Destaques
Do guidão para a saúde
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foto Zé Lobo
A bicicleta além de um meio de transporte extremamente eficiente, é também não poluente. Uma reportagem divulgada hoje no Jornal do Brasil mostra que, segundo a FEEMA, 77% da poluição do ar no Rio de Janeiro é causada pelo trânsito.
Fica implícita a necessidade de mais deslocamentos movidos a feijão com arroz para termos uma população mais saudável e o ar da cidade mais limpo. A matéria faz parte de uma série de reportagens chamada: “Trânsito, o inferno é aqui”. No entanto, para quem pedala transitar é também uma forma de chegar ao paraíso no dia a dia. Uma vida mais saudável em uma cidade mais humana.
O ciclista respira ainda um ar sempre renovado e, por isso, mais limpo. É o que comprova um estudo de 1995 chamado “A exposição de ciclistas, motoristas e pedestres a poluentes causados pelo tráfego” (em inglês). Além disso, a poluição dentro dos carros, prejudica o coração segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
Não importa a idade da frota de bicicletas, nem dos ciclistas. O uso das magrelas abre caminho para cidades com ar mais limpo e pessoas mais saudáveis.
Leia a matéria do JB na íntegra.
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Foto Rafael Moraes – JB
Pedale, seu corpo e sua cidade agradecem.
Urbana à Holandesa
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foto Edu
A Monark Brisa ainda é fabricada. No entanto, a versão testada é bastante diferente da que sai hoje da fábrica. Parte da família desde os anos 80, a bicicleta tem um charme todo especial. Quadro com curvas sinuosas e um par de tubos mais finos acima do principal. Bagageiro e paralamas completam o visual urbano.
Originalmente toda rosa (incluindo o selim), o modelo testado sofreu algumas modificações estéticas e de conforto, além de um conjunto de freios superior ao original. No entanto toda a relação de transmissão continuou a mesma. Foram trocados os freios, guidão, punhos, manetes de freio, selim e canote. O sistema de frenagem era a parte mais carente de modificações da bicicleta original e como os manetes eram soldados ao guidão, as modificações acabaram sendo grandes. No entanto as características originais foram preservadas, principalmente no que tange a posição de pedalar. O selim bastante acolchoado (ao contrário do original) e com duas molas (o original tinha apenas uma) foi uma opção em nome do conforto.
Naturalmente que quanto mais confortável e maleável o selim, maior a perda de desempenho na pedalada. Mas numa bicicleta com velocidade máxima de 25 km/h (no plano) devagar e sempre é o lema e um bom assento para admirar a paisagem é fundamental.
Com uma coroa de 46 dentes e peão de 18 a Brisa é capaz de subir pequenos aclives e também preserva uma boa arrancada, fundamental no trânsito urbano. Um grande diferencial do veículo e que confere não só charme como também uma performance diferenciada são os aros de 27″. A dificuldade de vencer a inércia efetivamente é um pouco maior, no entanto, depois de embalar as rodas tendem a seguir girando mais facilmente do que se fossem de 26″ polegadas. Esse pequeno detalhe contribui para que o ciclista possa economizar um pouco de energia.
Boa de pedalar a Brisa é também uma bicicleta com “facilidades de estacionamento”. Mesmo com a pintura em spray e vistosos adesivos da Transporte Ativo é um veículo bastante simples. Simplicidade no caso se traduz em baixa atratividade para o furto. Com isso torna-se perfeita para pequenos passeios, ir ao mercado, ir ao cinema perto de casa à noite ou qualquer giro curto pela cidade.
Há também uma exclusividade para os cariocas, a Brisa é capaz de transportar um ciclista feliz até a praia num fenomenal fim de tarde, ficar presa num paraciclo do calçadão, aguardar o retorno do banhista e seguir com ele de volta.
Por não ter um sistema complexo de transmissão a bicicleta ganha em praticidade também na hora da manutenção. Essa característica somada aos excelentes paralamas que isolam com competência a famigerada “água que vem de baixo”, tornam a Brisa um excelente veículo também para dias de chuva.
No melhor estilo holandês de simplicidade e meio de transporte, a Monark Brisa é ideal como veículo do dia a dia para usar à vontade. Para quem quer uma bicicleta guerreira para pedalar sem complicação, é bom olhar com outros olhos aquela “bike de mulherzinha” jogada na garagem. Milhões de holandeses não podem estar errados.
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foto do autor
Eficiência nas ruas
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stencil paulistano
Uma bicicleta além de energeticamente eficiente representa também bom uso do espaço público. Ruas, como os rios, tem “vazão”. Enquanto um corpo d´água quando excede seu limite, transborda, o mesmo não acontece com uma rua, muitos veículos e nada mais flui.
