Capacete ou turbante

Na Austrália o uso de capacetes é obrigatório para ciclistas. Sem amparo em pesquisas científicas, mas baseado na cultura do medo, os legisladores australianos aprovaram há alguns anos esse tipo de legislação.

Só houveram malefícios, o principal deles a diminuição do uso da bicicleta. Além é claro de propagar a noção de que a bicicleta em si é um veículo perigoso, e que cabe ao ciclista se proteger do trânsito. Quando toda legislação de trânsito sensata, a brasileira inclusive, apregoa que a responsabilidade pela incolumidade dos veículos mais vulneráveis e dos pedestres cabe aos veículos maiores.

Mas um novo elemento entrou em debate no estado de Queensland. Em nome da liberdade religiosa, fiéis sikhs podem abrir mão do boné de isopor e utilizarem seus turbantes enquanto pedalam sem ficarem sujeitos a uma multa de 100 dólares australianos.

Agora, um ciclista com um simples turbante, que nada mais é do que um pedaço de tecido, está desobrigado de usar o capacete. Fica claro com isso que a função do capacete não é para a “segurança do cidadão” ou uma questão de “saúde pública”, mas sim um capricho legislativo que reforça o medo nas ruas e o falso paradigma do automóvel como veículo dono do espaço de circulação viário.

Leia a notícia em inglês: Queensland govt exempt Sikhs from wearing helmet while riding bicycle

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