PechaKucha sobre bicicletas

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Apresentações rápidas, informais e diretas sobre um tema. Esse é o conceito do PechaKucha, um evento para discutir como redesenhar mentes e atitudes.

Todos estão convidados para trocar idéias, bater papo e terminar tudo com uma cerveja, suco ou mate bem gelado em mais um evento paralelo ao projeto Ciclo Rotas Centro.

Vai ser no Studio-X Rio nessa sexta 22 de novembro de 2013.

Quem estiver por lá, vai ter também sorteio de uma bicicleta Durban.

Confirme presença e saiba mais.

Um pouco de ecologia urbana

Estudar onde vive, como vive e as interações da espécie urbana é certamente uma necessidade para as cidades que se reconstroem. Mas ainda é pouco. É preciso entender sobre o caminho para corrigir rumos na cidade que hoje se apresenta como pronta.

O ambiente urbano mostra-se riscado de asfalto demais e civilidade de menos. Quem vive nas cidades habita e transita em uma infraestrutura que oprime e muitas vezes repele interações.

Para uma reconstrução, é preciso antes de mais nada imaginar novas possibilidades urbanísticas. Mas ainda é pouco, é preciso construir e discutir o que se constrói. Dois recentes e distintos exemplos demonstram com clareza a necessidade de reflexão dos caminhos que a bicicleta nas cidades toma.

Primeiro um leitura sobre os caminhos (e descaminhos) da bicicleta no Brasil:

 “(…) é inegável que o pequeno e criativo grupo foi grande responsável pelo início das mudanças recentes em uma cidade carrocêntrica de 12 milhões de habitantes. Por outro lado, a Bicicletada de São Paulo perdeu muito de sua força como movimento social e, nos últimos anos, sofre da entediante rotina de ter se tornado apenas mais um passeio de bicicletas sem qualquer aprofundamento político, cultural ou artístico (mesmo aqueles relacionados apenas à bicicleta).”

Reflexão rebatida com:

“(…) as Bicicletadas são por um lado um dos sintomas de uma crise (urbanística, energética, fundiário-fiduciário-financeira), e só se justificam se elas próprias criarem crises (…)”

Para além do movimento de massa crítica, existe uma reflexão por fazer nas ruas e na lógica urbana de ter nas ruas um espaço de circulação motorizada veloz. O mais emblemático exemplo talvez esteja representado na fala do profissional responsável por explicar como será feita a medida compensatória para garantir que os ciclistas continuem a utilizar a ciclovia da marginal do rio Pinheiros em São Paulo.

A infraesturura cicloviária às margens do Pinheiros ainda não aprendeu a dialogar com a cidade, isolada que está por um ramal ferroviário e intransponíveis pistas de uma via expressa.

Mesmo sem conseguir conversar com o ambiente ao redor, a ciclovia do rio Pinheiros foi interrompida brutalmente pelas obras dos viadutos que irão levar os trens de um novo ramal metroviário.

Por pressão dos ciclistas, foi apresentada uma solução. Estruturas provisórias para levar os ciclistas para a outra margem do rio e depois voltarem. E enquanto a adaptação não fica pronta, vans com reboques para as bicicletas irão fazer a transposição do trecho interditado.

A reflexão sobre as bicicletas mostra que dentre os ciclistas busca-se ver e rever os caminhos do ativismo e mobilização em prol da adoção da bicicleta como veículo urbano universal.

Já a ciclovia da marginal do rio Pinheiros e sua interdição demonstram que falta à cidade um repertório adequado para lidar com a bicicleta. Isolada do tecido urbano, a malha cicloviária à beira do rio é o sonho realizado dos ciclistas que sempre lutaram por um cicloparque que aproximasse as pessoas das águas poluídas.

O desrespeito da falta de alternativas face as obras na ciclovia demostraram o caráter secundário do uso da bicicleta no planejamento. Além disso, a solução proposta para reverter a interdição demonstram que ainda falta muito para que seja percebida a necessidade de integrar a bicicleta à cidade ao invés de manter no isolamento os espaços de circulação dos ciclistas.

