texto: Fabio Veronesi
A pessoa que passa andando na rua de bicicleta é alguém que está fazendo bem ao mundo e a si mesma. Com esforço próprio combate a poluição e o aquecimento global na prática, sem discursos panfletários, sem levantar bandeiras, sem querer impor nada a ninguém, ela está contribuindo para melhorar o ar que todos respiram hoje e o clima do planeta para as futuras gerações.
(…) A bicicleta é uma invenção que utiliza esse movimento humano típico (…) a que chamamos “andar”, para gerar energia em um veículo de transporte. Andando de bicicleta o ser humano se torna o animal de maior rendimento e desempenho, atingindo índices inimagináveis para qualquer outra máquina ou estrutura biológica – gastamos somente 0,15 calorias por grama de peso por quilômetro percorrido, o que fazemos num tempo médio de 3 minutos. Um casamento perfeito entre biologia e tecnologia.
(…)
Os ciclistas que enfrentam hoje o trânsito das cidades são pioneiros abrindo o espaço para o futuro. Foi-se o tempo em que a rebeldia revolucionária era representada pela moto. Ciclismo é sinônimo de saúde e juventude, indiferentemente da idade. A melhor estratégia para essa luta é conseguir mostrar o quanto é bom andar de bicicleta. (…) A revolução ciclista é lúdica! A bicicleta é um brinquedo de criança que se transforma em prazer e opção de transporte para o adulto.
(…)
É importante destacar que a maioria das pessoas acha que o problema de segurança da bicicleta se resolve com a construção de ciclovias. Acontece, porém, que apesar de serem muito bem vindas (…s) por serem oásis de tranqüilidade, não são somente ciclovias que queremos! Porque toda ciclovia sempre acaba numa rua e, se não houver uma cultura de convivência pacífica entre bicicletas e veículos automotores, vai ser ali, na rua, que o acidente vai acontecer.
(…) o termo “Massa Crítica” ou “Critical Mass” dá, hoje, nome ao movimento mundial que busca unir a força de todos os ciclistas na formação de uma grande massa crítica (…).
O movimento de formação da Massa Crítica é, até que enfim, a esperança de um mundo melhor construído com ações diretas. (…) uma possibilidade real de revolução social se concretizando a cada revolução da roda de uma bicicleta. A opção possível de transformar a revolta contra o aquecimento global e a devastação consumista do nosso planeta em atitude, saúde e prazer.
A bicicleta é, sem dúvida, o veículo do séc. XXI. Nós só estamos no começo dessa história.