A inclusão da bicicleta de maneira plena na mobilidade urbana das cidades é uma trajetória longa com episódios simbólicos durante o caminho.
O tratamento cotidiano recebido por ciclistas e pedestres é talvez a maior exemplificação da importância de defender a inclusão e a atenção às necessidades de pedestres e ciclistas. Fotos de interdições completas de calçadas para obras, sem a garantia de alternativas seguras, são corriqueiras.
O problema certamente vai muito além da atenção do mestre de obras em preservar seu trabalho de restauração até que o cimento seque. É retrato de que a fluidez segura e confortável de pedestres reside na lista de inexistências da mobilidade urbana.
Certamente o melhor exemplo recente seja o impressionante muro na beira de uma ciclovia na zona Leste de São Paulo. Da noite pro dia surgiu uma parede no meio do caminho, no meio do caminho a parede ficou, grudada ao guard-rail. Aos pedestres e ciclistas coube encarar o muro de frente e depois de contorná-lo, pular a infame estrutura de ferro. Essa ultima sempre lá para proteger os motoristas de muros e paredes que por ventura “interrompam” suas velozes trajetórias.
No futuro a mobilidade urbana será com menos sinalizações, divisões entre calçada e rua. Nesse futuro a circulação das pessoas será prioridade e as altas velocidades que tornam as ruas incompatíveis com a vida serão restritas à distantes auto-estradas. Até que esse futuro se construa, há que mudar a percepção que o caminho de pedestres e ciclistas pode ser interrompido sem qualquer consideração.
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