Conversa com Enrique Peñalosa

Nessa entrevista, o ex-prefeito de Bogotá fala sobre as mudanças implementadas em sua administração. O conselho é simples, precisamos saber que tipo de cidades queremos, uma que seja amigável com as pessoas, ou com os carros.

 

Vale conhecer o serviço de hospedagem de videos legendados. De maneira colaborativa o dotSUB.com convida os usuários a traduzirem os filmes disponbilizados. Por hora, quase nada sobre bicicletas.

Sobre Vôos e Bicicletas

Na Inglaterra pesquisadores foram capazes de associar o nível de poluição sonora nas cidades durante o dia ao número de pássaros que cantam à noite. O aumento no barulho e não o excesso de luzes artificiais são apontados como a principal causa da mudança de hábito das aves.

Os danos do barulho também são bastante sentidos pelos humanos. É o impacto ambiental que mais atinge as pessoas e sua causa principal são os transportes motorizados. Investir em meios de transporte saudáveis é portanto reduzir também essa causa de transtornos ambientais.

Por fim Mário Quintana, num poema curto que pode ser lido como a oposição entre as bicicletas e os veículos motorizados nas cidades hoje.

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!

  • Mais

> Mário Quintana – Biografia

> City birds sing for silent nights

> Na Wikipedia:
Poluição Sonora
Noise Pollution

O dilema das ciclovias

As cidades chegaram ao seu limite e agora todos buscamos soluções. Precisamos fazer escolhas decisivas e mudar de rumo com certa urgência e isto causa ansiedade. Causa também confusão. A mais comum é achar que ciclovias vão resolver o problema do trânsito e das cidades, fazendo com que mais pessoas adotem a bicicleta como meio de transporte. Ciclovias são apenas parte da solução.

Por que há pouco uso de bicicletas nas grandes cidades brasileiras? Identificamos três causas:

  1. insegurança no trânsito;
  2. falta de infra-estrutura;
  3. por resistência pessoal.

As ciclovias solucionam a falta de segurança e de infra-estrutura, mas apenas em parte. Para melhorar a segurança, por exemplo, é preciso também educação, fiscalização e punição.

Da mesma forma, pouco adianta construir vias exclusivas para bicicletas se não há bicicletários adequados e seguros para estacioná-las no local de destino.

Ciclovias pensadas fora de um planejamento cicloviário são apenas vias de lazer ou esporte e vão contribuir minimamente para melhorar o trânsito engarrafado das metrópoles. Pior que isto, se mal planejadas, mal construídas ou mal conservadas – vício comum em nosso país – podem até aumentar o número de acidentes envolvendo bicicletas.

Incrementar o uso da bicicleta pode reduzir o uso excessivo de automóveis, com isto minimizar o efeito estufa e diminuir problemas urbanos como sedentarismo, estresse, engarrafamentos e sobretudo uso das verbas públicas para beneficiar apenas uma classe, os donos de carros. Mas para fazer crescer o uso da bicicleta é preciso atuar em frentes distintas.

Além de pressionar os governos para aumentarem a infra-estrutura cicloviária, temos que fortalecer ainda mais as campanhas educativas e de conscientização. Com elas, podemos reduzir a violência, abrandar a discriminação social contra os biciclistas e enfraquecer o preconceito contra a bicicleta até reduzi-lo a zero. Com ações diretas, como a Bicicletada, o Dia 22 de Setembro e as Vagas Vivas podemos atuar diretamente junto às pessoas que são até simpáticas à bicicleta, mas na prática, oprimidas pela automovelcracia, demonstram resistência ao uso da bicicleta como veículo de transporte no dia-a-dia para ir e voltar ao trabalho, escola, compras.

Todas estas idéias estão estruturadas no diagrama “Uso da Bicicleta: árvore do problema“, disponível na página da Transporte Ativo.

O conceito de árvore do problema é uma metodologia simplificada de planejamento estratégico situacional que identifica um problema e relaciona suas causas e efeitos em um fluxograma, de forma a mapear os pontos críticos onde se deve atuar para solucionar o problema com o menor esforço e o melhor resultado possível.

