Pedalando para o trabalho

A organização norte-americana Pedestrian and Bicycle Information Center (PBIC) lançou um site muito bem feito e organizado, com recursos e orientações sobre como usar a bicicleta como transporte urbano durante o ano todo.

Andar de bicicleta é uma forma divertida de andar pela cidade e, ao mesmo tempo, aumentar a atividade física diária, reduzir o congestionamento das ruas, ajudar o meio ambiente e ainda poupar dinheiro! Enquanto o custo anual de ter e manter um carro, nos Estados Unidos, chega a mais de $9.000 dólares, ou 18 por cento da renda anual da classe média, possuir e manter uma bicicleta pode custar tão pouco quanto $ 120 dólares ao ano.

O novo site – www.biketoworkinfo.org – tem como objetivo fornecer recursos para ciclistas urbanos iniciantes e experientes e também para todos que querem promover o uso da bicicleta. Visite o site e baixe planilhas para organização de eventos, dicas para os uso individual da bicicleta, bem como informações para empregadores e patrocinadores. Dois bons exemplos de documentos disponíveis:

quando as pessoas pedalam, coisas boas acontecem, com dados estatísticos convincentes (em inglês)
guia básico para ir de bicicleta ao trabalho, destinado a quem quer começar a pedalar

Mesmo que esteja todo em inglês, vale a pena conferir pelo menos a galeria de fotos grátis. A foto acima foi retirada de lá.

Na seção “Programs in Motion ” pode-se ler sobre histórias de sucesso dos projetos Bike to Work por todo os Estados Unidos. O site também oferece um fórum de discussão, que pretende ser um espaço onde sejam trocadas ideias sobre como conseguir que um projeto “Pedalando para o Trabalho” saia do papel ou qual o melhor caminho pra fazer um evento de sucesso.

Maio é o Mês Nacional da Bicicleta nos Estados Unidos, coordenado pela League of American Bicyclists (Liga Americana de Ciclistas). Estão previstas várias atividades, entre elas a Bike-to-Work Week, na semana de 16 a 20 de maio. Este ano, o Bike-to-Work Day, nos EUA, será na sexta-feira, 20 de maio.

Espaço público e demanda reprimida

Bicicleta e fantasia de carnaval - Copacabana

Carnaval é festa da carne, mas também festa das ruas. Os pequenos, grandes e gigantescos blocos ao redor do país mostraram isso.

Durante os quatro dias de festa e folia as ruas tornam-se espaços exclusivos para a circulação, ou simples presença de uma massa de pedestres. Os dois milhões do cordão do Bola Preta no Rio de Janeiro evidenciam que turistas e moradores das cidades anseiam por espaços públicos para a celebração.

Apesar da beleza das festas e das ruas exclusivamente para as pessoas, o carnaval concentra gente demais em um espaço físico muito restrito e em pouco tempo. Os banheiros químicos que não atendem à demanda e a quantidade de lixo nas ruas que o digam.

Passada a festa, fica a lição para o dia a dia. Com espaços públicos de qualidade ou simplesmente abertos e seguros para as pessoas, teremos ruas mais vivas. Uma população mais feliz e saudável.

Mulher Maravilha - Capitão América - Skate e Carnaval

No Rio de Janeiro os blocos se espalharam por toda a cidade, abrindo ruas para as pessoas e impondo restrições à circulação de veículos motorizados. Ainda assim, o intenso ir e vir de foliões pode seguir sempre. O transporte público e os táxis ajudaram nos deslocamentos, mas o número de viagens à pé em tempos de folia foi representativo, como sempre.

Avenida Atlântica - Copacabana - Carnaval

As dificuldades para a circulação motorizada não precisam ser tão grandes e nem a quantidade de pessoas a tomar as ruas. Mas nossas cidades precisam entender que o carnaval pode e deve se espalhar para além da quarta-feira de cinzas. Com espaços públicos de qualidade a total prioridade para a circulação de cidadãos.

