A bicicleta para empresas

BnE

A força dos pedais pode também ser uma força econômica para pequenas, médias e grandes empresas que podem descobrir o potencial da bicicleta em seus negócios.

O manual Bicicleta na Empresa mostra os benefícios do uso da bicicleta para as organizações, o que deve ser feito para incentivar seu uso pelos funcionários, quais etapas para montar uma frota de bicicletas e o que é necessário para inovar na gestão da cadeia logística, visando não só economia de recursos como sustentabilidade.

Com essa nova publicação, esperamos lançar luz sobre a bicicleta como ferramenta empresarial, mais do que um veículo para beneficiar pessoas, um modo de garantir eficiência empresarial. Afinal toda empresa pode se beneficiar de funcionários mais felizes e saudáveis por utilizar a bicicleta. Além de muitas atividades comerciais que podem ter na bicicleta uma grande aliada logística.

BnE

Compareça no Studio-X Rio e participe do lançamento do Manual Bicicleta na Empresa.

Serviço:

Data: Terça-feira 12 de novembro de 2013

Hora: 18:30

Local: Studio-X Rio – Praça Tiradentes, 48 – Rio de Janeiro

Baixe o seu clicando aqui.

Incentivos fiscais para a bicicleta

Mais do que defender menos impostos para a bicicleta por simpatia aos ciclistas, é preciso traduzir em números o que significa cada pessoa a mais movendo-se a pedal pelas ruas da cidade.

A aproximação mais completa desse cálculo vem da Dinamarca e pelas estimativas da prefeitura de Copenhague, cada quilômetro pedalado beneficia o ciclista e a cidade. Um lucro de $0.46/km pedalado e um custo de $1.13/km percorrido em automóvel.

Por essa estimativa, cada cidadão que optasse por deixar o automóvel parado e pedalasse, deveria portanto ser recompensado a uma razão de $1.59/km percorrido.

Infelizmente ainda não temos os números precisos de quanto um ciclista brasileiro economiza para si e para a sociedade ao optar por utilizar a bicicleta.

Assim sendo, é importante o foco em buscar incentivos para que ter mais e melhores bicicletas em circulação.

Comprar uma bicicleta nova no Brasil é fruto de uma cadeia produtiva que onera o ciclista e chega mesmo a desincentivar a aquisição desse veículo que traz benefícios para quem usa e para todos ao redor.

Historicamente informal, o mercado da bicicleta brasileiro precisa ao mesmo tempo de organização e incentivo. Uma oportuna campanha da Aliança Bike busca jogar luz na importância de ações governamentais que facilitem a vida de quem compra e de quem vende as tão queridas (e necessárias) magrelas.

Desde um regime tributário que permita ao lojista pagar o imposto depois de vender a bicicleta até mesmo pagar menos imposto na produção e comercialização. Os benefícios de incentivar mais pessoas em mais bicicletas mais vezes virão para todos. Claro exemplo de uma investimento social de retorno financeiro garantido.

Leia mais:
Let’s talk numbers – Copenhagenize.com
Imposto sobre bicicletas no Brasil é de 40,5%, contra 32% dos tributos sobre carros – O Globo

Igualdade de gênero nas cidades

Certa vez em Viena, na Áustria, os técnicos da prefeitura resolveram distribuir um questionário sobre como os cidadãos se deslocavam através da cidade. A resposta dos homens veio em menos de 5 minutos. Já as mulheres escreveram sem parar.

O padrão de deslocamento das mulheres era muito mais diverso. Na pesquisa elas escreviam que em determinados dias levavam as crianças ao médico antes de deixá-los na escola e depois ir trabalhar. Elas também contaram sobre os deslocamentos para ir cuidar de parentes idosos e uma enorme variedade de motivos para circular na cidade.

Ao reconhecer o uso maior do transporte público e das viagens a pé feitas por mulheres, os planejadores urbanos puderam começar um processo valioso de transformação urbana. Melhorias nas calçadas, melhores acessos para o transporte público, melhoria na iluminação pública para garantir a segurança (e a sensação de segurança). Rampas de acesso para carrinhos de bebê em cruzamentos e em substituição à escadarias também foram instaladas.

