Segurança dos Ocupantes

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Os ocupantes de automóveis no Brasil devem em breve ficar mais seguros. Caso seja aprovada, a “Lei do Air Bag” irá garantir a segurança de quem estiver dentro do carro. No entanto um detalhe chama a atenção. Os testes de colisão realizados para comprovar a segurança dos passageiros são feitos a uma velocidade de 48 km/h.

Conclui-se portanto que velocidades acima desse limite são mais perigosas mesmo para quem está dentro de um veículo motorizado e extremamente bem protegido com a mais alta tecnologia.

Cálculos feitos pelo Cesvi (Centro de Experimentação em Segurança Viária) indicam que R$ 2,2 bilhões de reais em despesas médicas e 3.426 vidas poderiam ter sido salvas caso o air bag já fosse obrigatório em todos os automóveis brasileiros. No entanto, milhares de vidas continuam a ser perdidas no Brasil por conta dos limites de velocidade em nossas ruas. Dentro dos perímetros urbanos brasileiros é possível trafegar legalmente a velocidades de até 90 km/h em pistas expressas ou de até 70 km/h em avenidas com grande afluxo de pedestres. É permitido até transitar a 60 km/h em ruas repletas de pessoas caminhando em calçadas estreitas.

Proteger os ocupantes dos veículos motorizados irá certamente contribuir para salvar vidas e diminuir prejuízos. No entanto, uma medida mais benéfica ainda precisa ser feita. Uma que vá de encontro ao modelo europeu copiado no Brasil no que tange os air bags. Precisamos de limites de velocidade mais baixos em nossas ruas e avenidas. Na Europa automóveis circulam a no máximo 50 km/h dentro das cidades com locais onde devem ir ainda mais devagar.

Veículos motorizados que trafegam mais lentamente trazem duas consequências, segurança viária e por vezes aumento da velocidade média do trânsito em geral. No anda e para das cidades brasileiras, limites de velocidade máxima mais baixos podem inclusive contribuir para aumentar a velocidade média das vias saturadas.

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Mais:
Contra a Velocidade, a favor da vida (apocalipse motorizado).
Potêncial de Efetividade do Air Bag (PDF – Cesvi Brasil).

Quem Pedala Vive Mais

Pesquisadores britânicos publicaram no jornal BioMed Central Endocrine Disorders mais uma pesquisa confirmando a importância dos exercícios no combate à diabetes. O melhor da notícia é que a pesquisa se concentrou no uso da bicicleta.
O assunto foi tema de notícia n’O Globo:

O diabete tipo 2, que afeta cerca de 246 milhões de adultos em todo o mundo e é responsável por 6 por cento de todas as mortes, é uma condição na qual o corpo perde aos poucos a capacidade de usar a insulina de forma apropriada para converter alimentos em energia. Dieta muito estrita e exercícios vigorosos, regulares e constantes podem reverter o diabete tipo 2, mas isso pode ser difícil para muitas pessoas. A condição é fortemente associada à inatividade. (…) “A idéia básica é se você faz contrações musculares tensas enquanto corre ou anda de bicicleta você melhora a capacidade da insulina de remover a glicose da corrente sanguinea”, disse Timmons [James Timmons, da Heriot-Watt University, em Edimburgo, que chefiou o estudo].
Timmons e sua equipe mostraram que apenas sete minutos de exercício por semana ajudaram um grupo de 16 homens na faixa dos 20 e poucos anos a controlar a sua insulina.
Os voluntários, que a não ser pelo fato de estarem um pouco fora de forma eram saudáveis, pedalaram uma bicicleta ergométrica quatro vezes por dia em séries de 30 segundos duas vezes por semana.

Os resultados apontam uma maneira para pessoas que não têm tempo de se exercitar durante algumas horas por semana, como o recomendado, melhorarem a sua saúde, acrescentou ele.

Mas acreditamos que é preciso maiores mudanças de hábito e mais força de vontade para usar uma ergométrica do que a bicicleta comum. Você pode encontrar tempo em sua agenda diária indo de bicicleta para o trabalho, por exemplo, ou substituindo pequenos trechos feitos de carro por uma boa pedalada. Se o trabalho é muito longe, numa primeira etapa de mudança de hábitos, vá de carro até certa altura e depois siga de bicicleta.

Os benefícios para sua saúde começarão a surgir em poucos dias.