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As cidades somos nós

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A exposição Our Cities Ourselves chega ao Rio como As Cidades Somos Nós e apresenta projetos urbanísticos criados por dez escritórios de arquitetura de diversos países, com base nos princípios de design urbano elaborados pelo ITDP. Vista pela primeira vez em Nova Iorque, em setembro último, a exposição multimídia será exibida agora, simultaneamente no Rio de Janeiro e na Cidade do México.

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Clique na imagem acima para visualizar o convite.

Visite o blog oficial do evento em ascidadessomosnos.org

melhor visualizado com Mozilla ou Chrome

Mais no blog: Nossas cidades nós mesmos. Com os 10 Princípios para o Transporte na Vida Urbana.

Pra quem quiser ir pedalando ao evento, uma galera combinou de sair da loja Pedal 2, na Rua Correa Dutra 16-B, Catete, às 19 horas. É só chegar.

Velo-City 2014 – Candidatura Rio de Janeiro

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A série de eventos européia Velo-City, a maior conferência mundial sobre planejamento cicloviário, costumava acontecer apenas na Europa, a cada dois anos. Em 2010, porém, a história mudou e se tornou um evento mundial no primeiro Velo-City Global, em Copenhage. Ele passou a ser anual: anos ímpares voltado à Europa, anos pares ao mundo. O Brasil participa do evento há alguns anos, tendo inclusive apresentado trabalhos. Em 2011, Sevilha, na Espanha, será a cidade sede e o Rio de Janeiro estará presente com seu planejamento para a Zona Oeste da Cidade.

Desde 2007, a Transporte Ativo pensa na possibilidade de trazer o evento pro Brasil e vem sugerindo às autoridades. Na versão 2010 do evento, com a presença de representantes da Prefeitura do Rio e do Ministério das Cidades, mais uma vez o assunto veio à tona e a conversa desta vez seguiu adiante.

Agora chegou a hora! O Rio de Janeiro começa os trabalhos para lançar sua candidatura à sediar o Velo-City Global 2014. A cidade, que na data já estará pronta para a Copa FIFA 2014, com preparativos para as Olipíadas 2016 em andamento e com a duplicação da malha cicloviária atual (além da conservação da infraestrutura existente) pronta, tem tudo pra fazer bonito. Agora é trabalhar para apresentar uma boa proposta em agosto. Em dezembro a cidade sede para 2014 será definida e poderemos então comemorar ou reiniciar os trabalhos para 2016.

Natal para as pessoas

Natal sem carro Copacabana

O tradicional show de Natal do rei Roberto Carlos teve seu palco em plena praia de Copacabana. Um cartão postal da cidade e um ícone brasileiro, juntos.

Para que o público estimado de 1 milhão de pessoas pudesse assistir ao show e circular pelo bairro, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial de circulação. A partir das 15hs, o acesso de automóveis particulares em Copacabana ficou restrito. Uma medida simples que desagradou alguns, mas foi responsável pela facilidade de circulação de todos. Mais pessoas puderam circular, apenas os motoristas tiveram de escolher outro meio de transporte.

Os moradores de Copacabana e a população flutuante já sabem que o bairro é pouco convidativo à circulação de automóveis. A falta de espaço nas ruas e para o estacionamento é o principal problema. Reza a lenda que se todos os moradores saíssem, a pé, de seus apartamentos, não haveira espaço nas ruas do bairro.

Refletindo em relação ao problema e fazendo as contas a conclusão é simples. O automóvel particular, veículo individual de uso no espaço público, infelizmente não tem vez nas ruas de Copacabana. Seja no cotidiano, ou principalmente na realização de grandes eventos. E para que todos possam ter garantido o sagrado direito de ir e vir, é preciso que seja restringida a circulação de carros, e somente deles.

Assim foi feito. Os cariocas ganharam um show de presente, a cidade reforçou seu caráter de palco mundial de rara beleza. A contrapartida foi deixar o carro na garagem ou fazer uso dos transporte ativos, transporte público ou táxi.