Pedalada Histórica

Bicicleta com Asas

Foram mais de 90 pessoas presentes, ciclistas todos e o motivo, único. Fundar a Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo. A burocracia é grande, mas já era passada a hora de os engajados ciclistas paulistanos unirem-se institucionalmente. A maior bicicletada do país não poderia seguir sendo apenas mais um movimento de ciclistas sem líderes e rizomático.

Representatividade é certamente algo que os paulistanos souberam construir para a bicicleta. O trabalho pioneiro do pessoal das antigas, Renata Falzoni, Arturo Alcorta, Teresa D’Aprile, ou saudoso Sérgio Bianco, e etc… encontrou eco junto a muitos ciclistas que se conheceram ou simplesmente se fortaleceram através da bicicletada.

As mudanças sempre foram feitas por pequenos grupos que viram um pouco a frente um bom e novo caminho a ser trilhado. Assim tem sido muitos ciclistas em São Paulo. Face as dificuldades de se viver e de se transitar na metrópole se unem, seja em passeios de ativistas e de não-ativistas e agora numa Associação, oficialmente fundada.

Boa sorte a primeira diretoria e força nos pedais a todos os ciclsitas que se unem para ganhar força pelo Brasil afora.
Associação Ciclocidade
A diretoria. Foto: Wadilson

Visite Ciclocidade.org, informe-se, participe.

Bicicleta e a Cidadania

Seminário Campos

A Transporte Ativo estará presente no I Seminário “A Bicicleta e a Cidadania” que vai acontecer no Instituto Federal Fluminense (IFF) em Campos no norte do estado do Rio. As inscrições podem ser feitas no local no dia do evento.

Representando a TA, Zé Lobo vai participar da mesa sobre “A Cidade Saudável”. A presença da TA se encaixa perfeitamente no tema. Toda cidade que quer ter cidadãos mais saudáveis precisa investir para que mais deles optem por caminhar e pedalar mais vezes. A equação é simples, pessoas ativas, tem uma saúde melhor e mais pessoas com saúde melhor, compõem uma cidade saudável.

Mais informações no site do IFF.

Para o Meu Amor Passar

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O Código de Trânsito Brasileiro define a bicicleta como veículo, ao lado de muitos outros. Mas não há definição possível para a festa e inspiração que vários ciclistas são capazes de despertar ao tomarem as ruas e avenidas de uma grande cidade. Uma bicicleta, veículo tão discreto, foi capaz de ganhar a dimensão de desfile quando 50 ciclistas resolveram ir juntos da Praça do Ciclista em São Paulo a um Cartório que fica a 8 quilômetros de distância.

Pessoas vão e vem de bicicleta e congregam nela momentos de lazer, prazer e realizam o anseio de chegar ao seu destino. Para o ciclista Willian Cruz o dia do seu casamento não foi diferente. Pedalar para ele é rotina há alguns anos, desde que enxergou o problema da (i)mobilidade em São Paulo de uma maneira diferente. Natural portanto comparecer ao cartório pedalando. A novidade ficou para alguns convidados e principalmente a imprensa, que viu como inusitado o que para o noivo era apenas a opção esperada.

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O uso da bicicleta como meio de transporte em São Paulo ainda é percentualmente baixo, mas cresce a olhos vistos. Além disso, cada novo ciclista que passa a defender a importância da sua atividade cotidiana contribui para dar visibilidade a todos que pedalam. Afinal a discrição inerente as magrelas fundamentou o “Manifesto dos Invisíveis“.

Casamentos são sempre muito parecidos, uma igreja ou um cartório, votos de amor, testemunhas e algumas assinaturas. No entanto, através da “pequena mídia”, blogs e sites de relacionamento em geral, circulam cada vez mais fotos de noivos e casais recém casados que pedalam bem vestidos acompanhados por amigos. Uma obrigação formal, torna-se festa que se alastra pra ruas em um espetáculo alegre sempre contagiante e inspirador. Essa é a mágica da bicicleta.

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Mais:
No blog Vá de Bike do próprio Willian
Casamento De Bicicleta – Fotos, Vídeos, Textos
No Apocalipse Motorizado
Priscila e Willian

A importância das universidades

As universidades possuem papel decisivo no mundo da nova mobilidade que se aproxima.

Embora estejam imersas numa crise de identidade, causada pela mercantilização do ensino, pela educação sem fronteiras criada pelas novas tecnologias e pelas exigências do desenvolvimento sustentável, dentro da universidade encontramos ambiente propício para construção de uma visão crítica da sociedade que vivemos.

O tripé ensino, pesquisa e extensão, interdisciplinar e transdiciplinar, tem todas as condições de abrir caminhos e mostrar soluções. Desde a Conferência da Terra (Rio, 1992), até Kyoto, passando pela Agenda 21, e certamente em Copenhague, as universidades foram e estão sendo chamadas a exercer seu papel de liderança no desenvolvimento sustentável.

participantes da mesa redonda: Yuriê Batista, Prof. José Augusto, Prof. Paulo César, Denir e Profa. Maria Rosa
Foi esta a visão que a Transporte Ativo apresentou na mesa-redonda realizada na Universidade de Brasília, no dia 2.out. O debate ocorreu como parte da programação da Semana de Extensão e teve como tema “O papel da UnB na mobilidade do DF”.

É de dentro das universidades que saem engenheiros, arquitetos e professores. Com eles é que contamos para uma revisão de conceitos e nova visão da cidade. Além do mais, a vida interna no campus, mesmo sofrendo pressão direta da sociedade com a qual se interliga, é ambiente propício para práticas inovadoras necessárias como reciclagem, prédios verdes, restrição a automóveis e prioridade aos meios de transporte limpos e sustentáveis.

Rio 2016 – Impulso para os Transportes

As Olímpiadas deixaram de ser um sonho são agora um marco para o futuro do Rio de Janeiro e também do Brasil. As ambições vão além de um evento esportivo, trata-se de um projeto nacional e de cidade. Consolidar a importância carioca e brasileira no cenário internacional. Além é claro de promover os esportes olímpicos para a América do Sul como um todo.

Um grande evento ensina de uma maneira única. Os atletas, organizadores e a imprensa que precisam se deslocar durante o período de provas, novos prédios, estádios e é claro as milhares de pessoas que irão assistir as competições. As lições e os erros do Pan-2007 estão frescos e precisam ser corrigidos a tempo, afinal são menos de 7 anos até a cerimônia de abertura. As pretensões do país e da cidade no âmbito global serão postas a prova entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016. No entanto no dia 18 de setembro, com o encerramento das para-olimpiadas, a cidade apagará alguns holofotes e seguirá sua história pós-olímpica.

Irá nascer uma nova cidade, construída majoritariamente na Barra da Tijuca e o Rio de Janeiro que sonhou ser olímpico terá de construir um sistema de transportes para além dos Jogos. Corredores de ônibus em faixas exclusivas, os famosos BRT, já estão a caminho e com a promessa de que tudo seja integrado a infraestrutura para as bicicletas.

Mais da metade dos atletas terá de se deslocar por uma distância menor do que 5 quilômetros, em um raio com centro na Vila Olímpica, assim também é em nossas cidades. A maioria das viagens são curtas e facilmente pedaláveis.

No horizonte do Rio 2016, pairam excelentes legados. A cidade terá muito a ganhar com a inserção de transporte público rápido e de qualidade para as grandes distâncias e das bicicletas nas viagens mais curtas. Uma política que tem sido feita cada vez mais no Rio de Janeiro e que certamente será expandida durante os preparativos olímpicos.