Bicicletas na Quarentena.

Bicicletas tem sido valiosas ferramentas em momentos de desafios e emergências pois sua facilidade de uso, velocidade e eficiência fazem delas um dos veículos mais resilientes na superfície do planeta. Foi assim no Tsunami de 2011 no Japão e no Terremoto de 2017 na Cidade do México. Nessas ocasiões e em outras semelhantes como nas crises de petróleo, nas duas grandes guerras e até mesmo na greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018, lá estavam elas, salvando vidas, transportando cargas e pessoas através das dificuldades de cada um destes momentos.

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Com a atual crise devido à Pandemia do Coronavírus, as bicicletas reafirmam seu papel como importante ferramentas de mobilidade para aqueles que seguem precisando se deslocar, apesar das quarentenas, e ao mesmo tempo precisam manter uma distância segura de outras pessoas para evitar contágio, algo difícil no transporte público. Algumas cidades priorizaram o transporte por bicicletas como Bogotá, que ampliou sua malha cicloviária e outras consideraram as oficinas de bicicletas como serviços essenciais durante a crise. Por aqui, a Aliança Bike conseguiu o mesmo, incluir as oficinas de bicicletas entre os serviços essenciais e uma coalizão de grupos de ciclistas de São Paulo conseguiu também que o Metrô SP e a CPTM ampliassem os horários em que as bicicletas são aceitas em seus vagões.

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As bicicletas compartilhadas também tem cumprido um importante papel durante a pandemia e várias operadoras mundo afora estão oferecendo descontos e cuidando de suas frotas de maneira especial. Veja no vídeo abaixo como a Tembici, operadora do Sistema Bike Itaú tem cuidado de suas bicicletas em todas as praças que opera, durante a quarentena.

Fiquem bem e lembrem-se de manter suas bicicletas em boas condições e por perto, ela sempre poderá nos ajudar em todos os momentos.

Clique aqui para saber como manter sua bicicleta em boas condições.

 

Pedalando na chuva com segurança

Pedalar na chuva é algo que vai acontecer cada vez mais, tanto por conta da crise climática que estamos enfrentando e também porque diante do caos motorizado nas cidades, é melhor chegar rápido e molhado do que passar horas ilhado dentro de um carro. 

Você vai encontrar na Internet diversas dicas sobre como pedalar na chuva. O portal Vá de Bike faz uma lista de 10 dicas sobre equipamentos e como se manter seco durante a pedalada. Aqui, gostaria de chamar atenção para algumas situações que precisamos ter em mente ao pedalar na chuva e que não estão basicamente relacionadas à bicicleta, mas ao seu entorno.

Durante chuvas fortes, é comum surgirem buracos perigosos em trechos que estamos acostumados a pedalar. Por isso, é extremamente importante aumentar o cuidado com as poças e áreas alagadas, elas podem esconder verdadeiras crateras que podem nos levar ao chão e causar sérias lesões.

Em dias secos, avistamos facilmente ralos e bueiros sem tampa, todavia, com as chuvas e o alagamento das ruas, algumas tampas se desprendem dos bueiros por ação da correnteza deixando o vão aberto, o que representa risco de queda. Evite pedalar muito próximo aos bordos da via, local onde geralmente esses ralos e bueiros estão posicionados.

Por conta dos pés molhados, o risco de escorregar e se ferir com as travas da coroa aumenta. Isso pode acontecer porque alguns tipos de calçados perdem o atrito com o pedal. Algumas bicicletas contam com protetor de corrente, mas as Mountain Bikes deixam a coroa livre e, em contato com a panturrilha, pode causar um corte profundo. Como as águas de enchentes estão carregadas de lixo, as chances de infecções aumentam potencialmente.

Fique atento à rede elétrica, observe os postes de iluminação e tente identificar se existem cabos partidos em contato com áreas alagadas. Evite encostar em postes e placas de sinalização próximas a eles. Redobre atenção em ruas que tiveram quedas de árvores. Ao cair, as árvores podem arrebentar cabos e deixar a região próxima a ela energizada.

Sistemas de freio podem sofrer falhas e reduzir drasticamente a capacidade de frenagem quando estão em contato constante com a água. Em alguns casos, podem parar de funcionar repentinamente. Em dias de chuva, devemos pedalar em baixa velocidade com atenção total às folhas caídas, galhos, sacos plásticos, e objetos que podem entrar na roda e interferir no funcionamento. 

De fato, não é pra ter medo de pedalar na chuva, como se diz por aí: “boralá pedalar na chuva pois a gente não é de açucar”. 

Dica extra para o pós chuva!

Durante os dicas secos, o óleo derramado pelos caminhões e ônibus fica incrustado no asfalto, mas depois de um período constante de chuvas eles começam a escorrer deixando uma mancha colorida. Geralmente depois da chuva, esse óleo fica espalhado na via e isso representa um risco para derrapagens. Ao avistar a mancha, faça o possível para desviar e, se não for possível, reduza ao máximo a velocidade e mantenha o guidom firme sem movimentos bruscos. Jamais acione os freios ao passar por cima da mancha. Ao travar a roda sobre as manchas, as chances de derrapagem aumentam consideravelmente.

Dá pra levar quase tudo na bicicleta

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Tudo que é possível levar na bicicleta, a gente leva! Desde mudanças, compras de supermercado, material de construção, móveis e até pessoas. A nova edição do CTB de Bolso, por exemplo, foi toda distribuída com a cargueira da foto acima.  Com ela, garantimos emissão zero de gases poluentes e ainda mantemos a forma física para o curtir o verão.

