Abram caminho para caminhadas e uso de bicicletas

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Apelo a todos os governos nacionais para que tornem a caminhada e o ciclismo centrais nos compromissos climáticos antes da COP30

A Parceria para a Mobilidade Ativa e Saúde (PATH) apela a todos os governos nacionais para que se juntem à iniciativa de integrar a caminhada e o uso de bicicletas nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) antes da COP30.

Permitir que mais pessoas caminhem e pedalem com segurança é cada vez mais reconhecido como uma forma rápida, confiável e acessível de reduzir as emissões dos transportes pela metade até 2030 e ajudar a alcançar as metas do Acordo de Paris. As pesquisas da PATH mostram que dois terços dos países têm agora políticas de mobilidade ativa, mas os compromissos atuais muitas vezes não alcançam os objetivos necessários para garantir que atendam ao imperativo climático. Novas políticas de países como Brasil, Camboja e Lesoto mostram o que é possível. Suas ações planejadas vêm com metas e financiamentos, prometendo experiências de caminhada e uso de bicicletas mais seguras, limpas e agradáveis. Isto permitirá que milhões de pessoas que caminham e pedalam evitem as potenciais emissões que seriam geradas e incentivará os poluidores existentes a mudarem os seus hábitos e se beneficiarem de melhores condições.

Formuladores de políticas podem seguir o Modelo de Política de Deslocamento Ativo (2025) da PATH , um guia passo a passo abrangente, para a criação de políticas eficazes. A estrutura contém exemplos inspiradores de 20 ações que, quando implementadas, têm um impacto mensurável.

A COP30 é uma oportunidade crucial para incorporar a mobilidade sustentável à ação climática global. A PATH e seus apoiadores estimulam todos os governos nacionais a apresentarem NDCs ambiciosas sem demora. Agora é o momento de ampliar a ambição, os investimentos e incorporar a caminhada e o uso de bicicletas às estratégias climáticas para reduzir a poluição, beneficiar a saúde pública e criar sociedades vibrantes, inclusivas e equitativas.

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180 organizações de 47 países de 6 continentes já aderiram à carta.
Saiba mais sobre a Parceria pela Mobilidade Ativa e Saúde clicando aqui.

Agora é a vez da Gávea!

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A Rua Marquês de São Vicente na Gávea, Rio de Janeiro, conta com tráfego intenso e muitos ciclistas circulando. São estudantes, moradores, trabalhadores, entregadores, mães e pais, que seguem por esta via, com diferentes motivações.

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Fazem dois anos que aos poucos, temos mostrado por aqui e nos boletins mensais, diversas atividades que realizamos no Bairro da Gávea, em parceria com a Escola Parque, apoio da AMA Gávea e outras escolas do bairro. Tudo começou com alguns pais de alunos que levam seus filhos de bicicleta para a escola, em busca de mais segurança, para eles e para as centenas de alunos que circulam de bicicleta pelo bairro, fora os demais.

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Fizemos mapeamentos com os alunos do ensino médio, indicamos o Projeto A Caminho da Escola da CET Rio para o ensino fundamental, nos reunimos com pais, associação de moradores, Prefeitura do Campus da PUC Rio, realizamos pesquisas com pais e funcionários dentre outros, realizamos contagens e buscamos conhecer a realidade local e envolver aqueles que pedalam ou gostariam de pedalar com segurança na região. Tudo seguindo estratégias e metodologias já realizadas antes, com sucesso, como o Ciclo Rotas Centro, Tecnologia Social certificada pela Fundação Banco do Brasil.

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Com dados e fatos em mãos, veio o momento de apresentar a proposta à Prefeitura, via CET Rio, uma vez que o traçado já estava delineado no plano Cicloviário da Cidade. O Projeto foi muito bem recebido, vistorias na via foram feitas e hoje temos a implantação em andamento, já repleta de ciclistas circulando com maior segurança e respeito.

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Existem ainda muitos desafios, por ser uma via cheia de escolas com seus horários de entrada e saída, ônibus e trânsito intenso em vários horários do dia e da noite. Mas, dentro do possível a presença do ciclista agora está validada na via. Alguns ajustes já estão sendo pensados, seguiremos acompanhando, em breve realizaremos nova contagem e voltaremos a Escola Parque para apresentar aos alunos o resultado daquelas oficinas.

