Destaques
Em busca do Centro do futuro.

Mais uma reunião do Projeto Ciclorrotas para o Centro do Rio aconteceu nesta segunda-feira. As rotas levantadas na oficina de 25 de agosto e as que foram recebidas em seguida, foram consolidadas em um só mapa e lapidadas até se chegar à uma rede ideal que foi apresentada para validação. Novas ideias surgiram, alguns trechos foram incluidos e a possibilidade de integrar a rede ao VLT do Centro e BRT TransBrasil também foi considerada. O projeto segue no prazo e novas etapas virão em breve.
Confira as contagens de ciclistas já realizadas no Passeio Público e no Estácio, que darão apoio ao projeto. Se você quer participar ou contribuir de agluma forma com o projeto, entre em contato.
Contagem de Ciclistas no Estácio
Posted onAuthorZe LoboLeave a comment

Mais uma contagem de apoio ao projeto Ciclorrotas para o Centro, foi realizada na semana que passou. Para conferir o movimento de bicicletas no local definido da oficna de 25 de agosto, a Transporte Ativo, em parceria com o ITDP, Studio X e ciclistas voluntários, realizaram na quinta feira, dia 18 de outubro de 2012, uma nova contagem de ciclistas na Rua Joaquim Palhares, com o objetivo de levantar dados de apoio ao projeto, permitindo uma melhor avaliação da área.
Alguns números preliminares:
Total em 12 horas: 813 bicicletas = 68 por hora
416 direção Centro 51%
397 direção Tijuca 49%
Horário de Pico: 17 às 18 com 81 ciclistas
Horário de Vale: 16 às 17 com 55 ciclistas
23 Mulheres 3%
199 em serviço 25%
Confira o relatório completo da contagem de ciclistas no Estácio, Cidade Nova, Rio.
Maquetes e cidades
Posted onAuthorJoão LacerdaLeave a comment
Cidades são construções sonhadas que de alguma maneira se realizam. O Burj Khalifa, com 828 metros de altura é a estrutura mais alta jamais contruida pela humanidade. Tem a ambição de ser uma cidade vertical, com escritórios, comércio e moradia espalhados por 163 andares e mais de 300 mil metros de área útil.
O prédio lembra o desenho do arquiteto Frank Loyd Wright, um projeto de 1956 que teria 528 andares, mais de 1600 metros de altura e que iria se chamar Mile High Illinois. As semelhanças carregam um enorme simbolismo sobre a incapacidade humana de congregar espaços para pessoas e planejamento viário para os automóveis, uma herança do século XX, ainda não superada.
Inserido dentro do distrito financeiro de Downtown Dubai, o Burj Khalifa fica ao lado do maior shopping center do mundo que tem um aquário com a maior parede de acrílico do mundo, tudo atestado pelo livro dos recordes.
Apesar dos recordes, Downtown Dubai é certamente uma das regiões mais desgraçadas do mundo para uma simples caminhada. Além da completa falta de espaço de circulação de pedestres, as enormes distâncias, o calor intenso há ainda uma massa de asfalto e concreto responsável por muito mais do que uma ilha de calor.
No sol escaldante do deserto, fazem falta as construções tradicionais com sistemas de ventilação natural para as áreas internas e principalmente uma proximidade entre os prédios que garante sombra aos pedestres durante todo o dia.
Mais do que insustentável do ponto de vista ambiental, uma cidade no deserto que seja dependente do automóvel e do ar condicionado é um sonho imaginado em maquete e inviável para pessoas.
Dubai busca se mostrar com a capital mundial do século XXI, mas a expertise humana e a capacidade técnica ainda são do século XX.
Entre 2560 a.C. até o século XIV. a maior estrutura construída foi a pirâmide de Giza no Egito com 146 metros de altura. Em 1311, a construção da Catedral de Lincoln na Inglaterra foi concluída e até a inauguração do Burj Khalifa todas as demais construções mais altas feitas pelo homem estavam no Ocidente.
O prédio mais alto é normalmente o símbolo de maior poder, fincado em uma região repleta de arranha céus, em meio a areia do deserto, o prédio mais alto do mundo hoje é indicador maior da especulação imobiliária global, capaz de criar não-cidades cercadas de autopistas por todos os lados.
É proibido peixe no metrô
Posted onAuthorJoão LacerdaLeave a comment
É possível entender um pouco de um pais de acordo com as sua placas de proibição em lugares públicos. Dubai é um reino governado por um Sheik e a maior cidade dos Emirados Árabes Unidos, centro comercial voltado para o mar, a cidade cresceu de maneira exponencial nas ultimas décadas a ponto de ter como minoria populacional os emiratenses, cidadãos nacionais.
Afora a mistura étnica de indianos, paquistaneses, filipinos, iranianos, europeus e diversas outras nacionalidades, Dubai tem regras afixadas em todos os espaços públicos, são diversos avisos sobre multas pesadas para quem aciona o freio de emergência no metrô, interrompe o funcionamento das escadas rolantes, e até para quem viaja comendo ou bebendo nos trens.
As proibições estão também nas ruas, são placas de proibido fotografar em frente ao palácio do Sheik e talvez a mais inusitada de todas seja a proibição para carregar peixes no metrô, um aviso logo na entrada da estação que fica próxima ao mar.
A vontade de proibir e ordenar comportamentos está presente em qualquer cidade do mundo em diversas culturas, mas é curioso notar como em geral elas buscam coibir comportamentos e vontades da população. É natural que acionar sem necessidade o freio de emergência do metrô é um comportamento inadequado e que deve ser coibido. No entanto uma placa de proibido peixes em uma estação junto ao mar é acima de tudo um indicador de uma vontade, ou necessidade das pessoas.
Uma placa de proibido pode por vezes ser fruto de uma necessidade não atendida que carece de alternativas. Claro que em uma cidade a beira do deserto, com temperaturas de até 50 graus no verão deve ser bem desagradável e quase insalubre compartilhar um vagão de metro com um peixe fresco. Até porque todos os trens e estações contam com um poderoso sistema de refrigeração que ao mesmo tempo garante temperaturas mais amenas, mas também um ambiente fechado com pouca circulação de ar.
Certamente há uma razão perfeitamente aceitável para a proibição de peixe fresco no metrô, mas a placa só está ali porque antes dela há a necessidade de transportar a pescaria no transporte público. E a necessidade de transporte é muitas vezes ignorada através de placas de proibição.
Por fim outro belo exemplo das proibições, dessa vez em um souk, ou galeria de lojas. São proibidos animais, bem como manifestações públicas de afeto.
Bicicletas e opiniões públicas
Posted onAuthorEduLeave a comment

