Brasileiros no Velo-City 2017

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O ano de 2016 vai chegando ao fim e os preparativos para 2017 se iniciam. Alguns brasileiros ja se preparam para ir ao Velo-City 2017 em Arnhen Nijmegen na Holanda e alguns deles vão mais felizes por saberem que seus resumos foram selecionados para serem apresentados no evento.

Ao todo 14 trabalhos enviados por brasileiros foram selecionados. Pessoas e grupos que acreditaram em seus trabalhos, enviaram o resumo e agora tem reconhecido o valor do que vem fazendo. Os trabalhos realizados no Brasil, sobre mobilidade por bicicletas e suas variantes, diferem em muito do que é feito na Europa. Para os estrangeiros é uma espécie de janela de novidades. Aqui é a sociedade civil que comanda essas ações, lá é o poder público. Essa diferença desperta nos europeus muita surpresa e curiosidade.

De 2012 para cá, os trabalhos de brasileiros sobre o tema vem se tornando cada vez mais volumosos, maduros e começam a conquistar o mundo. Em Viena-2013, Adelaide-2014, Nantes-2015 e Taipei-2016, trabalhos brasileiros começaram a se destacar. Em 2017 mostraremos na Holanda, uma breve apresentação do que temos e que iremos mostrar na íntegra ao mundo das bicicletas em 2018 no Rio.

O pré programa do Velo-City 2017 Arnhen Nijmegen já está disponível, confira aqui.

Encontro Internacional de Sistemas de Bicicletas Públicas

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Realizado nos dias 6 e 7 de outubro de 2016, o encontro promovido para celebrar os 5 anos de operação do Encicla, sistema de bicicletas públicas da cidade de Medellín. Contou com a presença de representantes do poder público de cidades como Cidade do México, Medellin, Bogotá, Rosário e Barcelona. Contou ainda com a presença dos operadores de bicicletas públicas da Europa e Estados Unidos, como PBSC (Londres, Nova York, Chicago, etc.), JCDecaux (Paris), NextBike (Alemanha, Austria, etc.), Serttel (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, etc.), Social Bicycles – SoBi (Estados Unidos) e Bike Santiago (Chile).

Durante os dois dias, operadores e os representantes do poder público trouxeram suas experiências na implantação e operação dos sistemas em suas cidades, suas características, erros e acertos, bem como desafios encontrados no campo técnico-operacional, jurídico, institucional, financeiro e tecnológico.

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A presença de grandes operadores de sistemas de bicicletas públicas da Europa e Estados Unidos no evento, bem como dos representantes do poder público de importantes cidades garantiu um debate rico de conhecimento, com altíssimo nível de compreensão sobre o tema, seus desafios e soluções e a forte expansão e estudos para implantação em grande parte do mundo.

Entre os temas mais debatidos, a questão do financiamento ganhou grande destaque, onde foram apresentadas experiências de modelos que são financiados pelo poder público ou contam com financiamento privado integral ou parcialmente, seus modelos de gestão, metodologias para implantação, eficiência e principalmente, experiências que demonstram a maior qualidade no nível de serviço oferecido ao público.

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Debateu-se ainda o futuros dos sistemas de bicicletas públicas, novas soluções tecnológicas que já começam a aparecer no horizonte e que certamente estarão marcando presença nas cidades do futuro, como bicicletas eletro-assistidas, sistemas mistos de estações self-service, estações hub ou que dispensam totalmente qualquer infra-estrutura de mobiliário para estações, modelos de soluções que já começam a ser implantadas em algumas cidades e devem ganhar cada vez mais espaço no futuro.

A evolução natural dos sistemas de bicicletas públicas é que eles não parem de expandir e que seu financiamento deverá ser cada vez mais diversificado e que os serviços tendam a possuir um marco regulatório como serviço público de transporte que não sejam totalmente dependentes da vontade política da cidade, nem da vontade privada do patrocinador ou financiador privado, sendo modelo de transporte sustentável que terá papel de destaque nas cidades do século XXI.

Congresso Latinoamericano sobre Ciclismo Urbano.

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Esta se encerrando o projeto “Estratégia Integral para o uso da Bicicleta em cidades da América Latina” realizado com financiamento do BID e coordenado pela Universidad de Los Andes em parceria com a Fundacion Despacio – Bogotá; ITDP México – Ciudad de Mexico; Municipalid de Rosario – Argentina e Transporte Ativo – Rio de Janeiro.

Para isso em novembro Bogotá será sede do RuedaLab, primeiro Congresso Latinoamericano sobre Ciclismo Urbano. O evento visa fomentar o intercâmbio de conhecimento técnico e cientifico que contribua para a promoção do uso da bicicleta como meio de transporte.

Estão abertas as convocatórias para participar do congresso, e os 10 melhores trabalhos selecionados terão seus custos de viagem ao evento cobertos pela organização.

Participe! Saiba mais e inscreva seus trabalhos até o dia 12 de setembro.

Alguns dos resultados deste projeto estão disponíveis aqui.

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Pedala Manaus, uma lição de cidadania.