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Fundo de Ações Livres | AMECICLO

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O Fundo de Ações Livres – FAL, um dos vencedores do XII Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil, é um edital que visa promover a bicicleta no Recife e Região Metropolitana por meio de apoio financeiro a iniciativas de mobilidade urbana ativa e estímulo à cultura da bicicleta. Esta edição do Fundo de Ações Livres foi criada a partir dos recursos obtidos através do XII Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta 2025, recebido pelos 5 anos do FAL. Parte da verba recebida com o  1º lugar na categoria Ações Criativas e de Sensibilização, foi destinada para ser democratizada com outros grupos e ações em 2025. O FAL busca contemplar projetos que promovam a cultura da bicicleta nas cidades da Região Metropolitana do Recife em sua diversidade de formatos, expressões, suportes e linguagens. Se você é da região e está envolvido com a promoção do uso de bicicletas, aproveite a oportunidade.

A ideia do Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil, é exatamente essa, proporcionar a extensão e desdobramentos dos projetos premiados para que seu alcance seja ainda mais amplo. Ficamos muito felizes por contribuir com a continuidade da iniciativa que a AMECICLO já está colocando em pratica. Que tal levar a ideia para sua cidade também!

A AMECICLO é uma organização da sociedade civil que há mais de 12 anos luta pelo direito à cidade no Recife e Região Metropolitana. A atuação deles combina a incidência política, articulação institucional e cultura da bicicleta para transformar a mobilidade urbana, tornando-a mais humana, democrática e sustentável. Conheça mais sobre esse e outros projetos em ameciclo.org.

 

Explorando os dados cariocas da pesquisa Perfil Ciclista 2024

Metade dos ciclistas cariocas entrevistados pedalam há menos de 5 anos, sendo que 10% deles pedalam há menos de 1 ano, o que mostra que o número de usuários de bicicletas como meio de transporte segue crescendo, apesar de já ser algo comum na cidade.

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Dentre estes, 69% pedalam mais de cinco dias na semana, ou seja, quem pedala, pedala mesmo!

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Os principais destinos são o trabalho, compras e encontros sociais, como uma ida ao cinema, casa de amigos, praia, etc.

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Outro dado muito interessante é que mais da metade das viagens, 78%, duram menos de 30 minutos. Tempo este que na velocidade média do ciclista carioca de 14 Km/h, permite percorrer 7kms. Essa distância hoje no Rio de Janeiro, cidade cuja frota de carros cresce ao ritmo de 263 carros por dia, é algo praticamente impossível de se fazer sem enfrentar engarrafamentos.

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A principal motivação dos cariocas para pedalar, como na grande maioria das 18 cidades que participaram da pesquisa é a praticidade das bicicletas, e o que menos os motiva é o meio ambiente. Isso nos indica que mesmo com baixa motivação ambiental, independente disso, se está nas ruas pedalando, está contribuindo para os desafios de mitigação das mudanças climáticas!

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Dente as opções disponíveis no questionário, 47,7% dos entrevistados indicaram que pedalariam mais com a ampliação das infraestruturas para bicicletas, assim o pedalar fica mais seguro e tranquilo. Esse resultado se repete nas outras cidades. Em seguida vem a educação no trânsito, que se fosse algo corriqueiro certamente diminuiria a necessidade de infraestruturas dedicadas às bicicletas.

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No Rio, a pesquisa foi realizada em 40 bairros de todas as áreas de planejamento da cidade. Você pode conhecer mais detalhes como: faixa etária, de renda, escolaridade, raça, se já teve a bicicleta ou partes dela roubadas, se já sofreu assédio, se envolveu em sinistros de trânsito e até se faz integração com outros modais de transporte. Basta acessar todos os resultados da pesquisa clicando aqui. Você também poderá conhecer os resultados das outras cidades e ter acesso ao link para um Painel de Controle onde é possível comparar as cidades.

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A Pesquisa Perfil d@ Ciclista, acontece a cada 3 anos, organizada pela Transporte Ativo, com Patrocínio do Itaú Unibanco, colaboração técnica do Observatório das Metrópoles e com o engajamento de uma extensa rede de organizações, dentre elas grupos de ciclistas, prefeituras e universidades. As entrevistas são feitas com pessoas de 12 anos ou mais de idade, que pedalam pelo menos uma vez por semana como meio de transporte, abordadas pedalando, empurrando ou estacionando a bicicleta. Para saber mais sobre a pesquisa, clique aqui.