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Quando compramos algo, a primeira coisa que vem a mente é: dá pra levar de bicicleta? Foi assim que nasceu nosso primeiro triciclo de carga, que foi doado pela Bike Tech. Ele trabalhou duro transportando diversos tipos de materiais, participando de eventos e ajudando amigos a transportar tudo que fosse possível levar. Ele ficou conosco até ser doado para o projeto Passeio Completo, que a batizou de “Carmem Miranda”.

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Para substituir o triciclo, compramos a cargueira da foto acima. Ela levou todo tipo de carga possível e também transportou o jornalista André Trigueiro durante as gravações da reportagem sobre 10 anos do Programa Cidades e Soluções.  Quando a Bullitt chegou, primeira foto, ela foi doada para Ciclo Orgânico, uma empresa carioca que uniu bicicletas e compostagem.

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Cada vez mais presentes nas cidades, com seus diferentes tipos e modelos, as bicicletas de carga são gradativamente mais usadas para também transportar pessoas. Em março de 2019, fomos até o aeroporto Santos Dumont receber o Jonas Hagen, colaborador da TA em Nova Iorque. Pedalamos sob chuva até Copacabana com toda bagagem nas bicicletas. Zero emissão de poluentes, consumo de combustível e muita diversão envolvida. Você já pensou em chegar de viagem e ser levado pra casa de bicicleta?  Assista um vídeo com o mesmo trajeto, realizado em outra ocasião, pelas ciclovias que ligam o aeroporto à zona sul da cidade.

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Também usamos reboques como o da foto abaixo. Eles podem ser uma ótima alternativa para quem não tem espaço para uma bicicleta de carga. Atualmente é possível encontrar uma grande oferta de reboques, com diversos formatos e capacidades de carga, alguns já fabricados no Brasil inclusive. Existem modelos que são projetados especialmente para levar crianças. Mas isso a gente vai contar em uma publicação exclusiva sobre o tema.

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Faz tempo estamos envolvidos com o tema das bicicletas de carga, em 2015, a pesquisa “Contagem de Estabelecimentos Comerciais com Entregas por Bicicleta”, realizada no quilômetro quadrado mais denso de nove bairros do Rio, mapeou 7524 entregas por dia, sendo o bairro de Copacabana o que realiza mais entregas. Outra pesquisa de 2011 sobre o tema nos rendeu o Prêmio Cycling Visonary Awards e recentemente traduzimos quatro manuais da European Cycle Logistics Federation que tratam sobre diferentes aspectos das bicicletas de carga.

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Existem iniciativas no exterior com sistemas de compartilhamento de bicicletas de carga, quem sabe um dia não temos algo parecido por aqui. seria uma bela oportunidade para que mais pessoas pudessem perceber que dá pra levar muitas coisas na bicicleta, com custo mais baixo, com mais diversão e muito mais qualidade de vida.

Mapa Cicloviário do Rio de Janeiro em nova fase

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Em 2011, no Rio de Janeiro haviam diversas iniciativas de mapas envolvendo o tema bicicletas, eram mapas com ciclovias, outros com bicicletários, lojas e oficinas e mais. No início de 2012, entramos em contato com todos os desenvolvedores para unificar estes mapas, assim surgiu o Mapa Cicloviário Unificado do Rio de Janeiro.

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De lá pra cá, o mapa foi crescendo e amadurecendo, passou por diferentes layouts e hoje chega a quase  dois mil pontos mapeados.

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A repercussão foi tão boa que chegamos a fazer um tutorial, para quem quisesse fazer o seu próprio mapa local, o que resultou em mais de dez mapas feitos com a mesma estrutura encontrada no tutorial, alguns deles hospedados por nós.

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Chegou também a ter aplicativos para celulares que trabalhavam baseados nos dados do mapa base, o Rio de Bicicleta para Android e o CicloviaRio para iOS, ambos vencidos pelos avanços da tecnologia, e uma página exclusiva sobre o mapa no site TA.

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O mapa tinha sua estrutura baseada na tecnologia Google Fusion Tables, que foi descontinuada no início deste mês, tirando do ar todos os mapas feitos com essa tecnologia. Por sorte, um dos principais pilotos do mapa TA, Arlindo Pereira, sempre subiu todos os dados também para o OSM – Open Street Maps e com isso conseguimos alguns dias após a extinção do Fusion Tables, voltar ao ar com uma nova versão desenvolvida pelo Arlindo e aprimorada e ajustada pelo Cristiano Dalbem, desenvolvedor do Bike de Boa e do Ciclomapa, que nos ajudou a colocar no ar a versão atual, que funciona tanto no PC quanto em celulares e tablets. Seguiremos atualizando e desbravando novas tecnologias para manter o mapa no ar com informações valiosas pra quem pedala pelo Rio de Janeiro. Clique na imagem abaixo e confira!

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Promovendo as Bicicletas de Carga

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Em junho, durante a 6º Conferência Internacional de Ciclologística em Dublin, Irlanda, a European Cycle Logistics Federation, lançou como parte de seu atual projeto CCCB City Changer Cargo Bike, quatro guias que promovem o uso de bicicletas cargueiras em diferentes setores; Crianças e Família, Prefeituras, Revendedores e ainda 20 Razões para usar. Os guias fazem parte da estratégia para aumentar as vendas e o uso de Bicicletas de Carga na Europa.

Bicicletas de carga tem se destacado como uma excelente ferramenta para lidar com mudanças climáticas e novos problemas urbanos do Século XXI. A Transporte Ativo já vem lidando com o assunto ao mesmo tempo em que traduz artigos e materiais importantes ainda pouco divulgados por aqui. Então imediatamente entramos em contato com a European Cycle Logistics Federation, pedindo autorização para traduzir este importante material. Autorização dada, o trabalho se iniciou e agora temos o prazer de divulgar aqui o lançamento das versões online dos 4 guias em português.

Clique na imagem acima ou aqui para acessar os guias.