Cidades Acessíveis e Ativas

WCA_HIIIExistem muitas ferramentas disponíveis para transformar cidades em cidades mais ativas e acessíveis; a bicicleta é uma delas. Ela é muito mais do que apenas transporte, já contribiu para o desenvolvimento urbano sustentável e pode contibuir significativamente para os objetivos globais e a Nova Agenda Urbana. Com isto em mente, a Federação Europeia de Ciclistas (ECF) está organizando um evento de networking durante o Habitat III, em QUito no Equador,  reunindo partes interessadas de diferentes setores e origens para discutir e concordar sobre como podemos colocar em prática os resultados da Nova Agenda Urbana em combinação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (metas globais) para  cidades acessíveis e ativas através da promoção do ciclismo.

Caso esteja em Quito, compareça no dia 20 de Outubro, às 14hs na sala MR18 da Casa de la Cultura Ecuatoriana Benjamin Carrion.

Conheça a programação.

Encontro Internacional de Sistemas de Bicicletas Públicas

image

Realizado nos dias 6 e 7 de outubro de 2016, o encontro promovido para celebrar os 5 anos de operação do Encicla, sistema de bicicletas públicas da cidade de Medellín. Contou com a presença de representantes do poder público de cidades como Cidade do México, Medellin, Bogotá, Rosário e Barcelona. Contou ainda com a presença dos operadores de bicicletas públicas da Europa e Estados Unidos, como PBSC (Londres, Nova York, Chicago, etc.), JCDecaux (Paris), NextBike (Alemanha, Austria, etc.), Serttel (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, etc.), Social Bicycles – SoBi (Estados Unidos) e Bike Santiago (Chile).

Durante os dois dias, operadores e os representantes do poder público trouxeram suas experiências na implantação e operação dos sistemas em suas cidades, suas características, erros e acertos, bem como desafios encontrados no campo técnico-operacional, jurídico, institucional, financeiro e tecnológico.

encicla

A presença de grandes operadores de sistemas de bicicletas públicas da Europa e Estados Unidos no evento, bem como dos representantes do poder público de importantes cidades garantiu um debate rico de conhecimento, com altíssimo nível de compreensão sobre o tema, seus desafios e soluções e a forte expansão e estudos para implantação em grande parte do mundo.

Entre os temas mais debatidos, a questão do financiamento ganhou grande destaque, onde foram apresentadas experiências de modelos que são financiados pelo poder público ou contam com financiamento privado integral ou parcialmente, seus modelos de gestão, metodologias para implantação, eficiência e principalmente, experiências que demonstram a maior qualidade no nível de serviço oferecido ao público.

rodrigo

Debateu-se ainda o futuros dos sistemas de bicicletas públicas, novas soluções tecnológicas que já começam a aparecer no horizonte e que certamente estarão marcando presença nas cidades do futuro, como bicicletas eletro-assistidas, sistemas mistos de estações self-service, estações hub ou que dispensam totalmente qualquer infra-estrutura de mobiliário para estações, modelos de soluções que já começam a ser implantadas em algumas cidades e devem ganhar cada vez mais espaço no futuro.

A evolução natural dos sistemas de bicicletas públicas é que eles não parem de expandir e que seu financiamento deverá ser cada vez mais diversificado e que os serviços tendam a possuir um marco regulatório como serviço público de transporte que não sejam totalmente dependentes da vontade política da cidade, nem da vontade privada do patrocinador ou financiador privado, sendo modelo de transporte sustentável que terá papel de destaque nas cidades do século XXI.

Velo-City 2017 e 2018

São muitos anos de parceria com os holandeses, Interface for Cycling Expertise, Dutch Cycling Embassy e com o próprio consulado no Rio de Janeiro. O foco agora são as próximas duas edições do Velo City, 2017 nas cidades de Arnhen e Nijmegen na Holanda e 2018 no Rio de Janeiro. Os preparativos para as duas edições já começaram. Enquanto por aqui a organização segue em estágios iniciais, por lá a agitação já é grande. No Dia 2 de outubro se encerrou o prazo para inscrição de trabalhos e agora uma equipe está debruçada na avaliação dos 720 trabalhos enviados, dentre eles 50 brasileiros.