Toda a iniciativa de observar e depois agir na melhoria da cidade em função do uso que as mulheres fazem do espaço foi parte de um conceito mais amplo em curso na capital austríaca desde os anos 1990. Trata-se de “gender mainstreaming”, que poderia ser em tradução livre algo como “integração de gênero”.

Integração de gênero é algo que tem sido conduzido em diversas esferas da administração municipal, tais como educação e saúde por exemplo. Mas é no planejamento urbano que as políticas públicas tem o maior impacto.

São projetos e ações piloto que tem sido capazes de mudar a estrutura da cidade. Vale a leitura do artigo original em inglês que originou esse post: How to Design a City for Women.

A eficiência do transporte público

Em pleno século XXI ainda pode causar surpresa a constatação de que o transporte público (e as bicicletas) são uma maneira bem mais lógica e racional de utilizar o espaço limitado das ruas.

A galeria mostra alguns exemplos e o vídeo abaixo descreve em imagens em movimento a importância de garantir que o transporte público possa ter espaço para fluir livremente e transportar muito mais gente através de grandes distâncias.

E para quem prefere o transporte individual, a bicicleta é a solução perfeita por ocupar menos espaço para circular e também estacionar.

Aos interessados em saber a importância de privilegiar o transporte público nas ruas da cidade, vale a leitura do texto de Eduardo Vasconcellos.

Pequenas e grandes perversões urbanas

Relogio_Itau

Viver em cidades, especialmente em grandes cidades, expõe as pessoas a desafios constantes. Muita gente junta é algo inviável para o nosso limitado cérebro primata lidar com facilidade.

Dentro dos espaços possíveis para os citadinos, existe o espaço das perversões. Sem entrar profundamente em conceitos psicanalíticos, nossas cidades hoje vivem a loucura de estruturas perversas que inviabilizam a sanidade mental da população.

A fuga mais comum, e exatamente por isso mais perversa, é a busca por soluções individuais para problemas coletivos. A velha premissa de comprar (à vista ou parcelado) o conforto da (i)mobilidade individual motorizada.

Quando ampliada para a sociedade como um todo, essa perversão retroalimenta cidades que produzem dinheiro e riqueza, mas asfixiam a presença humana. Certamente São Paulo é o melhor exemplo brasileiro desse comportamento.

Felizmente existe espaço para um desvio de comportamento de outra natureza. O prazer, quase sádico, do ciclista em se esgueirar por meio do mar de carros travados no congestionamento.

Aos poucos esse prazer (tende) a se tornar um desejo por mudança na estrutura das cidades. Readequando, principalmente o fluxo, para as reais necessidades humanas.

Para que o ciclo-sadismo não tome conta de quem pedala, é sempre bom variar o meio de transporte. Propor-se ônibus e trens com seus itinerários fixos e paradas delimitadas. Ou até a lenta e reflexiva caminhada, lentamente apreciando os dramas e alegrias da realidade urbana.

Recentemente no entanto uma nova atitude tem se aberto aos cidadãos, experimentar as cidades em bicicletas compartilhadas. Pontos fixos para pegar e deixar as bicicletas, trajetos livres e por fim uma caminhada em terreno conhecido até a porta de casa, do escritório ou de qualquer destino que não esteja em frente a uma estação de bicicleta pública.

Essa perversão certamente está presente na campanha em relógios nas ruas de São Paulo que convida os motoristas presos em seus carros a experimentarem uma outra cidade possível hoje. A cidade em que um serviço de mobilidade abra portas para outra mobilidades possíveis. Longe do conforto perversivo da (i)mobilidade individual e mais ligada à independência e o conforto de ter nos deslocamentos um serviço.

A campanha de marketing em prol das bicicletas do Itaú (que patrocina esse blog e outros projetos da Transporte Ativo):