Paz sobre 2 rodas

Algumas vezes ouço falar que pedalar no trânsito é temeroso.
Mas nós sabemos que nas grandes cidades há algo mais perigoso.
Dizem que algumas vias podem ser pouco convidativas aos que pedalam.
Mas quem o faz, bem sabe que muitas pessoas não sabem do que falam.

A bicicleta é uma invenção realmente muito curiosa.
Quando criança ela nos conquista feliz e garbosa.
Vento no rosto é a mais pura liberdade,
Pelas próprias pernas o prazer da velocidade .
Mas aí crescemos e o encanto desaparece?
Será que dá medo usufruir do que se merece?

A bicicleta é cheia de simplicidade,
Bom senso, silêncio e praticidade
É lógica de mobilidade superior as meios motorizados,
Especialmente quando eles estão engarrafados.
Nas Guerras Mundiais a bicicleta já foi usada por combatentes
Mas não há mais guerra e hoje ela só nos deixa mais contentes.

Ela aproxima os cidadãos apressados
Alivia a tensão sobre os estressados
Afinal dizem que no trânsito somos todos pedestres
E a bicicleta é um instrumento de paz.
De carro ou de bicicleta dê passagem, faça o teste!
Sorria e agradeça! É assim que se faz!

Ciclistas ‘conversam’ com o trânsito, humanizando-o e já conquistam motoristas para esta missão de humanização.
Acidentes são evitados, a pressa é minimizada, tudo fica mais leve quando a bicicleta é usada como meio de transporte não importa por quem nem onde, pode ser em qualquer cidade Rio, São Paulo, Brasília ou em Porto Alegre.

Pedal de Salto Alto

Por ruas mais humanas, mais seguras, com um trânsito de paz e porque não, mais bonitas um grupo de ciclistas de Minas Gerais criou o Pedal de Salto Alto. Elas mostram para as mulheres que pedalar com charme e feminilidade é possível, não importa como, o importante é pedalar.
Elas acabam de lançar um vídeo do primeiro passeio do Pedal de Salto Alto. Vale a pena conferir e se inspirar para pedalar pela cidade, com o figurino que for, seja mulher ou homem.

O primeiro de muitos from Pedal de Salto Alto on Vimeo.

Em São Paulo, o grupo Saia na Noite, criado em 1992, incentiva as meninas a pedalar na rua com dois passeios noturnos por semana. Vale a pena conferir a página delas.

Feliz da Vida

‘O que você quer ser quando crescer?’
A pergunta que os adultos fizeram pra nós quando éramos pequenos, geralmente recebia respostas ligadas a profissões: bombeiro, médico, professora, domador de leões… Nessas horas a imaginação infantil nos deixava para ser uma imaginação da vida de adultos.
E aí as crianças crescem e querem aquilo que tinham quando eram pequenas. Geralmente algo bem simples e divertido como brincar na rua! A liberdade daquele espação, pra correr, pular, pedalar, patinar, gritar, dançar, pintar e se sujar à vontade. É a vida sem eira nem beira, pura diversão, gargalhadas mil no espaço mais popular da cidade como se não houvesse amanhã.
Ah, se essa rua fosse minha…

Olha que legal a criançada curtindo pra valer:

Playing Out from Paul Gilbert on Vimeo.

Veja também:

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Camisetas de Patins Customizadas, no Rio de Janeiro.

Ciclocinema e Vaga Viva

Amanhã uma rua do Catete, bairro tradicional do Rio de Janeiro, vai sediar dois bons eventos sobre bicicletas e espaço público: Vaga Viva de dia e Ciclocinema à noite.
A Rua Corrêa Dutra é pequena, tem duas quadras só, mas vai receber ciclistas e entusiastas para vivenciar mais uma Vaga Viva carioca e uma bela sessão de curtas de animação com a bicicleta como tema, personagem, cenário, protagonista, coadjuvante…

Durante os dois eventos o bicicletário da Transporte Ativo estará lá para quem quiser ir de bicicleta. Ele tem andado por aí e vai visitar outros lugares em breve. Veja nas fotos da Noite Mundial Sem Carro.

Apareça na hora do almoço, depois do trabalho ou fique o dia todo. A Vaga Viva empresta às ruas atribuladas da cidade moderna o antigo e agradável convite ao convívio humano. Lembrando uma época em que as áreas públicas eram perfeitas para isso, pois eram feitas para as pessoas. E pra coroar uma bela quarta-feira: cineminha de animações para descontrair, emocionar, divertir.

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E mais!
Saiba tudo sobre a Vaga Viva.
Veja a programação completa no blog da Pedal 2.

Bicicleta com cano de descarga

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Poluição atmosférica e sonora em um passeio ciclístico. Foto: André G. Soares

Meu sobrinho teve uma bicicleta que imitava uma moto. Tinha acelerador e tanque de gasolina de plástico (falso, claro), mas não tinha cano de descarga e mesmo que tivesse seria falso também e não emitiria fumaça nenhuma.

Mas tem surgido e, infelizmente se firmado nas grandes cidades uma atividade que faz as bicicletas serem co-responsáveis pela emissão de gases poluentes: os grandes passeios promocionais. Uma seguradora, um supermercado, uma lanchonete e até loja de bicicleta tem organizado passeios em que a ‘infra-estrutura’ inclui carros, motos, caminhões, trio-elétricos e até ônibus numa clara incoerência entre a bicicleta, o veículo convidado e a ser promovido, e um dos seus maiores trunfos que é ser um meio de transporte limpo, de emissões zero.

Uma grande massa de ciclistas ajuda a chamar atenção das pessoas pra bicicleta, mas parece mais uma grande festa pelo aspecto lazer do que o incentivo ao uso das magrelas como transporte no cotidiano. Sim, porque se para usar a bicicleta na rua, como nesses passeios, é preciso fechar o trânsito, colocar um trio elétrico a diesel na frente e um cortejo de carros, motos e ambulâncias atrás e aos lados, é preferível ir a pé! Acho mais honesto.

Sejamos francos, mega eventos com uma enorme massa de bicicletas envoltas por veículos poluentes não ajudam a promover o uso da bicicleta como transporte nem tão pouco a melhorar a aceitação delas nas ruas. Eles se resumem a ações de marketing que se aproveitam da simpatia das bicicletas para promover esta ou aquela empresa como amiga da bicicleta.

Em setembro, por conta da celebração do Dia Mundial sem Carro, as atenções da mídia e da sociedade vão se virar para o veículo a propulsão humana que pode não resolver o problema dos engarrafamentos, mas ajuda a melhorar a mobilidade de muitas pessoas em curtas e médias distâncias. De quebra ocupa pouco espaço, é limpo, silencioso e melhora a saúde do pedalante. Nada a ver ter carros e caminhões num evento para estimular a reflexão em torno da poluição pelo uso exagerado dos meios de transporte motorizados, especialmente os individuais.

Quem pedala com caminhão de som e frota de veículos no apoio está compactuando justamente com o mau uso do veículo motorizado. Isso deveria ser repensado. Como bandeira promotora do transporte saudável e sustentável a bicicleta basta a si mesma. É com a cabeça no lugar e os pés nos pedais que o mundo vai girar na direção da sustentabilidade. Vamos juntos?

Passeios limpos, silenciosos e sustentáveis são possíveis. Veja como fazer nesse ÁLBUM DE FOTOS:

banda de musica movida a pedal