VC17

Nosso objetivo agora é levar o máximo possível de brasileiros para Arnhem e Nijmegen e trazer o máximo de holandeses para a nossa edição em 2018. Serão trocas de informações e experiências que podem ser muito valiosas para ambos. Eles têm ampla experiência em infraestrutura cicloviária e tudo que a envolve, e nós a capacidade de lidar com o imprevisto e vencer barreiras e adversidades para tornar algo possível.

IMG_3692

Zé Lobo e Eduardo Bernhardt recebendo as bicicletas do Consul Arjen Uijterlinde.

Em meio a esses preparativos duas das bicicletas Dutch Orange Olympic Gazelle, que vieram para o Rio servir de meio de transporte para a delegação e atletas holandeses durante os Jogos Olímpicos nos foram presenteadas pelo consulado holandês, sendo assim elas continuam a rodar no Rio, despertando interesse, divulgando a cultura holandesa de uso das bicicletas e promovendo esta atividade em nossas cidade. A Gazelle, tradicional marca de bicicletas holandesa, é um dos principais patrocinadores do evento em 2017. Seguimos com os preparativos, pedalando Gazelles por aqui e por lá!

IMG_1806

Em breve as inscrições para o evento holandês estarão abertas, para os que se interessam na Mobilidade por Bicicletas, uma excelente oportunidade de ampliar e aprofundar conhecimento sobre o assunto. O tema do Velo City 2018 é The Freedom of Cycling ou a Liberdade das Bicicletas e os subtemas: Infraestrutura, Pessoas, Economia da Bicicleta, Planejamento Urbano e Governança. Escolha seu tema favorito e prepare-se para essas duas rodadas do evento.

Rio pós Olímpico

Em outubro de 2009, teve inicio a corrida olímpica carioca. Seriam sete anos para preparar a casa para a festa!

Agora, em outubro de 2016 a festa passou, foi maravilhosa e com certeza um marco na história da cidade que apesar de seguir com algumas de suas mazelas centenárias mudou muito, e para melhor! As ambições que iam além do evento esportivo, visavam melhorar os transportes públicos na cidade, além de promover esporte e saúde.

O evento consolidou o Rio no cenário internacional como cidade que, apesar das dificuldades locais e do País, consegue superar tudo e encantar o mundo!

Atletas, organização, imprensa, visitantes e cariocas viveram intensamente esses dois meses de Olimpíadas e Paralimpiadas. E agora seguimos com a história pós-olímpica e seus tão falados legados.

Em alguns bairros, como o centro e a Barra da Tijuca nasceu uma nova cidade, baseada na ampliação de sistemas de transporte de massa. Metrô e BRT uniram as “cidades” da Zona Sul e da Barra. O percurso de Ipanema até a Barra que antes demorava duas horas ou mais, hoje leva 15 minutos, ou 35 a partir do Centro. Chegando à Barra, há integração de verdade com o BRT, roletas unificadas, sem pisar na rua, e em menos de dez minutos se chega ao Barra Shopping ou ao Terminal Alvorada.

A região chamada ‘Porto Maravilha” realmente se transformou, de área degradada, suja, escura e perigosa para ponto turístico mega visitado. No caminho havia a promessa de que tudo seria integrado à infraestrutura para as bicicletas.  Mas esse sonho se perdeu. A malha cicloviária da cidade mais que dobrou no período de preparação, com alguns trechos muito convidativos como a ligação quase direta entre a ciclovia do aterro, a Orla Conde e o Boulevard Olímpico. Aliás, já é possível ir da Praia de Botafogo até a Rodoviária Novo Rio, de bicicleta, por ciclovias e calçadões sem precisar colocar os pés no chão num trajeto de 12 km. Uma via expressa para ciclistas e pedestres mas com uma bela vista, segurança, tranqüilidade e praticidade. Um convite ao uso da bicicleta como meio de transporte, agregando a mais nova paisagem urbana carioca como um prêmio a quem pratica a sustentabilidade nos transportes.