O documento está aberto à discussão, críticas e melhorias. Pode ser usado e copiado, citando-se a fonte.

  • Mais

> The Bikeway Controversy – John Forrester
> What about striped bike lanes?
> Cycle Facility of the Month

Ciclo Políticas

Copenhague, capital da Dinamarca e “cidade das bicicletas” foi mais uma vez apontada como exemplo para o mundo. Contar com um índice de 36% da população local indo de bicicleta diariamente para o trabalho implicou em aproximadamente 90 mil de toneladas de CO2 não lançadas na atmosfera todos os anos, desde a primavera de 1905.

Face a crescente preocupação com o aquecimento global, os administradores muncipais esperam cada vez mais priorizar os meios de transporte ativos na cidade. A bicicleta portanto seguirá no topo da agenda urbana de Copenhague através de uma série de medidas.

Um plano plurianual (2002-2012) para as bicicletas visa aumentar o conforto, diminuir riscos, reduzir o tempo de deslocamento e melhorar a qualidade das pistas. Tudo isso somado à meta de que, até 2012, 40% dos habitantes optem por ir pedalando ao trabalho. Haverá ainda um acompanhamento de perto dos objetivos traçados para que ao final do período o plano seja bem-sucedido.

Copenhague conta também com uma rede em expansão de bicicletas públicas no centro da cidade. Basta depositar o equivalente a R$ 6,00 em um dos 120 bicicletários e utilizar a magrela livremente na área central da cidade. Ao devolver a bicicleta o ciclista recebe de volta o dinheiro depositado.

A capital da Dinamarca é certamente um lugar exemplar na conduta em relação ao papel das bicicletas na mobilidade urbana. No entanto, trata-se acima de tudo de uma questão de prioridades. Certamente as cidades que optarem por investir seu orçamento em políticas públicas que beneficiem a maior parte da população, estarão não só dando um passo rumo a sustentabilidade, como também, rumo a qualidade de vida para todos. Afinal, cidades para bicicletas são cidades para todos.

  • Mais

Comissão Européia, DG do Ambiente
Cidades para Bicicletas, Cidades para o Futuro

Videos no Blog
> Cidade dos Ciclistas
> Cidades Amigas da Bicicleta

City of Cyclists
> Planejamento Cicloviário em Copenhague

C40 Large Cities – Climate Summit – Nova Iorque 2007
> COPENHAGEN — CITY OF CYCLISTS REDUCES APPROXIMATELY 90,000 TONS OF CO2 EMISSIONS PER YEAR AND HAS OVER 36% OF THE CITY’S POPULATION CYCLING TO WORK EVERYDAY.
> Case Studies – Transport

Projeto Cicloviário

[photopress:catedral.jpg,full,centered]

Foto Denir

Com vistas a estreitar o diálogo com a prefeitura de Montes Claros no norte de Minas Gerais, a Transporte Ativo elaborou uma “Proposta de Projeto Cicloviário” para a cidade.

O documento contém algumas especificidades locais, mas pode e deve ser enviado para qualquer administração municipal. A idéia é sensibilizar de maneira simples e direta apontando caminhos capazes de apresentar resultados valorosos.

Quatro pontos fundamentais merecem destaque na elaboração de um bom projeto cicloviário:
1. Facilidade para guardar a bicicleta – estacionamentos seguros (bicicletários) em vários pontos do espaço urbano.
2. Campanhas educativas – educação dos atuais ciclistas e promoção da bicicleta como meio de transporte econômico e ecológico;
3. Integração da bicicleta com outros modos – essencial para ampliar a mobilidade dos ciclistas;
4. Investimento em infra-estrutura – sinalização vertical (placas) e horizontal, construção de ciclovias e ciclofaixas.

Os que tiverem interesse em receber uma cópia editável para ser mandada para outros municípios basta entrar em contato. Via formulário no site da TA ou deixando um comentário.

  • Mais
  • >Proposta de Projeto Cicloviário para Montes Claros

    Anexos:
    – Guia “estacionamento para bicicletas” da Sustrans

    Lei que criou o programa cicloviário em São Paulo

    – Série de cartazes “Pedalando para o Trabalho

    Folheto da campanha “Pedale legal”