Esporte de velocidade em circuito fechado

The First Belgian ROLLAPALUZA – The movie

Homem e máquina em uma disputa com muita adrenalina. Os ouvidos são preenchidos pelo arfar do sprint final, pelo bate papo entre amigos e o brindar de garrafas.

Desde o ano 2000 uma equipe inglesa tem buscado popularizar novamente o que em inglês se chama “roller racing”, ou, em uma tradução literal, corrida de rolo. Tudo muito simples, divertido e muito parecido com o que se fazia em durante o século XX nos teatros, palcos de cinema, etc. Bem parecido com o que acontece no filme Bicicletas de Belleville, mas com as bicicletas à frente da tela.

Mais do que uma atividade física para quem pratica, o esporte tem um importante papel de socialização e integração entre os espectadores. Aqueles que envolvem a bicicleta merecem, nos dias de hoje, mais destaque pela valorização da simplicidade e do papel lúdico dessa máquina tão bonita e cheia de usos.

Outra vantagem da bicicleta é que a mesma bicicleta fixa que se usa nas corridas de rolo, pode te levar até o “show” com tranquilidade. Já para os que gostam de esportes motorizados, a recomendação oficial é deixar o carro em casa. Seja para a Formula 1, ou o Salão do Automóvel. Faz pensar sobre a viabilidade de cada veículo em nossas cidades.

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A síndrome de hamster

Há algum tempo atrás, nasceu o termo “geração saúde”, eram pessoas que buscavam alimentação saudável, exercícios físicos, uma vida ativa.

As academias de ginástica souberam “explorar esse mercado”. Daí para invenções bizarras e adaptações de exercícios físicos ao ar livre foi uma evolução gradual e que desnudou um processo negativo de transformação das pessoas em “hamster de laboratório”.

A bicicleta perdeu rodas e virou ergométrica, a corrida passou a ser feita em uma esteira eletrônica e até inventaram uma máquina de subir escadas sem sair do lugar, o transport.

Claro que existem diversos pontos positivos em lugares fechados para a prática de atividades físicas. No entanto é de fundamental importância que as pessoas possam usufruir de espaços públicos e abertos para a prática de esportes ou atividades físicas.

O horizonte de possibilidades é vasto e cada corredor amador que treina depois do trabalho pelas calçadas do bairro ou o ciclista solitário que se lança veloz por estradas e pistas expressas são a representação de uma demanda reprimida.

Investir em espaços públicos ajuda a melhorar a mobilidade e a saúde da população. Investimento de duplo retorno para o poder público e que de quebra combate a síndrome de hamster.

O futuro já está sendo da retomada das ruas. Não é de se estranhar que até mesmo máquinas de simular subir escada possam ganhar rodas e serem usadas para o deslocamento.

Vídeo via: Update or Die!

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Porquinhos pela floresta

Vivemos na sociedade do culto ao corpo. É uma forma das pessoas encontrarem-se a si mesmas e reagir à sociedade de consumo que transforma gente em consumidores.

Mesmo que o próprio corpo tenha se tornado objeto de consumo – basta ver as capas de revistas e propagandas que usam corpos sensuais para vender de tudo – os exercícios físicos e a valorização do corpo são uma forma de autoconhecimento, de se encontrar no mundo. Devemos sim cuidar do corpo, da saúde. Malhar, correr, pedalar. Por isto, atletas são modelos para a sociedade. Ou deveriam ser…

Porque não basta apenas pensar em si mesmo.

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Após a última Meia Maratona Internacional do Rio, em apenas 2 quarteirões foram encontrados 76 pacotes vazios de aditivo energético pelo chão.

lixo pelo chão

lixo deixado por atletas

A pergunta que fazemos é: se os atletas carregavam os pacotes cheios no bolso, por que jogá-los vazios na rua??

Talvez seja para diminuir o peso morto. Sabe como é, depois que bate o cansaço, um grama faz muita diferença. Carregar o flaconete até o lixo mais próximo seria um esforço sobrehumano, capaz de causar tontura e até desmaio, VO2max!
lixo

Mas depois de pesquisar muito, na internet, nas academias e nos manuais, nós encontramos a verdadeira resposta: o lixo jogado no chão marca uma trilha, como aqueles miolos de pão que os porquinhos deixavam pela floresta para encontrar o caminho de volta.

