Transporte Sustentável

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Foto Município de Guaiaquil

Falar em mobilidade sustentável na Holanda ou Dinamarca não é novidade. Ambos os países tem investido continuamente nas últimas décadas para que deslocamentos por bicicleta e em transporte público sejam maioria nas cidades.

Para inspirar e encorajar novas iniciativas urbanamente saudáveis existe um prêmio.

A cada ano, o Prêmio de Transporte Sustentável é concedido à cidade que seja um exemplo internacional na melhoria da qualidade de vida de sua população através da redução de emissões e de acidentes relacionados ao transporte, aumento da acessabilidade para ciclistas e pedestres, ou melhoramentos na mobilidade dos mais pobres.

Guaiaquil, no Equador foi a vencedora de 2006 segundo anunciou o ITPD (Instituto para Políticas de Transporte e Desenvolvimento) nesse fim de semana. Os méritos foram a construção de um grande calçadão à beira do mar e um sistema de ônibus expressos em pistas exclusivas. Mais sobre a cidade no site do ITPD.

A entrega da premiação será em Washington nos EUA em janeiro de 2007. Maiores informações serão divulgadas em breve.

Educar e Punir

A cidade de Ubatuba no litoral paulista vem fazendo um trabalho crescente de educação ciclística. Além disso, como forma de facilitar e incrementar o uso da bicicleta, implementou uma rede de ciclofaixas em diversas vias do município.

Nessa semana, após meses de educação sobre a correta utilização da bicicleta, começaram as punições. Logo no primeiro dia 39 foram apreendidas.

Para o Secretário de Segurança, é apenas uma questão de tempo para a população se adaptar à realidade. “Fizemos campanha nas rádios locais e diversas matérias foram publicadas em jornais. Desde maio temos informado à população sobre a utilização correta das ciclofaixas. Acredito que dentro de mais algum tempo não teremos mais ciclistas andando na contramão”, disse Andrade.

(Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)
Confira a notícia completa no site da prefeitura.

As medidas comprovam que Ubatuba é uma cidade amiga das bicicletas e a legislação local também. Com a repressão aos ciclistas desordeiros, ganham todos pois a imagem das magrelas tende a melhorar perante a população em geral.

Um vídeo realizado pela Prefeitura mostra um pouco sobre a questão ciclística na cidade.

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Duração: 9 min 38 seg

Clique aqui para fazer o download (WMV – 20 MB)

Ciclovia Climatizada

Qatar

foto Vélo Mondial

Que ciclista tropical nunca pensou em poder pedalar num ambiente climatizado até o trabalho ou num deslocamento cotidiano. A idéia parece um tanto quanto absurda, mas o preço por quilômetro equivale a 30% do de uma rodovia.

Como política de valorização da bicicleta no Qatar, o poder local bancou o projeto audacioso com a ajuda do Vélo Mondial.

Pascal van den Noort, diretor-executivo de operações da organização falou à revista UM do mês de novembro:

UM: Como deixar a bicicleta um meio de transporte mais atrativo para todos?
Pascal: Temos que fazer a bicicleta ser glamourosa. No Qatar, por exemplo, o rei pediu que elaborássemos uma solução para proporcionar mais saúde a seu povo – e isso num ambiente muito quente, desfavorável para andar de bike. Fizemos um projeto para 30 km de ciclovia com ar-condicionado. Um projeto milionário para deixar a imagem da bicicleta fascinante.

Confira a reportagem completa (só para assinantes).

Uma entrevista em inglês com o líder do projeto Adnan Rahman explica melhor o projeto.

A prosperidade economica do Qatar conduziu ao sedentarismo da população. Para combater esse mal, o emir Hamad bin Khalifa al Thani resolveu valorizar a saúde. Nada melhor para combater obesidade e problemas cardio-vasculares do que exercícios físicos regulares. A solução nesse caso, foi encorajar a população a manter-se ativa e usar a bicicleta.

