Talvez não pusesse ladrinhos na minha rua, mas certamente ela seria aberta apenas aos meios silenciosos de transporte.
Pedestres e ciclistas teriam prioridade se essa rua fosse minha.
Nessa rua, se apenas ela fosse minha, as calçadas seriam uma extensão das lojas e das casas. Lugar convidativo aos passos leves. Nada de trotes apressados.
Tudo isso apenas se essa rua fosse minha. Mas parece que ela vai deixar de ser.
As obras de expansão do Metrô de São Paulo seguem seu ritmo. Por conta disso a interdição da rua Fradique Coutinho irá terminar. Até hoje, somente ciclistas e pedestres podiam acessar a rua dos Pinheiros. No lugar do asfalto para a circulação motorizada, um grande canteiro de obras. Os buracos foram tampados e voltou reluzente o asfalto.
Essa rua deixará de ser minha. Deixará de ser silenciosa para quem nela mora, deixará de ser tranquila e de interesse apenas para quem quis estar nela. Virará mais um local de passagem, mas eu vou continuar passando por ela.
Livremente inspirado na cantiga popular “Se Essa Rua Fosse Minha“.
Vale conferir o vídeo abaixo com intervenções em uma outra rua, que também não é minha, mas é humana e alegre.
Poxa, faz uma com atirei o pau no gato tb?