O tradicional show de Natal do rei Roberto Carlos teve seu palco em plena praia de Copacabana. Um cartão postal da cidade e um ícone brasileiro, juntos.
Para que o público estimado de 1 milhão de pessoas pudesse assistir ao show e circular pelo bairro, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial de circulação. A partir das 15hs, o acesso de automóveis particulares em Copacabana ficou restrito. Uma medida simples que desagradou alguns, mas foi responsável pela facilidade de circulação de todos. Mais pessoas puderam circular, apenas os motoristas tiveram de escolher outro meio de transporte.
Os moradores de Copacabana e a população flutuante já sabem que o bairro é pouco convidativo à circulação de automóveis. A falta de espaço nas ruas e para o estacionamento é o principal problema. Reza a lenda que se todos os moradores saíssem, a pé, de seus apartamentos, não haveira espaço nas ruas do bairro.
Refletindo em relação ao problema e fazendo as contas a conclusão é simples. O automóvel particular, veículo individual de uso no espaço público, infelizmente não tem vez nas ruas de Copacabana. Seja no cotidiano, ou principalmente na realização de grandes eventos. E para que todos possam ter garantido o sagrado direito de ir e vir, é preciso que seja restringida a circulação de carros, e somente deles.
Assim foi feito. Os cariocas ganharam um show de presente, a cidade reforçou seu caráter de palco mundial de rara beleza. A contrapartida foi deixar o carro na garagem ou fazer uso dos transporte ativos, transporte público ou táxi.
Caro João
me desculpe, mas tenho de discordar inteiramente de você por este post. Eu estive em Copacabana naquele dia, como faço habitualmente, e sempre de bicicleta. O trânsito dentro do bairro estava realmente tranquilo. No entanto, do “lado de fora” – principalmente em Botafogo, estava um caos. Um amigo que ia almoçar com os parente na Urca teve de desembarcar do táxi na Rua da Passagem e ir a pé. E o pior eram as pessoas que saíram do bairro de carro e não conseguiam voltar, além das pessoas indo levar parentes para o Copa d’Or. Quem viu a reportagem da televisão, mostrando a truculência da GM, ficou chocado. Se a prefeitura quiser diminuir o número de carros em Copacabana, tem de começar suprimindo as famigeradas pistas reversíveis de tráfego que, além de representarem uma ameaça à segurança das pessoas (sobretudo pedestres), são um incentivo claro ao uso do automóvel pelos moradores de Copacabana e de outros bairros). E também, restringir a circulação e o estacionamento de automóveis com medidas efetivas de gerenciamento de demanda, e não com medidas arbitrárias como essa. Na verdade, Copacabana não é menos “convidativo à circulação de automóveis” do que outros. Uma política de redução da circulação de automóveis tem de considerar a cidade inteira, para o bem de toda a população carioca. Um abraço do Henrique.