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Pelo 5º ano consecutivo o Pedala  Manaus realiza seu Fórum de Bicicletas. O evento toma corpo e maturidade a cada edição, se tornando mais importante para a cidade e a busca de uma Manaus mais sustentável e amiga das pessoas. O Fórum, em suas diversas edições, já alcançou ciclistas que utilizam a bicicleta para esporte e lazer, academicos, políticos e administradores, sempre com assuntos pertinentes a mobilidade por bicicletas no Brasil e pelo mundo afora.

Nesta edição, cujo tema foi “A Necessidade de Políticas Públicas de Ciclomobilidade para o Desenvolvimento Urbano“, diferentes visões foram apresentadas, cada palestrante com sua abordagem e visão específica.  Laura Ceneviva, Secretária Executiva do Comitê Municipal de Mudança do Clima e Ecoeconomia do Município de São Paulo , que fez parte do Pró-Ciclista SP e foi uma das responsáveis pelo histórico workshop de planejamento cicloviario em Guarulhos 2006; Jaime Ortiz, ex-secretário de obras públicas de Bogotá, responsável pela implantação das ciclovias na cidade na década de 70; Clarisse Linke Diretora Executiva do ITDP Brasil e Zé Lobo representando a TA, deram uma mostra do que vem sendo feito e das necessidades atuais e futuras. Em comum a real necessidade de mudanças em nossas cidades e em nosso comportamento. Veja trechos das apresentações no site Ciclo.BR.

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Para complementar, houve um debate em praça pública com alguns dos candidatos a prefeito, com direito a ferinha com tema Bicicletas, Bike Food, shows e sorteios no final. O Pedala Manaus vem fazendo um excelente trabalho, com perseverança e dedicação eles dão exemplo para quem pensa em promover as bicicletas em sua cidade.

Pokémon Go, megadados e bicicletas

O jogo Pokémon Go foi o primeiro sucesso a unir o virtual com interações no mundo real. Para ser bem sucedido no jogo é preciso desbravar as cidades. Há um mapa, pontos de interesse e criaturas soltas a serem capturadas.

Para entender a dimensão do esforço de energia humana, o primeiro (e até agora único) grão mestre Pokémon teve de caminhar mais de 150 quilômetros para colecionar os 142 bichinhos virtuais diferentes disponíveis, tendo capturado um total de 4.269 monstros e emagrecido 4,5kg no processo.

Esse novo fluxo de pessoas e os dados georreferenciados que elas geram são um valioso recurso de megadados (ou bigdata), já devidamente capitalizado pelos criadores do Pokémon Go.

As pessoas se deslocam pela cidade para gastar dinheiro, consumir produtos, mas ao mesmo tempo geram efeitos negativos tais como a superlotação dos transportes públicos ou a poluição.

Entender o espaço urbano como uma pulsação de pessoas é fundamental para planejar melhor. Afinal, hoje no Brasil 86% das pessoas vive em cidades, quase 180 milhões em circulação de um total de 3,8 bilhões no mundo.

A realidade virtual é o flanar do século XXI?

No mundo em aceleração do século XIX, flanar era baixar a velocidade para imergir nas cidades cada vez mais rápidas. Ainda que a velocidade da época fosse a da tração dos animais ou das máquinas movidas a vapor.

Mais do que um jogo, Pokémon Go é uma técnica de trazer pessoas para os espaços públicos e principalmente um meio para unir o real e o virtual, a “realidade estendida” que se soma à “gameficação” das cidades.

Existem lições valiosas a serem aprendidas, certamente a maior delas é que a natureza humana anseia por interação e os espaços públicos estão aí para serem explorados, “conquistados” e, acima de tudo, melhorados.

Usar a inteligência dos dados do fluxo de pessoas no entanto vai muito além de um jogo de celular. Talvez o principal banco de megadados, ainda subexplorado, seja o das viagens em bicicletas públicas. O CitiBike de Nova Iorque tornou público em 2015 o seu relatório de uso após mais de 22 milhões de viagens.

Já a Fietsersbond (União de Ciclistas Holandeses) criou a semana de contagem de ciclistas, a maior pesquisa sobre o uso da bicicleta no país de 18 milhões de magrelas e 17 milhões de habitantes. Com um aplicativo de celular, foi possível descobrir dados sobre onde os ciclistas perdiam mais tempo em semáforos e onde havia potencial para a construção ou melhorias na infraestrutura cicloviária.

Seja para gerar riqueza para as empresas de software, ou benefícios para a população das cidades, os megadados estão aí para serem “minerados” em busca de informações valiosas.

Saiba mais:

Go Pokémon GO!: The Social Life of Virtual Urban Spaces
The Pokepocalypse Is Coming for New York
Pokémon Go Has Created a New Kind of Flâneur
Cyclists and Public Bike Sharing – the best kept secret in Smart City data collection?
A Tale of Twenty-Two Million Citi Bike Rides: Analyzing the NYC Bike Share System
Fiets Telweek: Measuring, improving and stimulating of bike-behaviour