Durante muitos anos acreditou-se que a solução para melhorar a fluidez do trânsito rodoviário passava pela construção de novas vias. No entanto esse conceito não tem mais valor. Inclusive, ao aumentar a infra-estrutura viária pode-se até piorar as condições do tráfego.
Dada a natureza anárquica do trânsito e a escolha individual de cada motorista, temos que muitas vezes não há qualquer incentivo a que uma rota seja escolhida em detrimento de outra. Milhares de pessoas tomam decisões baseadas na sua própria conveniência e na presunção de que a rota escolhida é a melhor e mais rápida. Com isso o trânsito não fica distribuído de uma maneira que garanta o menor tempo de viagem possível.
Os físicos responsáveis pela pesquisa apresentam o seguinte exemplo para explicar a teoria: um motorista pode fazer um caminho mais curto por uma ponte estreita ou um trajeto mais longo por uma via expressa. Na melhor conjuntura, o tempo de viagem de todos seria menor se metade das pessoas escolhesse cada um dos caminhos. Mas não é assim que acontece. Alguns motoristas irão usar a ponte estreita para ir mais rápido e a medida que se formem engarrafamentos, muitos optam pela pista expressa. Assim, ela também fica engarrafada e alguns motoristas optam novamente pela ponte estreita. Gradualmente o fluxo nos dois trajetos atinge o “equilíbrio de nash”, quando nenhum motorista iria chegar mais rápido se mudasse seu trajeto.
A solução para a má distribuição do fluxo motorizado foge ao senso comum. Ao fechar algumas ruas, é possível se aproximar do tempo ótimo de viagem. O motivo é simples, uma distribuição mais homogênea de veículos nas vias que continuariam disponíveis a circulação motorizada.
Surgiriam naturalmente benefícios além da simples melhora na fluidez. Ao invés de uma via congestionada, ruas exclusivas para ciclistas e pedestres.
——-
Para quem quiser saber mais:
– If You Build, They Will Clog.
– Queuing conundrums