Os temas do Velo-City 2015 foram desde infraestrutura cicloviária até cultura da bicicleta, como era fisicamente impossível participar de todas as mesas e debates, resta resumir dentro das limitações pessoais. Estiveram presentes representantes da sociedade civil, governos, universades e do mercado. No total, foram cerca de 1.500 inscritos de 60 países, unidos para discutir o futuro da bicicleta. Recorde de participação que o Brasil ajudou a impulsionar.
Plenária de abertura de bicicleta rumo à COP21
Mesmo diante da grandeza do evento e a preponderante presença européia, o Velo-City e a bicicleta ainda são temas à margem de grandes discussões globais. O desafio de incluir a bicicleta é portanto mundial. A Federação Européia de Ciclismo (ECF) é a responsável pelo Velo-City. Manfred Neun, presidente da Federação, abriu a conferência propondo o desafio de colocar a bicicleta no patamar central que ela merece como veículo capaz de construir o futuro que almejamos.
Nantes é parte do protagonismo francês em 2015. Em dezembro acontecerá em Paris a COP 21 quando, espera-se, a ONU adote suas novas metas de desenvolvimento sustentável. Para preocupação e tristeza de quem promove a bicicleta, as magrelas seguem ausentas na agenda das Nações Unidas.
Outra apresentação de destaque coube a Michael Cramer, membro do comitê de Transporte e Turismo do Parlamento Europeu. Além de ressaltar que 90% das viagens dentro das cidades são feitas em distâncias menores do que 6km, Cramer resaltou ainda que 50% das entregas, ou “viagens de logística” podem ser realizadas em bicicletas de carga. Copacabana está aí para ser exemplo mundial.
O principal destaque do depoimento do deputado no entanto foi relativo a outros números. Em uma comparação fácil de entender, Cramer deu a dimensão do tamanho do mercado europeu de cicloturismo, 44 bilhões de Euros/ano comparável aos 42bi do mercado de cruzeiros. A dimensão do problema está que quando se demanda investimentos em infraestrutura para receber grandes navios, 2bi é um orçamento possível para ampliar um porto, mas 20 milhões é uma quantia grande demais para se construir ciclovias.
A qualidade e quantidade do dinheiro que circula nas bicicletas pelas estradas mundo afora é apenas um oceano de dinheiro que ainda permanece invisível como potencial transformador das bicicletas.
O Hangout com Renata Falzoni e o #BrasilnoVelocity tem mais informações sobre esse dia:
Um grande desfile – Velo Parade
O Velo-City é acima de tudo para inspirar, e a pedalada de milhares de pessoas pelas ruas e avenidas de Nantes foi o encerramento perfeito para o segundo dia da conferência. Sob o sol da primavera francesa, a cidade de Nantes transformou suas vielas e suas grandes avenidas em uma grande festa em duas rodas.
Mesmo para quem não entende francês, o vídeo abaixo dá uma dimensão em imagens do que rolou:
Um outro vídeo mostra a Velo Parade em um drone.
Saiba mais:
– Os bate-papos diários do #BrasilnoVelocity na página Bike é Legal.
– Uma visão brasileira do Velo-City 2015, por Renata Falzoni
– Velo-city 2015 Day 2 round-up – Wednesday, 3 June