Sustentabilidade Urbana

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Cada momento histórico tem seus erros e acertos, mas todos eles tendem a ficar sempre no passado. Muito se fala e se luta em nome do conceito de sustentabilidade. Nossas cidades precisam ser capazes de manter o equilíbrio para que possamos ter um estilo de vida urbano que seja compatível com o meio ambiente.

O crescimento das cidades foi baseado na expansão do concreto, aço e asfalto durante o século XX. As consequências são visíveis em qualquer grande cidade. As perdas econômicas podem apenas ser estimadas e são imensas. Cidades nasceram para facilitar trocas, sejam elas financeiras ou não. As oportunidades concentradas nas metrópoles continuando atraindo até hoje um grande fluxo migratório. No entanto faz-se necessário planejar e antever caminhos para o futuro,
investimentos precisam ser feitos, mas não podem continuar obedecendo a mesma lógica do passado.

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Três peças da mobilidade urbana. Transporte sobre trilhos, planejamento cicloviário e transporte individual motorizado.

O conceito de sustentabilidade precisa caminhar ao lado da diversidade. Quem vive e circula pelas cidade precisa de opções em seus deslocamentos e naturalmente opções de moradia também. A aprendizagem histórica nos trouxe até aqui, mas não podemos insistir no que não pode ser sustentado indefinidamente. Precisamos aprender com nossas cidades e olhar para os acertos vindos de fora ou de dentro. Só assim será possível vivermos em cidades nas próximas décadas.

Sete Mandamentos Cicloviários

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1. Sempre tome partido dos projetos de reurbanização ou construção de novas vias que já serão feitos de quaquer maneira neles incluindo a infraestrutura cicloviária.

2. Nunca deixe o projeto cicloviário a cargo de engenheiros e arquitetos não ciclistas.

3. O sistema cicloviário precisa ser constantemente ampliado e aperfeiçoado em particular com pequenas intervenções.

4. Conservação é crucial. Mantenha sempre um bom e flexivel contrato de conservação.

5. Na hora de começar o faça sempre pelo ponto de maior visibilidade da cidade.

6. As Ciclovias entendidas com espaço exclusivo e fisicamente protegido por uma mureta, defensa ou meio-fio, são, apenas, um tipo de tratamento do sistema cicloviário.

7. Na hora de contabilizar as viagens de bicicleta para poder compor o perfil de uso dos vários modais de transporte em uma cidade e não aceite que os técnicos rodoviaristas contabilizem como deslocamentos de transporte em bicicleta apenas os percursos residência-local de trabalho.

Texto retirado do blog do Alfredo Sirkis. Ex-secretário de Meio Ambiente e Urbanismo do Rio de Janeiro, Sirkis durante seu mandato como vereador colaborou para a inclusão de ciclovias no projeto de reurbanização da orla carioca. A medida teve uma repercussão negativa na mídia, mas contou com o apoio de 88% da população em um pesquisa realizada posteriormente. Além disso, a inclusão da bicicleta como meio de transporte no Plano Diretor de 1992 contribui para o fortalecimento das magrelas como o importante modal de deslocamentos no Rio.

O texto completo é: Apresentando as ciclovias cariocas.

Fixação Ciclística

Simples e capazes de sofisticados movimentos, são as bicicletas de pinhão fixo. Chamadas “fixies” em inglês, são populares em Tóquio, Nova Iorque, Londres, Budapeste e etc… e se alastram mais e mais. Dois blogs no Brasil são focados nesse tipo de magrelas, o RodaFixa e o FixaSampa.

As fixas no entanto representam o tipo mais antigo de bicicletas, antes da invenção da roda livre. Já são mais de 110 anos de manobras. Desde 1899 até os dias de hoje.

Filmadas por Thomas Edison:

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Um Milhão de Amigos

Diariamente aproximadamente 1,2 milhão de pessoas caminham pela Avenida Paulista. Executivos na hora do almoço, executivas apressadas equilibrando-se no salto alto. Mas não são só os ricos e bem vestidos que estão por lá. Trabalhadores de todos os tipos, estudantes e também turistas que passeiam pela avenida cartão postal.

A recente reforma aumentou em 15% o fluxo de pessoas nas calçadas. O conforto para os pedestres rendeu frutos, mais do que isso, abriu a avenida para novos usuários. Cadeirantes e deficientes visuais passaram a ter uma área totalmente acessível para circular. Skatistas e patinadores ganharam no cimento liso uma área de deslocamento e lazer não prevista. Ciclistas sentiram-se atraídos a pedalar na calçada, mas o enorme fluxo de pedestres desencoraja o uso dessa faixa compartilhada informal.

Melhorar a mais famosa das avenidas no entanto é um processo contínuo. Os acertos até agora obtidos podem e devem se espalhar para o restante da cidade. Quando inserida dentro do conceito de mobilidade urbana, a acessibilidade traz benefícios em qualidade de vida para todos. É sempre bom repetir o conceito de que quanto mais larga a calçada, maior é a democracia.

Os benefícios dessa democracia focada nos pedestres e cadeirantes se alastra para além dos beneficiários imediatos. Traz lucros diretos para o comércio, o turismo e valoriza a cidade perante seus cidadãos e o mundo.

Mais florida e iluminada: a nova Paulista – Estadão
Fluxo de pedestres na Paulista cresce 15% – Folha

Mais uma vez Copacabana

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Acontece nesse momento mais uma contagem em Copacabana no Rio de Janeiro. Dessa vez a escolhida foi a rua Figueiredo de Magalhães, esquina com a Nossa Senhora de Copacabana. Uma esquina de trânsito intenso de motorizados com a presença massiva de ônibus. Local por onde passam bicicletas em todos os sentidos e que precisa de um bom tratamento cicloviário.

Em parceria com o ITDP, a contagem está sendo feita antes da implementação da estrutura cicloviária que virá nos próximos meses. Depois de implementadas as melhorias, haverá uma nova contagem para medir o impacto delas no fluxo de ciclistas na área.

Por hora os dados já impressionam. Foram 325 bicicletas nas primeiras 4 horas, ou 1,35 por minuto.

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