 

Árvores, ar e planejamento urbano

A natureza nos presta grandes serviços sem cobrar nada. É a chuva que lava o ar que respiramos, trazendo de volta as toneladas de fumaça que mandamos para os ares.

Mas a água com a qual contamos para lavar a sujeira que emitimos tem um ciclo próprio. No sudeste brasileiro é no inverno que chove menos. Frio e o clima seco se somam para prejudicar a saúde da população.

Muitos morrem e outros tantos acabam com pulmão de fumante compulsivo sem tragar um cigarro sequer. E a culpa certamente não é do inverno, mera estação do ano, processo cíclico de bilhões de anos.

E é justamente durante o inverno que recomeça a repercussão do discurso de que a qualidade do ar e a baixa umidade são motivos para que as pessoas se abstenham de fazer atividades físicas. Mas pouco se fala em medidas que efetivamente possam evitar que a qualidade do ar se torne péssima.

O rodízio de veículos foi implementado também para diminuir os efeitos da poluição. O envelhecimento e aumento da frota neutralizaram os efeitos benéficos para a qualidade do ar. No entanto uma medida fundamental do planejamo urbano pode e deve ser mais utilizada, a arborização. Cinco benefícios fundamentais são:

– Filtragem do ar
– Regulação do micro-clima nas ruas e na cidade
– Redução da poluição sonora
– Drenagem da chuva
– Recreação e preservação de valores culturais

Viver em uma cidade não é fácil, mas os benefícios compensam para a maioria da população, nem que seja para viver com pouca qualidade de vida, mas com a subsistência garantida. A construção de políticas públicas para garantir a qualidade de vida dos urbanóides é condição fundamental para que as cidades possam continuar a existir. E a vida humana necessariamente precisa dos serviços da natureza, seja a chuva que lava os ares os a árvores que regulam o clima.

Mais:
Mapa da qualidade do ar em São Paulo
Ecosystem services in urban areas – Bolund

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Bicicletas para a saúde

O Governo de Alagoas anunciou a entrega de 5.300 bicicletas para as ações no Programa Saúde da Família nos 102 municípios do estado.

5.300 bicicletas para a saúde

A intenção é garantir melhor meio de transporte dos agentes comunitários de saúde. A demanda surgiu entre os próprios agentes que, durante o Fórum Viva Vida, falaram das dificuldades que encontravam para atender as famílias e realizar as visitas periódicas necessárias, pois muitas pessoas a serem visitadas residem em localidades distantes.

O objetivo do governo, com esta iniciativa, é ampliar a cobertura à assistência as gestantes, crianças e idosos, contribuindo para redução dos índices de mortalidade infantil e melhoria da qualidade do atendimento à população
Myrna Pimentel, diretora de Atenção Básica

Quando falamos em bicicletas e sustentabilidade, não pensamos apenas no meio ambiente. Sustentabilidade é um conceito necessário em condições de escassez de recursos ou, de outra forma, é usar os recursos disponíveis com eficácia, efetividade, sabedoria.

Em locais tão díspares como Londres, na Inglaterra; Kaberamaido, Uganda; ou vilarejos longínquos no Nepal, a bicicleta dá sua fundamental contribuição para o sistema de saúde.

when looking at ways of providing patient care in the city it was clear that bicycles were the most effective way to get to the parts of the city normal ambulances couldn’t reach
Wayne Badcock, St John Bicycle Ambulance Service

É mais do que sabido que usar a bicicleta é ótima escolha para melhorar as condições pessoais de saúde. Combate doenças, contribui para diminuir o peso, aumenta a força e a condição física. Reveja aqui.

Mais do que tratar doentes, um sistema de saúde eficiente passa antes por medidas de prevenção bem feitas. Ao fornecer agilidade aos agentes comunitários, mais pessoas podem ser atendidas em menos tempo, ampliando o leque de atuação dessas medidas preventivas de saúde. Da mesmíssima forma, se as cidades tomassem medidas preventivas no trânsito, nossas ruas não precisariam ser levadas para a UTI dos engarrafamentos.

A bicicleta está aí, disponível para ser adotada em soluções inteligentes como esta adotada pelo governo alagoano.

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