Um ano de Bici-Liberdade, Parabéns Paris

Ontem, dia 15 de julho, fez aniversário o revolucionário sistema de bicicletas públicas parisiense. Após um ano o sucesso é absoluto. Foram aproximadamente 26 de milhões de viagens nas ruas. Do total de deslocamentos com o Velib’, 10% substituíram viagens em automóvel. Foram toneladas a menos de poluentes no ar da capital francesa.

As bicicletas públicas em Paris têm sido responsáveis por um verdadeiro círculo virtuoso no incentivo ao uso das magrelas. Quando maior for o número de ciclistas, mais pessoas irão optar por pedalar obrigando o poder público local a melhorar cada vez mais o sistema de transporte por bicicleta.

Um vídeo em inglês resume perfeitamente o que o Velib’ trouxe para Paris.

Mais:
– Ecoplan: Velib’ – Perguntas Frequentes (PDF).
Street Films – Velib’

Metro-Rio e Bicicletas

metrobike
Estação Cantagalo.

O Metrô no Rio de Janeiro é uma concessão pública à iniciativa privada. A empresa que opera o serviço metroviário no Rio de Janeiro tem aos poucos visto a importância da bicicleta para a cidade e também para aumentar o número de usuários. A Transporte Ativo tem desenvolvido uma parceria com a MetroRio e em breve os ciclistas terão tratamento especial.

Tudo começou em 2005 com a permissão para que as bicicletas pudessem ser transportadas durante todo o dia nos fins de semana e feriados. Agora essa integração será devidamente divulgada. Para que as magrelas estejam integradas ao sistema no entanto é necessário que haja uma integração maior. Os planos da MetroRio, com a consultoria da TA, não são nada modesto. Haverão bicicletários com integração tarifária, sinalização adequada, canaletas nas escadas, tudo para que os ciclistas cariocas possam pedalar até o Metrô e de lá percorrer grandes distâncias.

Assita às apresentações que fizemos por lá:
Bicicletas Públicas e Metrô.
Estacionamentos em Estações.

Reflexões sobre o Mercado de Bicicletas

Bicicletas dobráveis no Brasil são um “nicho de mercado”. As norte-americanas Dahon são uma das representantes. Fabricadas em Taiwan seguem da fábrica direto para o Brasil onde são vendidas a preços relativamente altos o que impossibilita que elas possam ser os veículos de transporte dos mais pobres que já usam a bicicleta.

Fabricante e importador têm o foco no uso como meio de transporte, mas por hora o sucesso maior é na Europa, onde as dobráveis são mais comuns. Além da China, maior mercado de bicicletas, onde 15% do total são dobráveis.

As que chegam ao Brasil hoje são todas importadas e a tarifação para as magrelas ainda as considera brinquedos. Isso faz com que o consumidor final de uma bicicleta importada pague até 60% do seu veículo em impostos. Vale ressaltar que a fabricação, importação e exportação de veículos motorizados ainda conta com inúmeros incentivos por parte do governo brasileiro.

A estrutura do comércio é outra dificuldade para o aumento das vendas de bicicletas em geral e das dobráveis especificamente. Os maiores revendedores são as bicicletarias que são pouco capitalizadas e incapazes portanto de fazer grandes pedidos e gerar economia de escala.

As ruas de nossas cidades ficam lotadas de veículos automotores parcelados à perder de vista, mas ainda não estão presentes os incentivos necessários para que os consumidores possam comprar boas bicicletas em mais do que 10 ou 12 vezes. Os custos em encargos financeiros inviabilizam ao pequeno comerciante oferecer condições vantajosas para quem não pode comprar a sua bici à vista.

O problema está dado, as bicicletas dobráveis são um nicho porque poucos compram ou porque não há oferta? A resposta pode estar nos 15% de mercado desse tipo de bicicleta na China. País com poder de compra equivalente ao do Brasil. Para que hajam mais e melhores bicicletas em nossas ruas, não se pode desprezar o fator macro-econômico.

Mais:
Carro de Branco, Bicicleta de Negro.

—–
Esse post foi escrito com a colaboração de Luis Felipe, sócio da Alternation, importadora das dobráveis Dahon e parceira da Transporte Ativo.

Por toda a América

Ir e vir do trabalho é obrigação diária de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Nas cidades, existem diversas opções para cumprir esse trajeto. A bicicleta costuma ser a solução mais veloz. O velho lema do “devagar e sempre”. Mas a vida não é uma corrida e a as duas rodas movidas pela força humana têm inúmeras vantagens para o usuário e para a cidade.

Nos últimos dias Nova Iorque, Curitiba e a Cidade do México fizeram reedições desse simples desafio. Ver quem é mais rápido, gasta menos e gera menor impacto sobre o meio ambiente urbano. A bicicleta foi a melhor alternativa e todos os casos e o automóvel particular a pior em relação aos custos para o usuário e os impactos ambientais.

A maioria das pessoas trabalha em horários parecidos e por isso tem de se deslocar pelo espaço limitado das ruas ao mesmo tempo. O melhor veículo individual para isso é sempre a bicicicleta e priorizar esse meio simples e econômico de se deslocar é um beneficio para todos os cidadãos, seja qual for o meio de transporte que utilizem.

Confira o vídeo de Nova Iorque:

Mais:
Ciclista vence pela segunda vez desafio intermodal – Gazeta do Povo, Curitiba
Bike vs. Car vs. Transit – Streetfilms.org
Bicitekas – Mexico, DF
Desafio Intermodal – blog.ta.org.br
Rotina Diária – blog.ta.org.br

Os Custos Reais dos Motorizados

Dirigir um automóvel é dividir com a sociedade os custos da mobilidade individual. O restaurante que tem “manobrista gratuito”, ou simplesmente vaga na porta obriga todos os clientes a arcarem com o custo desse serviço extra ou do espaço adicional dedicado exclusivamente aos clientes motorizados. Não existe mistério, cada metro quadrado tem seu preço e quem paga por ele são os consumidores.

Um texto dos economistas Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt exemplifica claramente os benefícios concedidos por todos à população motorizada.

Os americanos dirigem demais. Este não é um argumento político ou moral; é econômico. Como?

Por haver todo tipo de custo associado ao dirigir que o motorista de fato não paga. Essa condição é conhecida pelos economistas como externalidade negativa: O comportamento da Pessoa A (vamos chamá-la de Arthur) prejudica o bem-estar da Pessoa Z (Zelda), mas Zelda não tem controle sobre as ações de Arthur.

(…)

Quais são as externalidades negativas de dirigir? Para citar apenas três: congestionamento, emissões de carbono e acidentes de trânsito.”

_____________
– Mais fotos em: “Estacione Dentro“.

– Confira no site da Transporte Ativo o texto em inglês:
O Valor Econômico de Andar a Pé