Uso do capacete

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O uso de capacete no trânsito é uma questão controversa. O tema repercutiu após a veiculação das imagens gravadas na Avenida Niemeyer (saiba mais aqui).

No banco de dados da Transporte Ativo um documento intitulado “Capacete para Ciclistas – Usar ou não Usar?” aprofunda a discussão. Uma compilação de dados busca trazer luz a um tema que tem sido debatido intensamente no exterior. Uma das conclusões gerais dos autores é que:

as organizações não governamentais devem se associar ao poder público, para ampliar a chamada de ciclistas visando ao aumento da sua segurança no uso da via pública, inclusive no uso do capacete.

O que se pode extrair dessa mensagem é que o mais importante para a segurança dos ciclistas no trânsito é antes de mais nada a conduta destes e dos outros usuários da via. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define direitos e deveres para todos os usuários das vias. Esse conjunto de regras visa antes de mais nada buscar uma convivência harmônica entre todos. Com o menor risco possível.

Um ciclista urbano que esteja consciente da sua fragilidade e que respeitando as regras de trânsito saiba impor respeito aos componentes mais fortes no trânsito estará mais seguro do que um ciclista incauto equipado com um capacete.

os maiores benefícios poderiam ser obtidos se houvesse intensa conscientização dos motoristas no respeito à presença dos ciclistas nas vias urbanas e nas estradas.

O importante é o que vai dentro da cabeça, não simplesmente a caixa que protege as idéias do ciclista.

No Brasil a discussão tem realce especial devido às preocupações sobre segurança manifestas por atletas da bicicleta e por ciclistas recreativos, que fazem uso de capacetes em seus passeios, treinos, aos sábados, domingos e feriados. Com o entendimento de que esta deva ser a forma de se equipar para circular com uma bicicleta.

Além disso, a obrigatoriedade do uso de capacetes é um forte inibidor do uso da bicicleta, seja pelo desconforto, seja pelo custo inacessível à maioria dos ciclistas brasileiros.

Adicionado em 4 de dezembro:

Um estudo da Universidade de Bath na Inglaterra mostra que “Motoristas ultrapassam ciclistas com capacete a uma menor distância.” Ao menos por lá é assim, por aqui, não se sabe.

O Problema do Tráfego Urbano

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foto Zé Lobo

Seminário realizado nesta terça (21) pelo jornal Valor Econômico discutiu “Desafios e Soluções para o Tráfego Urbano“.

A matéria que apresentou o seminário para os leitores no dia seguinte trazia o título: “Tráfego urbano depende mais de saídas coletivas do que de grandes obras”. Roberto Sacringella, presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) apontou a necessidade de se “fugir do viés” das soluções intensivas em capital e partir para soluções que articulem as políticas públicas de mobilidade.

O excesso de viagens urbanas em automóveis particulares foi um dos problemas abordados. Alexandre Gomide, diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontou a perda da competividade e da diminuição da qualidade de vida como conseqüências negativas da priorização do uso de veículos motorizados particulares no trânsito.

Gomide afirmou ainda que uma maneira de amenizar a situação problemática do tráfego nas grandes cidades seria através de investimentos prioritários em transporte coletivo e na promoção da circulação não-motorizada; a bicicleta e a caminhada, por exemplo.

Acesse a reportagem (somente para assinantes).

Um documento interessante no banco de dados da Transporte Ativo trata sobre: “O Valor Econômico de Andar a Pé“. O autor é Todd Alexander Litman do Victoria Transport Policy Institute do Canadá.

O texto aborda os benefícios do ato de caminhar e de se manter a qualidade da infra-estrutura para os pedestres. Além de enfatizar que as análises descritas no documento tendem causar um aumento no apoio da opinião pública aos meios de transporte à propulsão humana.

REVISTO EM 23 de NOVEMBRO:

Nessa quinta, foi publicado um caderno especial no Valor Econômico sobre Mobilidade Urbana (somente para assinantes).