A “valet-ponte” que ilustra esse texto é um retrato das águas de março em São Paulo, uma cidade que descobre enchente onde antes havia a baixada de um rio, descobre corredeiras de água suja pelo asfalto onde antes escorriam cachoeiras.
Uma redistribuição eficiente do espaço de circulação urbano, com mais árvores, rios a céu aberto e solo permeável é mais do que sonho utópico. É um redesenho urgente da metrópole que já foi da garoa e hoje é da tromba d´água com enchente.
A cada boletim informativo da CET-SP que divulga o número de pontos de alagamento intransitáveis, melhor ler que por ali perto passa um rio escondido em uma tubulação subterrânea que não lhe dá vazão.
Pela ponte e entre rios circulam os ciclistas, imunes ao semáforos que se apagam com as trombas d´água, às árvores caídas que inviabilizam a circulação motorizada e ao caos que se instala em uma cidade que virou as costas para os seus rios.
É Lenine que canta “esse lugar é uma maravilha, como faz para sair da ilha? É pela ponte, é pela ponte”.
O documentário Entre Rios com a história hídrica de São Paulo:
ENTRE RIOS from Caio Ferraz on Vimeo.
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