Na divisão de poderes do Estado o legislativo certamente é o maior mistério. As discussões, comissões, disputas e omissões para a criação de novas leis e reformas das existentes são extremamente complexas de serem entendidas por quem está de fora, isto é, a maioria de nós eleitores.
Os caminhos dentro do Congresso são longos e até mesmo tortuosos, literalmente. Por entre longos corredores é fácil se perder em meio a desumana arquitetura das esculturas de concreto de Niemeyer. É a “casa do povo”, mas não é capaz de receber as demandas populares. Corredores de teto baixo e salas com mesas e cadeiras fixas muito espaçadas tornam o ambiente a antítese da Ágora e até certo ponto inviabilizam o debate legislativo entre representantes eleitos e os cidadãos.
Apesar das dificuldades físicas e também das simbólicas, é no Congresso Nacional que se modificam as leis e também se criam novas. Influir nesse espaço costuma ser algo da prerrogativa de grupos que investem na pressão para que interesses particulares estejam acima da vontade da população.
A sociedade civil brasileira, promotores da bicicleta inclusos, ainda aprende como fazer pressão em torno das suas demandas. Desconhecemos os caminhos entre corredores do Congresso e naturalmente as forças em disputa entre os que lá circulam. Ainda assim há muitos espaços ainda vazios, prontos para serem pedalados.
Bicicletas na agenda nacional do país, com representatividade local e força de pressão nas esferas locais, estaduais e federal é uma construção possível que aos poucos começa a se desenhar.
Por hora batalhamos pela isenção do IPI para bicicletas, uma idéia que já atraiu mais de 85 mil assinaturas virtuais que funcionaram como meio de pressão para que um pequeno grupo de ciclistas tivesse força para pressionar senadores e deputados, in loco.
Entenda um pouco mais o que os ciclistas foram fazer no Congresso Nacional no Vá de Bike.
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