênia. Vendida na capital Nairobi, traça uma jornada por diversas vilas mostrando a riqueza de usos que esse veículo pode ter.

Ao fim, uma citação do presidente do país, ilustrativa do discurso desenvolvimentista da época, mas que carrega uma mensagem útil aos dias de hoje.

Há de chegar o dia em que os bens e serviços dessa terra serão feitos por essa terra, até lá, devemos reutilizar tudo que pudermos e caminharmos todos juntos.

Jomo Kenyatta – Presidente da República do Quênia.

African Odyssey: The Red Bicycle (1971)
Duração: 12 min 40 seg

Que no futuro saibamos aproveitar e reaproveitar mais as riquezas da Terra e sejamos capazes de seguir juntos, sempre.

 

Vermelha ou Azul

Certas opções levam a caminhos sem volta. A velha fábula reiventada da pílula azul ou vermelha, a verdade sobre o mundo ou a ignorância sobre tudo que nos cerca.

Usar a bicicleta no cotidiano é uma decisão que muda para sempre a percepção da realidade urbana. Ao mesmo tempo é um transporte individual, mas sem custos fixos proibitivos. Portanto aos poucos quem pedala vai mais e mais se envolvendo com a magrela, começa a depender dela para ir a todos os cantos, não consegue mais viver sem.

A cidade e seus problemas se mostram plenos e daí nasce a necessidade de mudar o ambiente, viver num mundo mais adequado ao trânsito de pessoas. A tendência é de que devagar e sempre mais pessoas optam pela pílula vermelha.

No dia em que a maioria da população estiver sensibilizada para as imbatíveis vantagens da bicicleta que todo ciclista conhece não haverão mais comprimidos a serem tomados. Afinal, a bicicleta apesar de todos os seus poderes não é o messias.

Que o futuro seja azul e sempre em movimento.

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O Messias das Pílulas Azul ou Vermelha é Neo do filme Matrix.

Parceria Transporte Ativo

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Consolidamos oficialmente a parceria com a Alternation (representante Dahon no Brasil). Eles nos doaram uma bicicleta Eco zerada que será personalizada para ser rifada. Com o dinheiro arrecadado pagaremos as despesas da Transporte Ativo por um período. A partir de agora o logo da Alternation já aparece em diversos pontos do site TA.

A bicicleta está em processo de liberação alfandegária e em breve será entregue à TA.

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O custo de cada bilhete da rifa será de R$ 10,00 e além da bicicleta o ganhador ainda vai levar uma garrafinha de alumínio e um bordado da Transporte Ativo.

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> Como colaborar com a Transporte Ativo no site.

Ciclos do Diamante

Uma viagem de bicicleta durante 7 dias pela Serra Geral (do Espinhaço), no Norte de Minas. Agora, quase 12 meses depois, ficou pronta a página que mistura muitas fotos com bastante informação sobre a cicloviagem e as cidades visitadas.

Só para aguçar a curiosidade:

– Itacambira, primeira cidade, foi uma feitoria do bandeirante Fernão Dias. A cidade fica incrustada na Serra Resplandecente. Uma serra lendária que brilhava ouro e esmeraldas e que atraiu o bandeirante para a região.

– A Lagoa Vapabussu fica ali. O terreno de quartzito da serra fez com que os corpos enterrados se mumificassem naturalmente; múmias na Matriz de Itacambira – a mesma igreja de batismo de Diadorim, que está nas últimas páginas do “Grande Sertão: Veredas” de João Guimarães Rosa.

Foram 7 dias na estrada, mas em aproximadamente 20 minutos pode-se ler tudo e ver algumas das fotos do trio. Vale o convite para os que tiverem a oportunidade algum dia, repitam a aventura. Pedalando serra acima, morro abaixo, vida adentro.

Visite a página da viagem “Ciclos do Diamante“.

“Não se tem onde se acostumar os olhos, toda firmeza se dissolve. Isto é assim. Desde o raiar da aurora, o sertão tonteia.”

João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas

Pedal do Silêncio

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Texto de Humberto Guerra
Fotos Martuse Fornaciari

No dia 16 de maio o grupo de ciclistas Mountain Bike BH organizou em Belo Horizonte sua versão do Ride of Silence (Pedal do Silêncio), uma pedalada que já acontece em diversas cidades do mundo na mesma data. O objetivo é homenagear ciclistas que já foram vítimas de acidentes de trânsito e lembrar à sociedade que as bicicletas são veículos e têm direito de fazer uso compartilhado das vias públicas.

O movimento, que teve sua primeira edição na cidade americana de Dallas em 16/05/2003, em homenagem ao ciclista de endurance Larry Schwartz, morto em um acidente com um ônibus meses antes, prevê um passeio silencioso por alguns quilômetros na cidade, com os ciclistas trajando uma camiseta branca e uma tarja preta em algum dos braços. A história e o propósito do evento estão em rideofsilence.org.

Em Belo Horizonte, a pedalada contou com cerca de oitenta ciclistas, que saíram da Praça da Liberdade no começo da noite e percorreram algumas ruas dos bairros Funcionários e São Pedro, para então seguirem pela BR-040 – saída da cidade para o Rio de Janeiro e local onde acidentes fatais envolvendo ciclistas já tiveram lugar. O grupo Le Vélo, que realiza um tradicional passeio ciclístico por Belo Horizonte todas as quartas-feiras, juntou-se ao MTB-BH para o evento, e vários ciclistas “avulsos” também resolveram aderir. O bairro São Pedro, onde o trânsito é menor e as ruas são geralmente silenciosas, foi palco do momento mais marcante para os participantes. Eles demorarão a esquecer a imagem do pelotão de ciclistas em silêncio ocupando uma faixa das ruas, tendo como único som produzido o “clique” do encaixe e desencaixe dos taquinhos nos pedais ao parar nos semáforos. Também causou muito impacto o pelotão de luzes vermelhas piscantes subindo a rodovia escura. Vários motoristas não entendiam o que estava acontecendo, e paravam os carros ou reduziam a velocidade para perguntar de que se tratava. Dois canais de televisão (Alterosa e o Rede Minas – programa Mais Ação) enviaram repórteres para cobrir o evento. O percurso total percorrido pelos ciclistas foi de cerca de 35 quilômetros.

A avaliação dos organizadores é de que o evento foi extremamente bem-sucedido, teve boa visibilidade na mídia e nas ruas, e conseguiu passar o recado para muitas pessoas. Foi a primeira vez que ele foi realizado em Belo Horizonte, e o comparecimento foi considerado satisfatório, sobretudo porque toda a convocação foi feita via internet (e-mails e fóruns de discussão) e em apenas uma semana. Pretende-se repetir o manifesto todos os anos.

Nos links abaixo estão alguns registros do Ride of Silence belo-horizontino, feitos pelo fotógrafo-ciclista Martuse Fornaciari.

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  • Pedal do Silêncio 1
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