Um Caminho Verde para São Paulo

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São Paulo tem cada dia mais aberto caminho para a circulação por bicicletas. Mas não se trata apenas de uma política de construção de pistas segregadas em prol da segurança, é também um trabalho que envolve a promoção de uma nova cultura de mobilidade.

Um número expressivo de paulistanos utiliza a magrela como seu meio de transporte principal, todos os dias. Já estão nas ruas, ainda que em condições passíveis de serem melhoradas. Qualquer medida de incentivo ao aumento do deslocamentos em bicicleta irá ser em função do aumento do número de viagens em bicicleta e não da “mágica da fabricação de ciclistas”.

Ainda que inconclusa, a ciclovia do Caminho Verde na Radial Leste já é um símbolo concreto da inserção do planejamento cicloviário na lógica dos transportes em São Paulo. Um novo elemento já faz parte do sistema viário da cidade, ele não pode e não irá permancer isolado.

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Uma faixa compartilhada entre ciclistas e pedestres como o Caminho Verde na Radial Leste é também a requalificação de um espaço antes abandonado. A paisagem que antes tinha apenas um muro e muito concreto agora já tem flores, árvores recém-plantadas e um piso vermelho que parece brilhar com a água da chuva.

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Bicicletas Estacionadas

Um série de fotos feitas no EUA e no Canadá mostram uma enorme diversidade de estruturas para o estacionamento de bicicletas.

Infindáveis dicas sobre o que fazer e o que não fazer para oferecer espaços adequados para os ciclistas estacionarem. Afinal, toda viagem de bicicleta se inicia e se conclui em um destino e em ambos são necessárias estruturas ou locais adequados para guardar a magrela com segurança.

– É preciso visar a felicidade do ciclista.

– A bicicleta tem que estar no topo das prioridades.

– A estrutura deve ser fácil de usar e protegida.

– Quanto mais protegida, melhor.

– Prender só a roda é uma furada.

– O ideal é ter vaga na porta.

– Um armário próprio é uma excelente idéia.

Confira o álbum do Estacionamento de Bicicletas.

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Claro que ciclovias são bem vindas, mas sempre inseridas dentro do “Planejamento Cicloviário”. Esse conceito ainda é novo no Brasil, mas é o que possibilita que grandes cidades européias sejam amigáveis a bicicleta. Seja na Dinamarca, na França, na Alemanha, na Inglaterra, na Holanda, etc…

Por exemplo, Munique na Alemanha tem aproximadamente 1.200 km de pistas para bicicletas, dentre essas estão as ciclovias. Mas existem ciclofaixas, ruas de trânsito compartilhado, etc. O mais importante é que lá as magrelas são uma alternativa séria de transporte, uma maneira de ir de casa para qualquer lugar. Essa medida contribui para que o trânsito seja melhor, assim como o trânsito também tem melhorado em Londres ou Paris por exemplo. A mobilidade tem sido pensada em função da fluidez das pessoas e não dos veículos motorizados. Com isso acaba sobrando mais espaço nas ruas e avenidas, diminuindo assim os engarrafamentos.

A fluidez do tráfego nas cidades brasileiras só vai melhorar quando houverem alternativas de deslocamento. Uma delas é a bicicleta e para que mais pessoas utilizem a bicicleta mais vezes é necessário encarar as reais necessidades dos ciclistas que já pedalam em nossas ruas. E na maioria das vezes o que o ciclista mais precisa é de respeito pelas leis de trânsito brasileiras. Leis que preveem que nas ruas o maior deve zelar pelo menor e todos pela segurança dos pedestres.

Quando cada motorista olhar para um ciclista como uma aliado, maior será a segurança no trânsito e mais pessoas terão a excelente idéia de pedalar sempre que possível. A realidade hoje ainda é difícil, mas não podemos depositar nossas esperanças apenas na infraestrutura de pistas segregadas para bicicletas (as ciclovias). Temos de pensar em como tornar nossas ruas mais amistosas para as pessoas.

Paris está repensando suas ruas e está em um caminho a ser seguido.

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Mais:
Carta ao blog do Jamildo.
Prioridade Absoluta para Bicicletas
Dilema das Ciclovias

Campeã do Transporte Sustentável

O ITPD (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento) concedeu recentemente a Nova Iorque o prêmio de Transporte Sustentável de 2009. O troféu coroa o sério investimento feito na cidade em prol da qualidade de vida, melhorias no transporte público e promoção aos meios de transporte limpos.

Pedalar, caminhar, usar o transporte público sempre foram atitudes comuns a maioria dos nova iorquinos. Afinal a cidade tem o menor índice de automóvel por habitante nos EUA. No entanto para ser campeã do transporte sustentável a metrópole foi além. Em 2006 foi traçado um plano que mira no futuro, o PLANYC 2030

Todos os grupos de ativistas da cidade somados ao engajamento da população ajudara a construir a vontade política nos governantes para que mudanças concretas fossem propostas e postas em prática. A cidade acabou por provar ao mundo que grandes densidades populacionais são uma grande riqueza que pode e deve ser usada para melhorar a qualidade de vida da população.

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Saiba mais:
– sobre o Prêmio de Sustentabilidade em Transporte.
As Ruas Sustentáveis de Nova Iorque.

Capacitação Cicloviária

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A bicicleta cada vez mais entra na pauta da mobilidade urbana ao redor do Brasil. Mas ciclistas e técnicos ainda não estão totalmente entrosados. A Transporte Ativo no Rio de Janeiro e em São Paulo deu um passo importante para a construção desse entrosamento. O curso de Planejamento Cicloviário que começou na CET-Rio e depois foi para a CET em São Paulo tem um grande potencial de se espalhar pelo país afora.

Para que mais técnicos na administração municipal saibam do potencial da bicicleta e das necessidades dos ciclistas, a TA em parceria com o I-Ce promoveu um importante treinamento durante o Bicicultura em Brasília. A idéia foi espalhar o conhecimento adquirido para que o curso de Introdução ao Mundo Cicloviário seja replicado no maior número possível de cidades.

O público ficou a par da história de como chegamos a essa palestra e recebeu todas elas abertas para serem editadas e apresentadas nas suas cidades. Somente dessa maneira os encontros cicloviários ao redor do Brasil poderão ter novos rostos e a bicicleta deixará de ser do interesse de apenas alguns técnicos dentro dos órgãos municipais.

Em breve será disponibilizado também um vídeo em DVD com a íntegra da palestra em Brasília. Tudo para que o curso não fique apenas no papel e na cabeça, mas ganhe espaço junto aos ciclistas, técnicos e cidadãos em geral.

Organizações, Clubes e Grupos Presentes:
Clube de Cicloturismo, CicloBR, Viaciclo, Bicicletada DF, Pedal Noturno DF, Escola de Bicicletas, Bike Cicloverde, UCB, Bicicleta Livre, Ciclo Urbano e a presença de Mirian Van Bree da Fietsersbond e Jaap Rijnsburguer do I-CE. E ainda representantes do GT Denatran, CEFET-RJ, Secretaria de Educação DF e Governo do Estado de Alagoas

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Com esse público dá pra imaginar a qualidade do evento, aprendemos muito também.
Estavam representados os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Sergipe, Alagoas e Distrito Federal, além da presença dos holandeses.
A primeira foto é do André Geraldo Soares

Saiba como foi em São Paulo: