XI Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil | Resultados

TA2024-POST-SiteEm sua décima primeira edição, o prêmio “Promovendo a Mobilidade por Bicicleta” novamente selecionou excelentes iniciativas brasileiras em prol do uso das bicicletas. Boas ideias merecem e precisam ser reconhecidas e homenageadas.

A entrega de Prêmios acontecerá no 13º Fórum Mundial da Bicicleta e 11º Bicicultura!

Conheça as melhores iniciativas:

1º Lugar Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:
AE241
O projeto foi desenvolvido e permanece em atividade na Ilha de Cotijuba (Trilha Dourada em Tupi), em Belém do Pará e divide-se em 3 etapas:
1. Ação educativa: Iniciado nas aulas de Arte na Unidade Pedagógica Faveira, vinculada à Fundação Escola Bosque-FUNBOSQUE, o projeto abordou a problemática do trânsito na referida ilha, que é tomada por motocicletas. O pensamento crítico é provocado a partir da apreciação das reivindicações de organizações cicloativistas. Iniciou-se uma campanha de doação de Bicicletas na parceria do Coletivo ParáCiclo e Movimento de Mulheres das ilhas de Belém, que arrecadou inicialmente 9 bicicletas, pintadas de dourado em alusão ao nome da ínsula.
2. Ação artística: Em posse das bicicletas e tomando como referência o Plano das Bicicletas Brancas, do grupo artístico e ativista Provos (1965), os alunos percorreram a ilha pedalando as bicicletas douradas, causando impacto visual para os moradores.
3. Ação socioambiental: A partir do aporte financeiro do Coletivo ParáCiclo, conseguimos estruturar um Sistema Comunitário de Empréstimo de bicicletas inicialmente com 9 pontos guardiões das bicicletas, distribuídos na ilha ao longo de aproximadamente 18 km. Hoje contamos com 20 bicicletas e 11 pontos, que ajudam a comunidade no deslocamento e fomentam o turismo de base comunitária na ilha.

Menções Honrosas Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:
AE242b
O Giro Preto nasce em 2018, na cidade de São Paulo, inicialmente como um grupo de pedal exclusivo para pessoas negras, tendo como objetivo principal, reunir essas pessoas para além de pedalar, proporcionar a troca de vivências, experiências, autonomia e não somente sobre pedalar, mas também sobre pessoas negras pedalando na cidade. Nasce como questionamento à falta de diversidade racial nos grupos de pedais urbanos da cidade. Mas os horizontes se ampliaram e viram que não ficariam restritos apenas a um grupo de pedal. Hoje se debate, além da falta de diversidade no cicloativismo, que é hétero, branco e masculino, a questão do direito à cidade e da mobilidade ativa. Além dos pedais aos finais de semana, organizado roteiros de memória negra na cidade, tem participado de debates sobre os temas citados, atuado com ações diretas de intervenções urbanas na cidade (campanha “Onde estão as pessoas negras no seu pedal?”) e também pedais culturais com outras instituições e organizações. Foram inspiração para outros grupos e seguem com sua luta, ocupando os espaços.

AE243b
O projeto Perifa na Pista tem o objetivo de potencializar o uso da bicicleta por mulheres nos territórios periféricos e de baixa renda. Muitas mulheres do bairro usam a bicicleta como meio de transporte e não são levadas em consideração no planejamento da cidade. A ideia do projeto é levar essas mulheres para o debate, para que juntas sejam ouvidas pelo poder público. O resultado tem sido positivo, levando várias mulheres da periferia para dentro da SEMOB em uma visita técnica resultando num compromisso de terem um retorno sobre a demanda levada.
Tem realizado dias de convivência, de trocas e de escuta dentro do território para incetivar e engajar cada vez mais mulheres no processo de cidadania e tomada de decisões sobre as políticas públicas, além de mobiliza-las mais também para pautar a crise climática já que os deslocamentos delas são os mais afetados. Organizam bicicletadas dentro do território, distribuindo plaquinhas, campainhas e adesivos. Fazem rodas de conversas e falam sobre o CTB e as leis que já existem, o direito a cidade e principalmente a rua quando não há infraestrutura cicloviária.
*juntas somos MAIS fortes e alcançamos MAIS*

1º Lugar Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:
LD241
A Prefeitura de Niterói, através da Coordenadoria Niterói de Bicicleta, iniciou em janeiro de 2024 a instalação do sistema Contabike, um avanço significativo na coleta de dados sobre o uso de bicicletas na cidade. O Sistema de monitoramento automático de ciclistas desenvolvido pela empresa Eco-Counter é composto por 11 contadores automáticos, estrategicamente posicionados em locais-chave. Através do Contabike, foi possível identificar que Niterói tem duas das ciclovias mais movimentadas do país na Av. Marquês do Paraná e na Av. Roberto Silveira.
Com um registro detalhado do fluxo de ciclistas, a Coordenadoria poderá fazer análises precisas e planejar intervenções e melhorias de maneira mais informatizada. A instalação do sistema de contagem é um reflexo do compromisso contínuo de Niterói com a mobilidade urbana sustentável. Nos últimos anos, a cidade tem visto um aumento consistente no número de ciclistas, graças às políticas de incentivo, fomento à cultura da bicicleta, programas de educação e comunicação e expansão da infraestrutura cicloviária. A introdução do sistema Contabike é um passo importante para entender melhor o comportamento e as necessidades dos ciclistas em Niterói.

