A importância da bicicleta para o mundo só aumenta

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As bicicletas ainda são as mesmas, com as mesmas qualidades. São leves, silenciosas, fáceis de usar, não engarrafam o trânsito, nem emitem poluentes e ainda são fáceis de estacionar. Também são baratas de comprar e de consertar, muito seguras e promovem a saúde do usuário – quatro virtudes exclusivas das convencionais. Mas a relevância de seu uso está crescendo devido ao novo contexto da mobilidade motorizada, com aumento da eletrificação e do uso de motores híbridos (combustão + eletricidade).

A cultura do automóvel segue viva e muito ativa, apesar de todos os indícios inquestionáveis que a mobilidade por carros é um modelo retrógrado e fracassado. O espaço nas ruas está cada vez menor, já que hoje os carros são maiores e cada vez mais numerosos. Para se ter uma ideia, segundo o site do DETRAN-RJ, em 2024 e apenas na cidade do Rio de Janeiro, uma média de 300 novas licenças são emitidas diariamente! A poluição do ar é uma das principais causas de mortes evitáveis. Os sinistros de trânsito resultam em feridos, inválidos, mortos, e crescem num ritmo estarrecedor. Os prejuízos financeiros de todos os danos do uso excessivo do carro (engarrafamentos, atrasos, doenças, feridos, mortos) estão na casa dos bilhões de reais por ano.

Ainda assim estão lançando mão de tecnologias supostamente ecológicas para “pintar de verde” a imagem dos carros. Por exemplo, com a hibridização que é mais complexa e cara, tanto para comprar como para manutenção, e que só reduz um pouco o consumo de combustível e a poluição. Mas alguns estados podem estar anulando essa vantagem ao dar incentivos exagerados a esses modelos. Desconto de 50 a 100% no IPVA e liberação do rodízio estão na contramão de medidas de redução do uso do carro nas cidades. A poluição e a perda de tempo deverão aumentar, pois mais carros nas ruas resultam em… mais engarrafamentos.

Já no transporte público a bola da vez é a eletrificação total da frota, as possibilidades e oferta de energia elétrica são enormes, mas seu armazenamento e distribuição tem se mostrado precários para as necessidades cada vez maiores. Além do que, novas tecnologias são caras, favorecem os favorecidos e desfavorecem os demais. E os ônibus elétricos novos, são caríssimos e ao entrarem no circuito, não eliminam o alto potencial de emissões dos ônibus antigos a diesel, que acabam indo para cidades menores ou para países em desenvolvimento, onde seguem poluindo da mesma forma, apenas em outro local.

Guerras e mudanças climáticas não nos permitem mais aguardar e buscar soluções que em sua grande maioria tem sido pensadas para manter o estilo de vida que temos hoje. Políticas públicas para o futuro, devem ser voltadas para soluções diversificadas, de baixo custo e alta eficiência, para que a transição energética possa ser justa e de fácil adaptação. Precisamos ir além e pensar soluções que realmente resolvam ou amenizem o futuro que está se desenhando.

Por isso que cada vez mais aquelas vantagens da bicicleta listadas lá no começo estão cada vez mais importantes. Toda vez que você pedala para o trabalho, para a escola ou por qualquer motivo, você não só está reduzindo o engarrafamento, a poluição, o barulho, o estresse e a insegurança das ruas, está ajudando a resistir a uma cultura que só tem beneficiado uma parcela pequena da população, ao passo que prejudica cada vez mais pessoas, inclusive as que realmente precisam muito usar um carro para se deslocar.

Quanto mais bicicletas nas ruas melhor para todos, até para quem não as utiliza.

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Cerimônia de entrega do XI Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta

A culminância do Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta é a cerimônia de entrega dos troféus, certificados e kits aos escolhidos pela comissão avaliadora. A TA sempre procura realizar a entrega em um evento marcante e com público especial para que os agraciados sejam reconhecidos por quem mais sabe da importância de seus projetos.

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E neste ano a melhor oportunidade para isso foi o 11º Bicicultura (Encontro Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta e Cicloativismo) realizado em Brasília concomitante ao 13º Fórum Mundial de Bicicleta. Contamos com uma platéia composta de participantes de todo o Brasil e de outros países.
Os representantes dos Projetos Vencedores e Menções Honrosas receberam os prêmios das mãos de Ana Carboni, Claudiléia Pinto e Joyce Ibiapina.

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O encontro dos premiados é sempre uma ocasião especial, pois reunimos ali algumas das melhores iniciativas de promoção ao uso da bicicleta para a mobilidade humana e plantamos a semente para que no próximo ano, novos e impactantes projetos e empreendimentos se inscrevam para inspirar todos os que, como nós, trabalham e desejam que mais pessoas pedalem mais vezes.

Agradecemos aos organizadores do evento que nos acolheu muito bem proporcionando um momento muito especial para todos!

Parabéns aos vencedores e a todos os participantes e até 2025!

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Perfil Ciclista 2024 | Ultrapassamos a marca de 2000 entrevistas

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Diversas cidades já estão em campo coletando dados para a Pesquisa Perfil Ciclista 2024. Das 21 cidades que estão envolvidas, dez já estão em campo e dentre estas, oito já estão subindo os dados para a plataforma onde eles serão compilados.

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Esta semana chegamos à marca de 2600 entrevistas inseridas na plataforma, outras tantas estão a caminho! Enquanto isso, os mais de 250 entrevistadores já cadastrados vão documentando e fotografando as ações, que estão acontecendo de Norte a Sul do país.

