Transporte ao Trabalho e ao Lazer

Bicicletário Lotado

O Rio de Janeiro está a cada dia mais ciclável e mais tomado por ciclistas. Em meio ao clima natalino, férias e compras, os dois bicicletários de um shopping, completamente lotados.

Bicicletário Lotado

A lei municipal que obriga shoppings e centros comerciais a terem infraestrutura para o estacionamento de bicicletas deixou de ser obrigação e é hoje necessidade para os centros de compras. Afinal clientes e funcionários precisam ter onde guardar suas magrelas. A tendência felizmente é que se abram cada vez mais portas, comodidades e facilidades para os ciclistas, reforçando as bicicletas como elemento na paisagem e trazendo todas as consequências positivas que isso tem para a cidade. Sejam, econômicas, socias ou ambientais.

Para as horas de lazer que não envolvem compras, o Rio de Janeiro também tem outros espaços privados com presença assídua de ciclistas. Em meio a uma ilha em Ipanema, o Clube Caiçaras a beira da Lagoa Rodrigo de Freitas.

As vagas para estacionar o automóvel nos arredores são limitadas e apertadas. Para os ciclistas, espaço exclusivo dentro do clube, com total segurança, tiquete de controle e vagas a vontade. Claro que em dia de sol, com fácil acesso por bicicleta, o bicicletário estava lotado.

Bicicletário do Caiçaras

Os cariocas cada vez mais constatam que também para as horas de lazer, a bicicleta é o melhor meio de transporte.

Lições de Copenhague

De Olho no Futuro

O grande acordo da COP15 em Copenhague fracassou. Os líderes das nações ricas e pobres não chegaram a um consenso e nenhum tratado foi assinado. No entanto, medidas benéficas saíram da Cúpula do Clima dos Prefeitos (Mayor Climate Summit). Diversas autoridades municipais presentes reforçaram que o uso da bicicleta pode e deve fazer parte de políticas de diminuição das emissões de CO2 nas cidades. Afinal os transportes motorizados são o principal poluidor urbano. Tanto em escala local, quanto global.

O vice-prefeito do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Muniz, contou durante a cúpula que a cidade irá aumentar a infraestrutura para a bicicleta dos atuais 150km para 300km, além de reduzir limites de velocidade dos motorizados e expandir o sistema de bicicletas públicas. Muniz reforçou a importância de promover a acessibilidade a lugares pobres e promover o uso da bicicleta por todos os cariocas. Além disso, haverão parcerias público-privadas para que investimentos em áreas comerciais sejam pensados para as bicicletas.

A conferência em Copenhague acabou, mas a cidade continua sendo exemplo para o mundo e muitas outras podem seguir esses passos e ajudar seus países a diminuirem os impactos negativos sobre o clima no planeta. Afinal, pensar em cidades para as pessoas implica repensar um conceito fundamental: a quem servirá o progresso no futuro? Máquinas, concreto e aço tiveram seu tempo. Espera-se que o século XXI seja o tempo da vida em geral, a começar pela qualidade de vida dos humanos.

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Mais sobre os compromissos assumidos em Copenhague.
Com informações da página oficial do I-CE.

Novecentos rumo ao Mar

Estrada da Manutenção
Foto: Luddista

Aos poucos, em ritmo constante, que se estendeu por toda a manhã até o início da tarde, 900 ciclistas foram do planalto até a baixada em meio ao verde do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Itutinga Pilões. Não foi uma massa unida, mas um fluxo disperso de novos e velhos amigos. O esforço foi considerável e cada um terá sua própria história para contar sobre um mesmo dia em que todos se uniram pelo desejo de pedalar serra abaixo.

Mesmo com a altimetria favorável, houveram muitas subidas, altos e baixos entre a estação Grajaú da CPTM, início da futura rota Cicloturística Márcia Prado, e a cidade de Santos. O caminho traduz um grande desejo dos ciclistas, acessar ao litoral paulistano de maneira segura e sem a ajuda de motores, algo que oficialmente ainda não é permitido e que através da presença massiva dos 900 ciclistas nesse evento teste confirmou que a demanda existe e que muitos podem ser os benefícios.

Saiba mais sobre a rota cicloturística Márcia Prado no Ciclobr.

Compromissos Internacionais

Fim de Tarde no Rio

Líderes do mundo todo estão em Copenhague essa semana para discutir compromissos na 15ª Conferência das Partes (COP15). Muitos impasses, discussões, propostas e mesas de debate visam traçar um caminho. Apesar da natureza global do evento, muitos representantes de cidades estão presentes.

O Rio de Janeiro esteve na mesa que tratou sobre como as cidades podem acelerar o desenvolvivemto verde nas cidades. Os impactos negativos do transporte são um importante componente das mudanças climáticas, natural portanto que os prefeitos tomem atitudes para diminuir o impacto do ir e vir de seus cidadãos. O carioca tem tido o prazer de cada vez mais receber incentivos para pedalar mais. São bicicletários, infraestrutura de circulação e principalmente, a presença constante da bicicleta na agenda política da cidade.

Compromissos, quanto mais públicos se tornam, mais tendem a serem cumpridos. Em conversa com o I-Ce, a Transporte Ativo sugeriu que a mesa a cargo deles em Copenhague contasse com a participação do governo da cidade do Rio de Janeiro. A presença em um evento pode parecer pouco, mas ajuda a reforçar compromissos e ajudar para que metas sejam cumpridas. Dessa maneira, de maneira simples e direta, conseguimos aproximar pessoas e seguir no rumo de solidificar a bicicleta como componente cada dia mais importante na política urbana carioca.

O vice-prefeito e secretário do Meio Ambiente Carlos Alberto Muniz, foi a Copenhague representando o prefeito Eduardo Paes. Esteve ao lado dos líderes da Cidade do México, Lion e Amsterdã para afirmar que o Rio pretende dobrar o total da malha cicloviária para 340km. O número impressiona e fará do Rio de Janeiro a cidade com a maior infraestrutura pra bicicletas na América Latina.

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Sabia Mais:
Rio em duas rodas – Oikos Já!

Fatores Objetivos para Construção de Ciclovias

http://www.ta.org.br/blog/fluxo_velocidade_400pxs.jpg

A relação entre velocidade dos automóveis e intensidade do tráfego é decisiva para determinar que infraestrutra se deve adotar para as bicicletas.

Uma avaliação criteriosa pode indicar se as condições atuais precisam sofrer pequenas modificações para que os ciclistas compartilhem a rua com automóveis, ou se uma ciclovia precisa ser implantada. Reduzir a velocidade dos veículos e o volume de tráfego são elementos mais importantes no planejamento de rotas para ciclistas.

Medir o fluxo e a velocidade dos automóveis é a primeira etapa na avaliação da necessidade de segregação, e deve ser complementada por um estudo mais amplo dos fatores locais.

A Transporte Ativo disponibiliza agora, em português, este gráfico clássico, apresentado pela primeira vez no documento “Sign Up for the Bike” editado pela CROW, na Holanda, em 1993.

A primeira vista, pode parecer complicado, mas é bastante simples, nossas vias precisam ter menos pontos vermelhos, com alta velocidade e/ou fluxo de motorizados, e manter-se mais dentro da parte azul clara do gráfico onde é seguro que ciclistas e motorizados compartilharem a via. Nas situações intermediárias de quantidade e velocidade dos motorizados, uma ciclofaixa pode ajudar.

Baixe o PDF aqui.