Menções Honrosas Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:
LD242b

O CycleRAP é um modelo criado pelo iRAP voltado para analisar infraestruturas utilizadas por ciclistas quanto ao risco de acidentes. A ferramenta usa dados sobre as estruturas e seu contexto viário, resultando em uma graduação sobre o risco potencial de colisões de ciclistas com veículos, pedestres e outros ciclistas, ou mesmo acidentes solos. Baseado na literatura científica internacional, identifica também as principais recomendações de tratamento para cada trecho, que podem ser adotadas pelas cidades para melhorar a segurança dos ciclistas. Em 2023, o CycleRap se juntou com a Ciclocidade e a SMT – Secretaria de Mobilidade e Trânsito, para aplicar o modelo na capital paulista. Foram utilizadas 1.115 fotografias originárias da Auditoria Cidadã de 2022, da Ciclocidade, que representavam diversas das situações mais típicas encontradas por ciclistas nas ruas. Os maiores riscos identificados referem-se a potenciais conflitos com veículos motorizados. As recomendações principais para o município são as de aumentar a separação entre os modos (alargar as estruturas cicloviárias, instalar segregação leve em ciclofaixas) e reduzir o risco e a gravidade de potenciais sinistros (adequação de velocidades máximas, principalmente nos casos de ciclofaixas). No momento, a CET vem estudando os resultados de forma a incorporá-los no desenho de novas estruturas.

LD243b
O Observatório Cicloviário é uma central de monitoramento que acompanha, de forma automatizada, a evolução da estrutura cicloviária da Região Metropolitana do Recife. O sistema compara com a execução cicloviária em cada uma das cidades com a estrutura projetada pelo Plano Diretor Cicloviário da região. Para facilitar a demonstração dos dados, considera-se EXECUTADA o local onde havia previsão de estrutura e foi implantado algo lá, não necessariamente da mesma tipologia. Com o Observatório é possível confrontar a narrativa da Prefeitura do Recife que contabilizava ter contemplado quase 90%, quando constatamos que menos 30% foi realizado e com tipologia divergente e mais insegura que a planejada. O Observatório também ranqueia os municípios da RMR pelo percentual contemplado do PDC-RMR e os totais de estrutura cicloviária projetadas, realizadas e realizadas dentro do PDC. Também é possível ver a lista de estrutura planejadas e qual a extensão já executada.

.1º Lugar Categoria Empreendedorismo:
EM241
A Oficina Escola ofereceu um curso profissionalizante de mecânica de bicicleta para pessoas das três comunidades periféricas contempladas do projeto Bota Pra Rodar, no Recife. O curso durou 5 meses, com aulas diárias de 6 horas e formou 6 mecânicos, de forma gratuita aos alunos. As bicicletas para o aprendizado foram as do sistema compartilhado Bota Pra Rodar instalado nas comunidades de Caranguejo Tabaiares, Santa Luzia, Entra Apulso e da própria sede da Ameciclo. Com o uso intensivo das bicicletas, havia um grande desgaste físico de suas peças, tornando-se necessária uma rotina de revisão mecânica nas unidades do projeto. Assim, a formação de profissionais para o mercado de mecânica, estimulando a inserção de pessoas na economia local. O foco do projeto foi a empregabilidade, desenvolvimento comunitário e pessoal, realizando isso através da formação técnica e política sobre mobilidade, com atravessamentos necessários das pautas de desenvolvimento urbano sustentável e direito à cidade.

Menções Honrosas Categoria Empreendedorismo:
EM242b
Pedala-se* uma empresa de cicloturismo urbano com foco de atuação na região de  São Miguel Paulista, periferia da Zona Leste de São Paulo. Uma das iniciativas de trabalho da empresa é o projeto “Pedalada Histórica” que tem por objetivo promover o desenvolvimento da cultura, pertencimento e fortalecimento da identidade local, contribuindo para a construção de conhecimento e para a reflexão crítica acerca dos patrimônios culturais e ambientais das periferias da Zona Leste de São Paulo, utilizando a bicicleta como instrumento de circulação de pessoas e saberes nesses territórios.

EM243b
O uso do leito das antigas ferrovias do século XIX, na utilização das estações ativas em pontos de apoio para ciclistas e na restauração das estações que se encontram desativadas para uso turístico, preservando a história e a promovendo meios saudáveis de ligar lugares e pessoas através do cicloturismo. Serão utilizados trechos da antiga Dom Pedro II – Central do Brasil e da Estrada de Ferro Oeste de Minas, interligando 18 municípios.
Pelo caminho, encontrará grande diversidade de atrativos naturais e culturais, além de um contato com as memórias e histórias que envolvem antigas estações e paradas do trem. A contemplação de belas paisagens e a interatividade com gente hospitaleira e a típica culinária mineira pode ser encontrada ao longo da rota, com quitandas que rememoram o antigo costume de vendas de biscoitos, rosquinhas, broas e bolos nas estações ferroviárias, garantia de um cafezinho saboroso, típico de cidades do interior mineiro. A rota traz em si mesma um tripé de sustentabilidade: Econômico – estimula a economia regional e local, com geração de trabalho e renda; Ambiental – deslocamentos não poluentes e saudáveis; Cultural – pela ressignificação das estações, com a reutilização do espaço para diversos fins.

 

É muito bom conhecer tantas iniciativas de qualidade acontecendo pelo país afora!
Agradecemos os projetos enviados e parabenizamos todas as iniciativas inscritas!
Agradecemos também ao comitê de avaliação e ao Itaú Unibanco, que torna possível a realização deste Prêmio.

Para saber mais sobre o Prêmio e suas edições e premiações anteriores, clique aqui.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *