Bicicleta para Todos

O que explica o fato que Holanda, Dinamarca e Alemanha são países repletos de bicicletas nas ruas? O biotipo majoritariamente loiro, os idiomas estranhos com sons guturais? Ou será culpa da neve no inverno?

O Prof. John Pucher, da Rutgers University (Nova Jérsei, EUA), têm estudado esta questão nos últimos 12 anos. Em julho de 2008, Pucher publicou o artigo Making Cycling Irresistible, com base em dados estatísticos agregados, além de estudos de caso diretamente em cidades daqueles 3 países. O que ele encontrou pouco tem a ver com cor dos cabelos, fonética ou clima.

As conclusões encontradas no artigo estão resumidas na apresentação Cycling for Everyone, que o professor fez em Vancouver no Canadá.

Essa apresentação foi gentilmente cedida à TA que traduziu para o português e disponibiliza, em primeira mão: Bicicleta para todos, são 91 slides e cerca de 15MB.

As pesquisas do Prof. Pucher mostram que o sucesso da Holanda, Alemanha e Dinamarca em incentivar o uso da bicicleta decorre de uma implementação coordenada de várias políticas multi-facetadas que se reforçam mutuamente.

A íntegra da pesquisa Making Cycling Irresistible está sendo traduzida pela Transporte Ativo.

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Desafios Auto Impostos

Um cano cortado ao meio onde se realizam manobras de skate. O termo em inglês half-pipe evoca uma modalidade esportiva que ganhou notoriedade e ajudou a popularizar a cultura das “pranchas sobre rodas”.

Hoje atletas do skate são conhecidos ao redor do mundo e em um festival de rock realizado em São Paulo a pequena prancha e seus artistas estavam presentes na condição de astros. “Palcos” exclusivos em uma disputa de igual para igual com os músicos pela atenção do público.

No half pipe música alta e um locutor era tudo que se ouvia. A ação e os olhares do público estavam centrados na pista onde os skatistas se lançavam sem medo em vôos cada vez mais altos. A meta subia em relação a borda. Primeiro 1,80 depois 2,40 e assim até os 4 metros. Aos poucos o número de atletas que superava as marcas diminuía. Até que apenas Sandro Dias (ou Mineirinho) foi capaz dos 3,60 m. Incitado pelo público Sandro levantou a marca. Todos pediram 4 metros, o atleta foi prudente e tentou primeiro 3,80 m. Superada mais essa marca, era a hora de agradar aos fãs.

Ao contrário da maioria dos atletas, Sandro não descia do Canion, uma rampa elevada que ajuda o atleta a ganhar velocidade, o Mineirinho descia a rampa da parte mais baixa e fazia pequenos saltos para ganhar velocidade. Assim foi mais uma vez na tentativa para os 4 metros. Pequenos vôos velozes que culminaram com o salto visando a marca imposta apenas pelo atleta e o público.

No momento exato Sandro usa as duas mãos para gentilmente levar o skate além dos 4 metros. Delírio do público.

Bicicletas são bem vindas em Brasília também

Embora o projeto inicial do Plano Piloto fosse centrado nas pessoas e no conceito de vizinhança, por interesses pouco revelados Brasília passou a ser conhecida como “a cidade planejada para automóveis”. Com o tempo esta cultura foi se cristalizando na cidade, e as vias largas da cidade alimentam o sonho idílico de todos os motoristas visitantes. Os habitantes de Brasília não têm pernas, têm quatro rodas, diz a lenda que também é um mito. Mas hoje, com um milhão de carros nas ruas, o sonho está se tornando pesadelo, e a cidade já enfrenta os mesmos problemas de outras megalópoles.

Muitas bicicletas andam pelas ruas de Brasília. Espelhando aquele mito, muitas pessoas, empresas e órgãos públicos insistem em não enxergar esta realidade. O exemplo mais óbvio disto é que nenhum shopping da cidade permite estacionamento de bicicleta, ou tem local apropriado para isto. Alguns chegam até a expulsar ciclistas…

Não permitia!! A recente instalação de um bicicletário pelo Brasília Shopping é uma iniciativa pioneira e inovadora em todos os sentidos.
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Localizado no piso G1 da garagem, o bicicletário foi instalado há pouco mais de um mês. A administração do Brasília Shopping também vai implantar sinalizações indicativas e de segurança.

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O local é bom e tem suportes confiáveis para prender as bicicletas. O acesso ao bicicletário é pago, cobrando das bicicletas a mesma tabela para carros. Isto pode ser melhorado com uma adaptação simples no sistema: basta carimbar os tíquetes das bicicletas e ter um código de cobrança com descontos.

Segundo a administração do shopping, o bicicletário insere-se dentro da já existente política de sustentabilidade do edifício e foi instalado para atender as demandas e expectativas do seu público cliente-alvo.

O Brasília Shopping está de parabéns por seu pioneirismo e por estar antenado na nova onda que está mudando a forma de ver e viver a cidade. Faz jus ao seu nome: Brasília é a cidade das vias largas sim, mas também das amplas calçadas, das imensas áreas verdes, dos Clubes de Vizinhaça, dos comércios locais voltados para as quadras residenciais próximas. Brasília das bicicletas!

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Saiba mais sobre o Rio de Janeiro e bicicletas nos Shoppings.

Executivos de Bicicleta

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Foto luddista.

A Bicicletada Paulistana de Agosto foi a edição dos executivos. Ternos, gravatas, saltos tudo em estilo fino. A massa cresce e os sentidos múltiplos são cada vez mais evidentes. Perdidos em meio a uma multidão de bicicletas cada ciclista sempre em frente, cria por si o sentido para o que é o movimento.

Da multiplicidade uma verdade, pedalar não exige trajes de esportistase é sempre trazer alegria a quem pedala, não importa com que roupa.
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Foto Igor.

Mais sobre a Bicicletada de Agosto de 2008.