Igualdade de gênero nas cidades

Certa vez em Viena, na Áustria, os técnicos da prefeitura resolveram distribuir um questionário sobre como os cidadãos se deslocavam através da cidade. A resposta dos homens veio em menos de 5 minutos. Já as mulheres escreveram sem parar.

O padrão de deslocamento das mulheres era muito mais diverso. Na pesquisa elas escreviam que em determinados dias levavam as crianças ao médico antes de deixá-los na escola e depois ir trabalhar. Elas também contaram sobre os deslocamentos para ir cuidar de parentes idosos e uma enorme variedade de motivos para circular na cidade.

Ao reconhecer o uso maior do transporte público e das viagens a pé feitas por mulheres, os planejadores urbanos puderam começar um processo valioso de transformação urbana. Melhorias nas calçadas, melhores acessos para o transporte público, melhoria na iluminação pública para garantir a segurança (e a sensação de segurança). Rampas de acesso para carrinhos de bebê em cruzamentos e em substituição à escadarias também foram instaladas.

Toda a iniciativa de observar e depois agir na melhoria da cidade em função do uso que as mulheres fazem do espaço foi parte de um conceito mais amplo em curso na capital austríaca desde os anos 1990. Trata-se de “gender mainstreaming”, que poderia ser em tradução livre algo como “integração de gênero”.

Integração de gênero é algo que tem sido conduzido em diversas esferas da administração municipal, tais como educação e saúde por exemplo. Mas é no planejamento urbano que as políticas públicas tem o maior impacto.

São projetos e ações piloto que tem sido capazes de mudar a estrutura da cidade. Vale a leitura do artigo original em inglês que originou esse post: How to Design a City for Women.

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