Caminhar para a escola é uma atividade de grande importância para crianças e uma maneira de inseri-las na agenda de mobilidade das administrações municipais. Dois exemplos europeus merecem destaque e diversos outros estão disponíveis no site iwalk.
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foto scaneada pela autora.
Retirada da “Revista Movimento” da ANTP
Criado em 1998 em Lausanne na Suíça, o Projeto Pédibus (em francês), é uma proposta que organiza trajetos guiados a pé até a escola. A intenção é dar às crianças mais autonomia para andar na cidade, maior contato com a paisagem urbana, além de imprimir uma visão crítica e cidadã sobre o trânsito.
A adesão dos pais é voluntária e eles se revezam na tarefa de conduzir os grupos de crianças. Essa experiência, ainda amadora, é creditada ao esforço pessoal de Catherine Zaccaria, funcionária da prefeitura que em cinco anos conseguiu organizar dezenas de itinerários. Os custos para a administração municipal são de apenas 8 euros por ponto de transporte.
O Pédibus também está presente na capital italiana, Roma. Cidade com quatro vezes mais carros do que crianças. O projeto conta com a iniciativa de uma jovem italiana que mal sabe escrever, mas que deixa o seguinte recado no pára-brisa de um automóvel: “Eu me chamo Alice e participo do Pédibus. Ao estacionar sobre a faixa de pedestres, você impede a minha passagem”.
A funcionária da Prefeitura de Roma encarregada da Infância, Pamela Pantano, apóia o projeto. Segundo ela, uma importante contribuição urbanística do Pédibus é a escolha do itinerário. O transporte passa somente por onde houver sinalização de trânsito adequada, o que funciona como pressão às autoridades. “É um ônibus Humano em todos os sentidos”, afirma.
Em Roma o custo do “ônibus-pedestre” é de 1,95 euros por passageiro/dia, a cargo da administração municipal. Esta contribuição mensal é paga a um grupo de “monitores” que conhecem as crianças e as conduzem no percurso. Existe a intenção por parte da Prefeitura de passar a cobrar pelo serviço, a fim de ampliar a oferta, entretanto essa atitude poderia prejudicar a difusão do projeto. O peso das mochilas e as condições climáticas são outros desafios a serem encarados.
Iniciativas similares ao Pédibus procuram criar desde cedo uma cultura contra o “autosolisme” (em francês, contração de automóvel e sozinho). Mais exemplos podem ser conhecidos através do site iwalk. Trata-se de um site inglês mantido pelo Centro Nacional de Rotas Seguras para Escola dos EUA (National Center for Safe Routes to School) iniciativa do centro de pesquisa em segurança viária da Universidade da Carolina do Norte nos Estados Unidos.
No Brasil, mas informações podem ser obtidas junto à Associação Brasileira de Pedestres (ABRASPE) ou junto à organização “Criança Segura“.
>>>Matéria retirada da revista Movimento – Vencer Distâncias – iniciativas de mobilidade no Brasil e no mundo, artigo: Pequenas Ações, Grandes Objetivos, outubro de 2004, número 2, pág. 8, autores: Pauline Garin, Guillaume Pivot, Justin Villellongue, Centre de Formation de Jornalistes (CFJ) Paris, França.
A revista Movimento, mobilidade e cidadania é uma publicação da Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP, editada pela Multiletra.”
O “Vencer Distâncias” é uma parceria entre o Institut pour la Ville en Mouvement, a ANTP e o Departamento de Jornalismo da ECA-USP, feito a partir do concurso internacional “Mobilidades Urbanas em Foco”, realizado em 2004.
Excelente iniciativa !
Torço para que possamos ver essas crianças passeando por nossas ruas em um futuro próximo (e com segurança). Isso é um exemplo de civilidade !
Se tivéssemos ciclovias decentes e bicicletários nas escolas, isso seria bastante interessante também
Abraços, parabéns pelo Site
eu quero saber das marcas, empresas e fotos de ônibus.
e logo eu entrarei no railbuss. Você sabe, né:união dos busólogos brasíleiros, E-ônibus, railbuss, revista do ônibus, busólogs da Argentina, busólogos do Chile e busólogos do México.