Para quem são feitas as ruas

O que nossas ruas são hoje, é resultado de decisões tomadas no passado. O que faremos com o espaço público de circulação em nossas cidades é tarefa para o presente.

No mês de fevereiro, esteve no Rio de Janeiro, à convite do ITDP, o arquiteto Michael King. Ele falou sobre as mortes no trânsito, e foi enfático ao declarar que para reduzir o número de mortos, tem de haver reduções no limite de velocidade do trânsito motorizado. Um pequeno diálogo imaginário ajuda a ilustrar a idéia.

– Você deixaria seu filho de 7 anos atravessar a rua para ir a escola? Então: quais as medidas que precisam ser tomadas para permitir que uma criança de 7 anos possa atravessar a rua?

– Projetar conversões que se adaptam a caminhões proporcionam que automoveis possam fazer o giro a 43km/h. É esta a velocidade que gostaríamos que um automóvel realizasse uma curva em qualquer lugar?

Outras questões ficaram no ar: Porque nos cruzamentos da cidade do Rio de Janeiro as travessias de pedestres estão recuadas da esquina se os pedestres não fazem desvios?

Como parte do workshop, King visitou, com diversos técnicos da prefeitura do Rio, a Lapa e os arredores da Central do Brasil, lugares com um enorme fluxo de pedestres. Espera-se que trabalhadores e boêmios sejam beneficiados.

Com informações do site do ITDP (em inglês) e do blog Urbanismo e Transporte.

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Crônica das onze horas

Começou com a ciclista toda feliz porque o outono teve saudade e derrubou mais cedo o calor insuportável que andava fazendo na cidade. E porque ela voltou a pedalar depois de duas semanas meio que longe da bicicleta, o que já estava deixando-a um pouco mal humorada.

E por causa de uma certa preguiça, ela resolveu fazer o caminho mais plano, com direito a contravenções, porque pegava uns bons trechos de calçada. E ainda por cima, resolveu pedalar pela primeira vez com o iPod no ouvido, com a trilha de “500 dias com ela”. Sorrindo, se assustou quando percebeu que estava conseguindo pedalar de pé na bike depois de dois meses tentando desajeitadamente.

No caminho, cruzou com uma família na calçada, cheia de filhos pequenos, e enquanto o pai dizia para o filho menorzinho e todo ranhento “cuidado com a bicicleta”, ela reduziu e sorriu para o
menino, que sorriu de volta com a carinha toda melecada.

Dessa vez não foi xingada por ninguém, mas quase teve uma colisão. Um moço de bicicleta vinha pela mesma calçada no outro sentido, e os dois desaleraram, se desviaram e sorriram, e ela quase ficou com pena de não ter batido porque ele tinha um sorriso tão bonito que ela teve vontade de conversar com ele.

Aliás, ela pensou, foram quatro ciclistas hoje. Todos com cara de que iam para algum lugar, de bagageiro com alforge e tudo, o que era incomum naquele percurso dela. E sorriu de novo pela companhia anônima nas ruas.

Chegou no trabalho às onze horas, com o cabelo cheio de pontinhas que ela adorava, que secador nenhum conseguia fazer, só o vento da bicicleta. Sobre a bike, deu bom-dia para sete pessoas, mesmo na cidade cinza, cheia de SUVs (um dos quais quase passou por cima dela um
pouco mais cedo) e policiais e agentes da CET semicegos.

Às vezes a vida podia ser bonita sem razão nenhuma.

Postado originalmente na Gata de Rodas.

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Na praia da Barra, muitas pedaladas

Rio, Capital da Bicicleta

A Transporte Ativo, segue, quase como na música de Tim Maia. Mas ao invés do Pontal, estivemos na praia da Barra, em frente a praça do Ó. Foi a terceira etapa da Campanha Educativa, Rio Capital da Bicicleta. Uma parceria entre a Prefeitura do Rio, secretarias de Meio Ambiente e Saúde, CET-Rio e Transporte Ativo.

Tomo guaraná, suco de cajú, goiabada para sobremesa…

Confira o álbum de fotos.

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Cultura pró-bicicleta

From Bicicletário Laura Alvim

Ir ao cinema, ao teatro, tomar um café ou comprar livros, tudo em plena orla de Ipanema na Casa de Cultura Laura Alvim. Agora com um belo bicicletário feito a partir de sucata reaproveitada.

Em uma parceria do centro cultural com o programa “Rio, o estado da Bicicleta”, foi instalado esse bicicletário que tende a ser mais um marco cultural carioca. Não só pela comodidade de ter vaga na porta para ciclistas, mas por ser uma das áreas mais nobres da cidade. A iniciativa valoriza ao mesmo tempo a Casa de Cultura e a bicicleta.

From Bicicletário Laura Alvim

Que outros espaços culturais tenham a mesma iniciativa da Casa de Cultura Laura Alvin, qualificando o espaço público com estacionamentos para nossas queridas bicicletas.

From Bicicletário Laura Alvim

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Tudo na bicicleta, e os primeiros a chegar.

Em mais uma parceria com o poder público a Transporte Ativo uniu-se à prefeitura do Rio para ajudar no trabalho de conscientização e educação cicloviária. Estiveram presentes a Cet-Rio, a Secretaria de Meio Ambiente (SMAC) e a de Saúde, cada um com uma abordagem diferente em relação as bicicletas.

Cet-Rio e a TA apresentaram as vantagens da bicicleta como meio de transporte. Além do bate papo nas tendas, os interessados puderam se inscrever para um curso gratuito de introdução ao mundo cicloviário. Já o pessoal da SMAC e da Saúde abordaram os benefícios ambientais do uso da bicicleta para a cidade e para os cidadãos.

Motivo de orgulho, barraca da TA foi a mais cheia. Buscamos manter a descontração e para atrair os ciclistas e pedestres que lotam a orla, uma bicicleta presa a um cavalete. Deu certo, chamou a atenção e além dos amigos, muitos outros pararam para trocar algumas idéias e também para calibrar os pneus.

A Barraca da TA, com bicicletário

A informação pode circular livremente através dos banners, dos mais de 1.000 folhetos distribuidos e claro através do bate-papo. Mesmo campeão em infraestrutura cicloviária, o Rio de Janeiro sempre foi carente de educação cicloviária. Esperamos que seja um primeiro e importante passo. E a que a expansão da malha cicloviária siga sendo feita ao mesmo tempo que a expansão da consciência sobre o potencial da bicicleta e a melhora maneira de utiliza-la.

Confira o álbum de fotos.

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