Durante os jogos olímpicos, vemos muito de superação individual, busca por resultados e sonhos. Em meio a tudo isso uma grata surpresa surge em plena Rio 2016, as bicicletas. Iniciando pelo circuito Ciclismo de Estrada mais bonito e completo de todos os tempos, encantando o mundo, a presença das bicicletas na cidade foi muito além do esporte.
Contrariando as indicações da prefeitura, enviadas aos portadores de ingressos de qualquer modalidade olímpica, para que não usassem bicicletas para ir aos jogos, delegações, atletas, voluntários e torcedores fizeram delas a melhor forma de se deslocar pela cidade durante os jogos.
O maior e melhor exemplo, veio da delegação Holandesa, que trouxe sua própria frota de bicicletas para que seus atletas, delegados e voluntários não tivessem problemas ao se deslocar pela cidade, com o previsível caos no trânsito que se anunciava. O Comitê Olímpico Holandês em parceria com a marca holandesa de bicicletas Gazelle coloriu a cidade maravilhosa com suas bicicletas laranjas, circulando sem qualquer tipo de problema ou retenções no trafego durante os jogos.
Conversamos com alguns holandeses pedalando pelas ruas e todos foram unanimes em dizer que as bicicletas fazem parte de seu dia a dia, algo quase como caminhar e que isto é possível em qualquer cidade.
Nas palavras do Consul Geral Arjen Uijterlinde além dos benefícios que já conhecemos, a bicicleta traz sustentabilidade aos jogos, ou seja, é uma importante ferramenta para as mudanças que estamos precisando para o planeta.
O exemplo holandês de trazer suas bicicletas e sua cultura para os jogos Rio 2016 soa como uma grande lição para nossos gestores e planejadores estratégicos, que foram incapazes de ver a bicicleta como uma das soluções para a demanda por transportes durante os jogos, que pode transcender e virar legado para grandes eventos.
Muito do planejamento cicloviário carioca e brasileiro tem influência da expertise holandesa. Entre 2005 e 2010 a organização holandesa Interface for Cycling Expertise – ICE, esteve por aqui através do Bicycle Partnership Program, influenciando e qualificando técnicos, consultores e sociedade civil para o planejamento cicloviário. Agora, 10 anos após eles nos dão uma lição de mobilidade urbana, in loco durante os jogos Rio 2016 ao trazerem uma frota de bicicletas para que seus atletas, dirigentes, técnicos e voluntários pudessem circular pela cidade.
Ao tomar as ruas e bicicletários dos clusters olímpicos, eles vêm dando um belo exemplo de como se deslocar com eficiência contribuindo não só para que os jogos sejam mais sustentáveis, mas para mostrar que sim, é possível que a cultura de uso da bicicleta holandesa seja usada em qualquer lugar.
Parabéns à delegação Holandesa por trazer sua cultura e nosso obrigado pelo belo exemplo.
Obrigado e parabéns também à todos os atletas de diferentes países, voluntários e visitantes que tiveram na bicicleta seu principal meio de transporte durante os jogos, ajudando a cidade a circular com tranquilidade e ficar mais limpa e bonita.
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