Dizem que o Brasil tem milhões de técnicos de futebol. Bem, parece que há mais especialistas em mobilidade por bicicleta que em futebol. Todo mundo tem uma opinião sobre trânsito cheia de propriedade, muitas vezes embasada em puro ‘achismo’.
Nesse meio tempo, pessoas, instituições, governos e empresas que planejam e executam avanços na mobilidade urbana precisam passar pela provação de serem indiciados, julgados e condenados por quem acha que sabe mais. Felizmente muitos são perseverantes e os avanços se tornam realidade.
As bicicletas públicas chegaram ao Brasil há quase quatro anos numa ousada iniciativa empresarial, com o aval de uma prefeitura. Logo ganhou adeptos e também críticas, muito mais importantes que os elogios aliás.
Como toda novidade precisou de ajustes e o serviço foi interrompido. No seu retorno, já com um patrocinador, os números não escondem o sucesso alcançado. Em um ano as quase 600 bicicletas em uso fizeram mais de 1.000.000 de viagens por mais de 100.000 usuários cadastrados.
Muitos problemas surgiram e há muito o que melhorar, mas uma avaliação do sistema, precisa, por ética e profissionalismo apontar tanto os erros quanto os acertos. Apontar apenas os erros não dá a dimensão de como o sistema está funcionando e nem tão pouco contextualiza as próprias críticas. Fica parecendo que não funciona e pode até transparecer que o melhor é cancelar tudo.
Entenda a polêmica em matéria publicada no jornal O Globo.


