Além de sua inigualável eficiência nas cidades, a bicicleta é um veículo de qualidades únicas. Aproximam pessoas e resgatam nossa dimensão humana. No dia 23 de junho, o jornal Correio Braziliense publicou reportagem sobre uma boa ação realizada por donas de casa junto a prostitutas no entorno do DF. Chamou atenção este trecho:
Ana Maria, Marta Regina e Francisca Michele se uniram a outras mães de família para formar o grupo Guerreiras de Fátima. Realizam um trabalho social com o intuito de ajudar a quem precisa. E desde a última semana iniciaram um plano ousado: cadastrar todas as prostitutas da cidade para fazer exames ginecologicos no posto de saúde. […] Francisca e Ana saem de casa a pé para bater de porta em porta e registrar as mulheres. Elas usavam duas bicicletas, que quebraram.
Decidimos ajudar nesta ação social, doando bicicletas para substituir as quebradas. Contamos com a colaboração da Nilvanete Ferreira da Costa e do Alessandro Uccello, funcionários do Banco Central que doaram as bicicletas. A revisão mecânica ficou por conta da Transporte Ativo.
A viagem de entrega foi no dia 16 de julho. Saindo de Brasília foram 40 km até Águas Lindas para encontrar Ana e Michelle e presentea-las com as bicicletas.
Ficaram muito empolgadas ao receber o presente. Saímos pelo interior do Hospital Bom Jesus, para mostrar o trabalho que fazem, e a todo mundo elas anunciavam que estavam ganhando bicicletas novas naquele dia. Ao longo da manhã, contaram sua história de vida. A ação social delas não se restringe às prostitutas. Ajudam mães solteiras, idosos, pessoas carentes.
Na despedida, ao vê-las pedalando para casa, ficou a certeza de que a bicicleta pode ir muito além de um equipamento de esporte, lazer ou um meio de transporte. De certa forma, nossas cidades estão prostituídas por interesses fáceis, pelo poder do dinheiro para a satisfação de uma minoria. Encontrar pessoas como a Ana, a Michelle e suas amigas da Associação Guerreiras de Fátima reforça a certeza de que é possível agir para o bem em situações de extrema adversidade. Bicicletas podem salvar cidades e prostitutas. Ou como resumiu a Ana com um largo sorriso no rosto: “bicicleta é só o ouro”.
O sorriso no rosto das duas mulheres resume bem esta belíssima iniciativa!
Mais Bicicletas = Menos Carros = Menos Poluição = Mais Felicidade
Pequenas atitudes de grandes indivíduos fazem muita diferença.
Muita luz para os homens e mulheres de boa vontade!