Como criar um mapa cicloviário

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Cidades cicláveis são construções coletivas e o Mapa Cicloviário Unificado do Rio de Janeiro foi nossa pequena contribuição para ajudar os ciclistas cariocas.

Agora, por iniciativa do Arlindo Pereira, temos uma receita completa de como levar a iniciativa para qualquer cidade.

Nas palavras do Arlindo:

A história do projeto data de 2011, quando eu e outros ciclistas do Rio tínhamos diferentes iniciativas de mapear os bicicletários e lojas de bicicleta da cidade. Em 2012 a Transporte Ativo tomou frente e unificou os mapas (daí o nome, Mapa Cicloviário Unificado) numa só interface, e no final do ano o projeto tomou corpo com a minha contratação.

Graças a contribuição dos ciclistas o mapa carioca está cada vez mais completo, mas a iniciativa pode e deve ser copiada Brasil afora em prol de mais construções coletivas de conhecimento.

A bicicleta como alternativa

Metro_bicicleta

O metrô do Rio de Janeiro está em expansão em direção à Barra, as obras já impactam diretamente a circulação no Leblon. Como forma de diminuir os impactos, a Prefeitura e o consórcio responsável pelas obras estão com uma campanha nas ruas para encorajar o uso da bicicleta como alternativa.

Pelos custos e prazos, as infraestruturas metroviárias representam um enorme impacto nas cidades, mas a presença do transporte sobre trilhos ao redor da cidade representa um enorme ganho depois que as obras são concluídas.

De acordo com o consórcio responsável:

A campanha procura não só amenizar os transtornos com as obras, mas deixar um legado importante para a cidade, com menos poluição e mais mobilidade.

Afinal, quem descobre a bicicleta, tende a se acostumar com sua eficiência para os deslocamentos urbanos e a cada ciclista a mais nas ruas, o ganho maior é da cidade.

Por outro lado, a campanha também foi alvo de críticas por conta do texto do cartaz que busca incentivar o uso do transporte público e traz a imagem de um ônibus.

De acordo com Ivan Acciolly, que compartilhou a foto do cartaz, há um grave erro no texto, de se referir ao transporte público por ônibus como alternativa ao metrô. Com isso, dá-se a entender que o metrô não é transporte público.

Essa e outras polêmicas ainda renderão muito assunto. Mas até que os trilhos estejam assentados nos subterrâneos cariocas, o melhor mesmo é seguir tranquilamente de bicicleta pela superficie.

A importância de sonhar

paulicéia BICICLETAS EM SÃO PAULO from Céu D´Ellia on Vimeo.

 

A cidade dos sonhos será construída hoje com visão de futuro e ações que levem ao futuro almejado.

O vídeo acima é da São Paulo dos sonhos, mas em Portland, nos EUA, a Universidade Estadual do Oregon já desenvolve pesquisas para as cidades do século XXI. Iniciativas que trazem perguntas simples, como seu meio de transporte impacta seus padrões de consumo e outras.

Certamente uma das melhores é a que estuda o bem estar entre ciclistas, usuários do transporte público e motoristas em Portland. O resultado é definidor para defesa da cidade dos sonhos. As pessoas mais felizes são as que utilizam de transportes ativos para ir ao trabalho (especificamente os ciclistas e pedestres).

O gráfico acima ilustra, por ordem decrescente os meios de transporte que garantem mais felicidade a seus usuários. Da campeã bicicleta, passando pela caminhada, o ônibus expresso, os bondes modernos, caronas, ônibus comuns e por fim a direção solitária.

Os valores da pesquisa sobre a felicidade dos meios de transporte podem ser vistos aqui, mas o que o mais importante não são os números da pesquisa, mas a metodologia de buscar entender as dinâmicas humanas das cidades.

Quem promove a bicicleta no Brasil?

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Foram encerradas as inscrições para as Ongs e grupos interessadas em participar do Workshop “A Mobilidade por Bicicleta no Brasil“. A preponderância de inscritos das regiões Sul e Sudeste suscitou dúvidas e algumas perguntas.

No Sul e Sudeste, a questão da bicicleta parece mesmo estar mais presente e mais em discussão. A quantidade de pessoas em cidades grandes e médias talvez seja uma hipótese, mas insuficiente para resumir a questão.

O fato de sermos um país dividido e desigual é outro ponto. E, por fim, as origens do movimento em prol da bicicleta terem um grande vínculo com uma classe média intelectual urbana.

De toda forma, são apenas teorias, hipóteses para buscarmos entender em que pé está a promoção ao uso da bicicleta Brasil afora. Conforme o retrato que tivemos, de acordo com a origem das inscrições, ainda está tudo por demais centrado nos estados do Sul e Sudeste.

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Carnaval, época de ruas para pessoas

O carnaval no Brasil é o período do ano em que as ruas são devolvidas as pessoas para comemorações e festas.

Ainda assim, as cidades e suas administrações municipais ainda buscam aprender como readequar, ainda que de maneira excepcional, o espaço público para circulação e ocupação exclusiva de pedestres.

O já tradicional carioca molda a cidade semanas antes dos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Os blocos de rua atraem multidões para a festa o que impacta negativamente o fluxo motorizado.

Ciente da importância da festa para seus cidadãos e turistas, a prefeitura do Rio de Janeiro sempre faz campanha pública para que as pessoas priorizem o transporte público e também a bicicleta. photo 2

A enormidade do fluxo humano é ao mesmo tempo beleza e drama. O fluxo carnavalesco é festa, mas dada a quantidade de pessoas que atrai, tem também graves problemas. Para listar o principal deles, resíduos da festa. Seja a serpetina, as latinhas de cerveja ou a urina.

Felizmente os fluxos diários, fora da época de festas são mais equacionáveis, mas precisam levar do carnaval a lição principal, as ruas pertencem as pessoas e é necessário garantir que o espaço público possa ser usado com prioridade absoluta para as pessoas.

A direção e o propósito dos deslocamentos é secundário, seja para festa ou para a ida ao trabalho, as ruas pertecem aos cidadãos e devem ser usadas de maneira eficiente para os diversos fluxos urbanos.