
O sistema Samba de bicicletas de aluguel no Rio de Janeiro, teve seu primeiro revés desde a sua implementação. Em apenas 72 horas foram furtadas diversas bicicletas e danificadas estações. Por conta disso o sistema foi totalmente suspenso, para que seja feita uma restruturação que garanta a integridade das estações e bicicletas.
Em nota oficial, a empresa responsável deixou claro que o tempo fora do ar será acrescido aos planos em vigor, para que os usuários não sejam prejudicados.
Como tecnologia social, bicicletas de aluguel requerem a rápida interação entre o poder público, a iniciativa privada e a população. As estações estão lá para serem usadas e o processo de inserção do sistema na dinâmica urbana teve seu primeiro trauma. Alguns cidadãos se sentem excluídos por não participarem da cidade como um todo, não terem acesso aos serviços disponíveis aos “incluídos”. Uma das consequências dessa batalha silenciosa é a degradação de espaços e equipamentos urbanos. Por conta disso, as bicicletas permanentemente expostas, acabaram sendo vítimas da “cidade partida”.
O problema de segurança pública no Rio de Janeiro não será resolvido pelas bicicletas, nem tão pouco é causado por elas. No entanto, através da inclusão social que meios de transporte ativos promovem nas cidades podem ser construídos atalhos para uma cidade mais socialmente justa e inclusiva. Especificamente em relação ao sistem SAMBA, a empresa responsável e a administração municipal precisam estar cientes da importância de mobilizar os frequentadores dos espaços ao redor das estações, moradores ou não, de que aquele equipamento lhes pode ser útil e está acessível. Para isso, a integração com o Riocard (cartão pré-pago do sistema de ônibus) tem de ser feita o quanto antes. Além disso, a prefeitura precisa escolher locais mais felizes para as estações, por vezes isoladas em canteiros centrais e áreas de baixa circulação de pessoas, o que facilita a ação de criminosos e vândalos.