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Em breve mais notícias, fotos e um pouco mais adiante muitos dados!

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Infraestrutura cicloviária e a requalificação urbana

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Uma ciclofaixa com bueiro “eincaixa roda” e que termina subitamente num trecho cheio de tachões.

A inauguração de uma ciclofaixa em uma rua de grande fluxo de veículos é sempre uma boa atitude da Prefeitura. Será?

As cidades brasileiras são dominadas pela antiquada cultura do automóvel que praticamernte monopoliza o planejamento urbano e os investimentos públicos. O predomínio do uso do carro particular como transporte nos limitados espaços urbanos é uma prática retrógrada, superada e que não atende às necessidades modernas de mobilidade. Mas não há uma solução simples de engenharia para resolver os problemas provocados por essa cultura. Não basta pintar umas faixas e algumas bicicletas brancas no chão para iniciar uma transformação na sociedade que resulte em respeito mútuo e compartilhamento do espaço público.

Se não houver ampla divulgação de informações sobre as desvantagens do automóvel e vantagens da bicicleta as pessoas não estarão preparadas para as mudanças no ordenamento urbano do tráfego. A municipalidade precisa investir em informação e sensibilização para que a população entenda o que está em curso, saiba da importância de compartilhar as ruas, em especial com pedestres e ciclistas, e que há leis de trânsito que devem ser respeitadas para regular o uso do novo espaço.

Não há nada mais sustentável que caminhar

Por outro lado, muitas calçadas não são adequadas para o mínimo conforto e segurança dos pedestres, situação esta que perdura por décadas, muito antes da bicicleta ganhar força como opção para a mobilidade sustentável. Pedestres e ciclistas precisam da mesma atenção dos gestores públicos. É relativamente fácil e bem mais visível fazer uma ciclofaixa que melhorar e alargar uma calçada. Hoje a relação custo-benefício (político) da infraestrutura cicloviária é enorme, talvez perdendo apenas para o metrô e o BRT. As calçadas e os pedestres não tem vez.

Caminhando e pedalando de mãos dadas

Mas não há sentido numa disputa por espaço entre ciclistas e pedestres. Os modais são aliados na mobilidade ativa e sustentável. A municipalidade que entender essa relação rica e próspera pode evoluir na gestão urbana, indo além de pintar ciclofaixas. As cidades precisam requalificar espaços públicos para que pedestres e ciclistas tenham prioridade sobre o transporte individual motorizado. Pintar uma ciclofaixa, reduzindo um pouco o espaço do carro, melhorando em nada as calçadas é desperdiçar uma oportunidade de agregar pés e pedais para devolver as cidades às pessoas.

É preciso dar fluidez, conforto e segurança ao pedestre e ao ciclista, eliminando o zigue-zague do traçado das calçadas e ciclovias, além de corrigir buracos, obstáculos, e impedir invasões de motociclistas e motoristas. O pedestre e o ciclista não precisam de muito, basta um espaço justo, de qualidade e em todas as ruas. Teremos mais pessoas usando esses modais, deixando espaço nas ruas para aqueles que realmente precisam do carro e da moto de modo a requalificar também a relação humana no espaço democrático das ruas.

bueiroBueiros do tipo “encaixa roda” ao longo de ciclofaixa e desenho da calçada que impõe zigue-zague ao pedestre para garantir apenas 3 vagas de carro. A ciclofaixa foi feita, mas a calçada segue com menos de 1 metro de largura.

Hoje as bicicletas fazem parte do cenário da Cidade e planejar para elas pode ser de grande valia, pois o sucesso da mobilidade urbana depende da combinação de diversas opções de transporte e do uso de menos energia. Cidades que investem em facilidades para pedestres e ciclistas são beneficiadas com mais qualidade de vida, saúde da população, redução da poluição, dinamismo e diversificação econômica e oferecem mais alternativas de transporte urbano.

Para alcançar esse sucesso é necessária a criação de ambientes favoráveis ao uso da bicicleta e dos modos ativos de transporte.

Por mais pessoas a pé e de bicicleta mais vezes!

Parceria Itaú Unibanco | 13 anos possibilitando mudanças e avanços em nossas cidades

 

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Treze anos atrás, em 2011, iniciávamos uma parceria com o Itaú Unibanco, que em muito nos ajudaria a realizar o que temos feito em prol da mobilidade ativa, especialmente por bicicletas, no Rio de Janeiro, em diversas cidade brasileiras, latino americanas e além! Uma parceria que tem gerado efeitos positivos em nossa organização, organizações parcerias e em diversas áreas do desenvolvimento urbano, da saúde e do meio ambiente.

De lá pra cá, muita coisa mudou, mas através da parceria, que vai muito além das bicicletas compartilhadas, seguimos trabalhando em projetos como a Pesquisa Perfil Ciclista e o Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicletas, dentre outras atividades, como workshops e incidência no planejamento urbano através de uma abordagem de baixo para cima, alcançando soluções e conquistas, as quais seguimos aperfeiçoando, difundindo e multiplicando.

Para este ano, além da participação no C20 e no Conselho da Cidade do Rio de Janeiro, estão previstas a  quarta edição da Pesquisa Perfil do Ciclista no Brasil e a XI Edição do Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicletas no Brasil, atividades que se tornam possíveis através do apoio institucional que recebemos.

Mais uma vez, agradecemos ao Itaú e a todos os parceiros que seguem pedalando conosco nessa jornada, em busca de cidades melhores para todos!