Sobre a Necessidade do Verde

A Organização Mundial da Saúde estabelece que cada cidade deve ter ao menos 12 metros quadrados de área verde por habitante. Os números são frios e não explicam porque cada cidadão deve ter um mínimo de verde para chamar de seu.

Por mais que muitas pessoas sejam reticentes em admitir, somos apenas mais uma forma de vida que habita esse planeta. Moramos em cidades há muito pouco tempo, por volta de 5 mil anos. Enquanto demoramos centenas de milhares de anos para evoluirmos em meio a natureza. Dentro dessa lógica portanto, a cidade não é nosso habitat. Trata-se apenas de uma maneira conveniente de vivermos, face ao número enorme de seres humanos no mundo.

Cidades são de certa forma nosso zoológico. Dependem de alimento vindo de fora e apresentam uma densidade populacional sem precedentes e impossível de ser repetida na natureza. Sendo um zoo, temos de mimetizar alguns aspectos do mundo natural que não encontramos normalmente.

Parques e áreas verdes são agradáveis por um motivo bem simples, nos levam as nossas reais origens. Áreas verdes tem um valor por si só, mas tem também o valor utilitário de trazer prazer aos moradores de uma cidade. Um prazer ancestral que remete ao que realmente somos.

Qualidade de vida não é um dado objetivo, medido com uma régua, no entanto, pode-se trabalhar para sua melhoria. Pacientes efermos recebem alta mais rápido em hospitais com vista para o verde. Esse dado deveria ser levado em conta também no planejamento urbano. Uma população mais saudável objetiva e subjetivamente precisa ter contato com a natureza, seja em parques urbanos ou florestais. Afinal, áreas verdes nos fazem mais felizes e ao mesmo tempo garantem nossa saúde. Parques são “externalidades positivas“, um bem de valor inestimável.

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Paulistanos carentes de áreas verdes – O Eco

Malefícios da Bicicleta

From Contagem Paulista 19-01-08

Podemos listar pelo menos oito itens que podem desencorajar alguém que queira começar a pedalar pela cidade.

1 – Perda de peso
2 – Respiração lenta
3 – Níveis de stress perigosamente baixos
4 – Pontualidade
5 – Estimulação mental livre de cafeína
6 – Sensação de invencibilidade
7 – Porta de entrada para outras atividades
8 – Alegria intensa

Saiba os detalhes dos Malefícios da Bicicleta no Nosso Quintal. E saiba como se libertar do vício da bicicleta.

Afinal conhecendo os riscos, é melhor buscar mais informações para evitar ver-se tomado pela alegria intensa de pedalar todos os dias e querer pedalar todos os outros. Portanto, cuidado nunca é demais.

Bicicleta, doce bicicleta

A primeira lembrança que guardo de uma bicicleta, eu estava indo para a escola na garupa da Monareta verde do meu irmão mais velho. Mais de três dezenas de anos já se passaram, e a bicicleta esteve comigo sempre, na liberdade de ir e vir em Brasília, numa Peugeot 3 marchas que me roubaram, na descida de barranco para cair nas areias do rio Gorutuba, nas tardes na casa da minha avó comendo goiaba no pé.

Minha vó Bela, que morreu de complicações da diabetes. Minha mãe que toma insulina. Está no sangue da família. Sempre soubemos disto, o gene adormecido no sangue para saber quem seria o próximo da lista. Até que numa consulta preventiva dois anos atrás, mesmo tendo os níveis normais de glicemia basal, a Dra. Alessandra Venosa desconfiou de alguma disfunção metabólica. Fiz um exame específico chamado curva glicêmica e o resultado desvelou o gene escondido: tenho intolerância à glicose, um estágio prévio da diabetes.

Mudei hábitos alimentares, o que foi um teste de força e disciplina para quem é fascinado com doces, chocolate e rapadura… Tornei-me paciente da Dra. Noemia Barra, especialista no assunto, que nesta semana me passou definitivamente um remédio ativador do pâncreas. E o que isto tudo tem a ver com bicicleta??

As duas médicas também diagnosticaram, em tom de elogio: se não fosse sua bicicleta, você já seria diabético.
Diabetes World Day

Como poderia imaginar que, naquela garupa da Monareta verde, 40 anos atrás, estava indo por um caminho onde, a cada dia, a bicicleta salva minha vida?