Pesquisa Perfil Ciclista 2024 – Resultados

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Em tempos de eventos climáticos cada vez mais extremos, mais de 70% dos ciclistas brasileiros usam a bicicleta cinco ou mais vezes na semana

 A quarta edição da Pesquisa Nacional sobre o Perfil d@ Ciclista traz dados importantes sobre a bicicleta em 18 cidades sendo 9 capitais.

 Nas cidades participantes da pesquisa, 78% das pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte pedalam cinco ou mais vezes por semana, enquanto 70% levam até 30 minutos em sues percursos mais frequentes. Estas são algumas das conclusões da quarta edição da Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, organizada pela Transporte Ativo e Observatório das Metrópoles, com apoio do Itaú Unibanco. A pesquisa ficou em primeiro lugar no Prêmio Bicicleta Brasil 2024, do Ministério das Cidades, na categoria “Fomento à Cultura da Bicicleta”.

Ao todo, mais de 11 mil ciclistas foram entrevistados em 18 cidades de diferentes tamanhos, distribuídas por quatro regiões do país: Araucária PR, Belém PA, Campos dos Goytacazes RJ, Cruzeiro do Sul AC, Fortaleza CE, João Pessoa PB, Juazeiro BA, Manaus AM, Natal RN, Niterói RJ, Paranaguá PR, Petrolina PE, Recife PE, Rio de Janeiro RJ, Salvador BA, São Paulo SP, Seropédica RJ e Volta Redonda RJ.

A publicação ganha relevância em função do momento atual, com conflitos e eventos climáticos extremos surgindo a todo momento em um mundo no qual poucos países se mostram interessados em uma transição econômica de baixo carbono, e a indústria dos combustíveis fósseis (setor no qual estão grande parte dos carros, ônibus e caminhões, e que é o maior emissor de gases de efeito estufa) permanece intocada nas negociações climáticas.

Para além da gravíssima crise humanitária, social e ambiental recentes, anuncia-se uma extensiva crise. Considerando que 2024 foi o ano mais quente da história da medição humana, atingindo uma temperatura 1,5°C mais alta, em média, do que aquela registrada na pré-revolução industrial, as bicicletas merecem ainda mais atenção devido às suas características singulares: são transportes limpos, sem qualquer emissão de poluentes, fundamentais para a saúde individual e coletiva, e que se adaptam muito bem a diferentes situações.

A pesquisa demonstra que, dentre os respondentes, 41,4% preferem a bicicleta pela rapidez e praticidade, enquanto 26,1% optam pela saúde e outros 21,5% pelo custo. Apenas 3,8% escolheram, no entanto, a consciência ambiental, o que sugere a necessidade de uma comunicação mais assertiva sobre o potencial da bicicleta no enfrentamento da emergência climática. Já em relação aos estímulos para pedalar mais, a infraestrutura adequada foi a opção mais escolhida (54,8%), seguida por segurança no trânsito (26,6%).

Entre as capitais, algumas particularidades se destacam:

  • Em Belém (PA), 95,3% das pessoas pedalam 5 ou mais vezes por semana, e apenas 32% utilizam a bicicleta como meio de transporte há menos de cinco anos.
  • Em São Paulo (SP), o público que pedala como meio de transporte há menos de cinco anos é muito maior: 86,9%.
  • Em Fortaleza (CE), pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte para ir e voltar do trabalho são predominantes: 95,5%. São maioria também aqueles que citam a praticidade como principal estímulo para pedalar (60,6%).
  • Em João Pessoa (PB), o principal estímulo para pedalar mais são mais infraestruturas para Bicicletas 74,8%, seguida por Recife (PE), com 64%, e Natal (RN), com 63,6%.
  • No Rio, 78,3% dos entrevistados levam até 30 minutos em seu percurso mais frequente, o que equivale a aproximadamente 7km.
  • Salvador (BA) é a cidade que mais se preocupa com a Segurança Pública com 22,2% dos entrevistados, contra 2,3% em Petrolina (PE).

Mais de 250 entrevistadores saíram a campo entre os meses de agosto e novembro de 2024 para coletar as respostas. No total, foram 12 meses de preparação, busca, organização, encontros, revisões de documentos e finalização para a publicação da pesquisa.

Confira este esforço na íntegra clicando aqui!