A mente motorizada dos que planejaram os transportes durante os jogos e depois, desperdiçou parte das oportunidades ciclísticas do evento e da cidade. Mas a população, as delegações e comissões técnicas se encarregaram de mostrar a eles o potencial das bicicletas, fazendo do evento uma grande festa ciclística com uma verdadeira invasão pelas regiões olímpicas do Rio.

IMG_1648

Quem planejou, esqueceu que muitos atletas teriam de se deslocar por uma distância menor do que 5 quilômetros, a partir da Vila Olímpica e nos outros clusters olímpicos, viagens curtas e facilmente pedaláveis.

No horizonte do Rio 2016, pairavam excelentes legados. A cidade ganhou muito com a inserção de novos BRTs, nova linha de metrô, VLT no Centro Histórico, ambos melhoraram tempos de viagem e a qualidade de vida do Carioca. Mas ainda falta para que a conexão das bicicletas com estes modos de alta capacidade mais eficientes. Uma política que vinha sendo feita cada vez mais no Rio de Janeiro se perdeu durante os preparativos olímpicos e agora depende da retomada da transformação do Rio em uma cidade com mobilidade mais humana.

IMG_2162

Para conhecer melhor a trajetória dessa história, visite os links abaixo:

Outubro 2009:
Rio 2016 – Impulso para os Transportes.
Agosto 2016:
Cariocas, preparem-se para as Olimpíadas.
Faça como os Holandeses!
Medalha de Ouro para as Bicicletas.

Dez anos de Pioneirismos, Desafios e Conquistas.

DSC04777

Neste mês de setembro, faz dez anos que a Transporte Ativo realizou o primeiro Desafio Intermodal deste século no Brasil, a primeira Vaga Viva e a “tradução” dos nomes para o português. O Desafio Intermodal veio do Inglês/Canadense Commuter Challenge. A Vaga Viva foi inspirada no americano Parking Day, trocadilho que em português não tinha o mesmo efeito. O nome veio de uma sugestão do Willian Cruz do ‘Vá de Bike’ de colocarmos na esquina uma placa dizendo “hoje, nesta rua, uma vaga ganhou vida”.

DSC05064

Ruas verdes já eram realizadas em Belo Horizonte pela organização Rua Viva, mas as vagas vieram com a ideia do grupo reBar de São Francisco – Califórnia, que no ano anterior lançou a iniciativa que conhecemos, rebatizamos e realizamos. O Parking Day cresceu mundo afora e no Brasil também, virou Parklet, passou de ativismo a politica pública e vem ganhando cidades no mundo e no Brasil. O Parking Day e as Vagas Vivas seguem seu caminho abrindo novas portas e janelas. É muito gratificante ver que aquela ideia que acreditamos vingou, se espalhou e hoje acontece com frequência por aí.

O Desafio Intermodal também se difundiu bastante. Hoje segue sozinho, anualmente, em mais de 20 cidades brasileiras. Gera e apresenta resultados que os que pedalam já sabiam, mas surpreendem a todos os outros.

No Rio, o Dia mundial sem Carros também começou como uma inciativa da sociedade civil, cresceu, a Cidade aderiu como evento oficial, mas nos últimos anos vem acontecendo de forma bem tímida. O Dia Mundial sem Carro mais marcante em terras cariocas foi aquele de 2007, inesquecível para os que participaram.

Untitled-1

Nestes dez anos, muita coisa mudou, muito do que imaginávamos lá atrás já existe hoje, ou seja mudanças são possíveis! O caminho é longo, pois ainda há muito a ser feito, mas as forças se renovam, novos grupos e novas ideias surgem, como a que a Ameciclo realizou neste dia 22 de setembro, sinalizando resultados de contagens de ciclistas nas próprias ruas e avenidas onde foram realizadas.

sterp9

Que venham novos pioneirismos, novos desafios e novas conquistas, os ciclistas tem feito por onde, chegaremos lá!