A largura de uma ponte para que 40.000 pessoas possam cruzá-la em uma hora pode variar entre 10 ou 136 m depende apenas de qual meio de transporte essas milhares de pessoas optem por utilizar:
– Bicicleta: 10m
– a pé: 20m
– Ônibus: 38m
– Carro: 136m
A biblioteca do site da TA conta com uma série de documentos analisando a questão. Um deles mostra as “Vantagens da Bicicleta sobre o Automóvel” (arquivo DOC).
Uma exemplificação visual está no vídeo feito na Avenida Niemeyer no Rio de Janeiro. Quem optou por ocupar mais espaço está parado, nada flui. A bicicleta por sua vez, desliza.
Admire:
Duração: 5 min 34seg
Para baixar o vídeo (WMV). Ou no youtube.
Download the english version (WMV). Also on youtube.
Durante esse vídeo foram ultrapassados 117 carros. Um a cada 2,7 segundos.
Freiburg, Alemanha
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Freiburg na Alemanha tem atraído a atenção de especialistas na área de mobilidade. O motivo é simples, ao contrário da maioria de outras regiões ao redor do mundo, a cidade apresenta um número decrescente de deslocamentos por automóvel particular.
Não por coincidência, existe na cidade um bairro “modelo de sustentabilidade”, o maior da Europa. Chama-se Vauban e está localizado a 4 km do centro. São 5.000 habitantes numa área anteriormente ocupada por uma base militar francesa.
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Mais informações em inglês:
– Um relatório sobre transporte e vida sem carro em Freiburg.
O autor é Steve Melia da UWE-Bristol.
Dahon Matrix
Posted onAuthorJoão Lacerda8 Comments
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foto Edu
A página oficial define a Dahon Matrix como uma bicicleta urbana com atitude. Logo nas primeiras pedaladas o que era texto de propaganda prova-se realidade. O perfil agressivo, os pneus que grudam no chão somados a eficiência dos freios à disco dão confiança ao ciclista e o impelem a pedalar forte.
A relação de marchas com 48 dentes na coroa maior e 11 no peão menor permite velocidades de cruzeiro bastante altas. No total são 24 marchas SRAM num conjunto que não é o melhor da marca, no entanto é muito eficiente. A relação para subir ladeiras também é bastante adequada com 28 dentes na coroa e 32 atrás.
Para encarar subidas a suspensão pode ser travada, o que maximiza a energia da pedalada. O único empecilho é que para “desligar” a suspensão é preciso desmontar da bicicleta, já que qualquer peso do
ciclista impede a mudança da chave de travamento. Mesmo com este pequeno detalhe, a suspensão, com seus 80 mm de curso, está na medida para ruas de asfalto irregular. Até mesmo o famigerado calçamento de paralelepípedos, pesadelo de qualquer ciclista sem suspensão, não representa problema.
Somando-se a suspensão adequada ao uso urbano, excelentes pneus de rua e sistema de freio que transmite grande confiança, a bicicleta merece respeito. Recomenda-se uma conduta mais tranqüila nas primeiras pedaladas para se acostumar com as reações da Matrix, principalmente dos freios potentes em consonância com a suspensão. No entanto, macios e aderentes, os pneus permitem travar a roda traseira numa freada mais forte e ainda assim a bicicleta mantém-se sob controle.
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foto divulgação.
Um pequeno detalhe, facilmente resolvido, foi o comprimento do guidão. Nada que uma serra não pudesse resolver e com um dedo a menos de cada lado a bike ficou perfeita não só quanto ao conforto quando a agilidade nas ruas apertadas da cidade.
Além de todas as características de uma Mountain Bike para uso urbano, a Matrix, como todas as Dahons, é dobrável. Essa funcionalidade é melhor resolvida nos modelos aro 20″. Mais compactos tanto em uso quanto após serem dobrados. No caso da Matrix dobrá-la envolveria o uso de uma chave allen. Ainda que seja simples retirar a mesa e o guidão essa função torna-se um pouco desnecessária na cidade, dado o peso da bike e a dificuldade de carregá-la dobrada. O melhor uso para as dobradiças no meio do quadro são para poder, ao estacionar, “quebrar” a magrela em duas e trancar tanto o quadro e a roda com apenas uma tranca e desencorajar eventuais gatunos.
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foto divulgação.
Gatunos no entanto podem ser um problema para uma bike que além de ser muito boa e relativamente cara para os padrões brasileiros, aparenta ter qualidade, mesmo para quem não conhece nada sobre bicicletas. O desenho do quadro, os freios a disco e a pintura impecável fazem a Matrix chamar atenção o que pode ser um problema para quem usa a magrela como meio de transporte. O empecilho pode ser contornado com o uso de boas trancas (ao menos duas) ou melhor ainda, guardando a bike em lugar adequado no trabalho/local de estudo e em casa.
Para se tornar uma bicicleta urbana perfeita falta apenas um bom bagageiro e pára-lamas para os dias de chuva. Infelizmente é difícil encontrar estes equipamentos com boa qualidade no mercado nacional.
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Mais informações no site oficial em inglês ou na versão brasileira.