Faz muita falta às cidades um repertório adequado para lidar com a bicicleta e as soluções que ela demanda. Soluções que envolvem integração ao tecido urbano, compartilhamento entre veículos motorizados, pedestres e bicicletas.

Sobre interdições e alternativas na ciclovia da marginal Pinheiros, tem mais no Vá de Bike.

Tour do Brasil Transporte Ativo

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Setembro é o mês da mobilidade e sempre muito movimentado. Nesse ano pela primeira vez abrimos mão de realizar eventos comemorativos, como o tradicional desafio intermodal e a vaga viva.

Ainda assim, foram muitas outras atividades com o mesmo propósito, a promoção ao uso da bicicleta e dessa vez muito além das fronteiras do Rio de Janeiro.

Da câmara municipal de São Paulo à Manaus, das obras do metrô no Rio às ciclovias de Aracuju. Um pequeno tour do Brasil em busca da mesma mensagem, buscar sempre mais pessoas em mais bicicletas, mais vezes. Em todas as cidades.

· Foram 15 Palestras consórcio linha 4 do metrô carioca na Semana De Mobilidade;
· Mesa Redonda Bicirio – O Código de Trânsito Brasileiro e a bicicleta:
· Por que é tão difícil para os usuários seguir regras e leis tornando a convivência no trânsito perigosa?
· Palestra Bicirio – Comportamento e Cultura do ciclista no Rio.
· Apresentação “Bicicleta, mobilidade e design” para a turma da disciplina Projeto de produto 4, no Departamento de Desenho Industrial, UNB, Brasília.
· Bate papo O que o Velo City tem a nos ensinar?, Bar e Bicicletaria Las Magrelas – São Paulo.
· Apresentação Bicicleta: Passado, Presente e Futuro no Conselho Regional de Administração – Rio de Janeiro.
· Palestra Fórum Salvador vai de Bike – A TA e As Bicicletas Públicas no Mundo
· Palestra Niterói – Motorista + Ciclista. Compartilhando a rua
· Palestra Niterói – Zonas 30
· Palestra Niterói – As bicicletas Públicas
· Palestra OAB – Mobilidade por Bicicletas no Centro do Rio de Janeiro.
· Palestra Cidades Verdes – Transporte a Propulsào Humana e o futuro das cidades
· Palestra Forum Sergipano da Bicicleta – A Transporte Ativo
· Seminário “A bicicleta em São Paulo: políticas públicas para transformar a cidade” – à convite da Ciclocidade e da Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana da Câmara Municipal de São Paulo

Conselhos direto do selim

photoO conselho de transportes da cidade do Rio de Janeiro tem espaço para o selim como um dos representados.

Organização paritária com participação do governo, universidade, trabalhadores e sociedade civil, pela primeira vez bicicletas, motoristas e deficientes são convidados à participar de um conselho deste tipo.

Além dos departamentos governamentais envolvidos com o trânsito da cidade, estão por lá:
Coppe/UFRJ, PUC-Rio, ANTP, Transporte Ativo, ITDP, representantes dos motoristas de ônibus e deficientes físicos, dentre outros. Através de reuniões bimestrais, o conselho irá tratar da Mobilidade Urbana e sua governança. Com um olhar para frente em busca de soluções.

Prioridades do Conselho Municipal de Transportes:

  1.  Transporte Público de Alta Capacidade –  Trens Metrô BRT e Barcas;
  2. Integração física e tarifária;
  3. Transporte de Média e Baixa Capacidade – ônibus, VLT, taxis, vans, bicicletas.

Metas do Conselho Municipal de Transportes:

  • Reduzir pela metade o tempo das viagens;
  • Reduzir 15% os acidentes até 2016 com base em 2008;
  • Integrar todo o Tranporte Público ao Bilhete Único;
  • 60 % circulando em TP de alta capacidade até 2016. Hoje são 20%;
  • Modernizar a frota de Transporte Publico em 100% até 2016;
  • Ter 100% dos Taxis regularizados;
  • Indicadores de qualidade.

O maior desafio das cidades hoje é o transporte e o sistema de mobilidade urbana será o indicador maior do sucesso de uma cidade.

Na primeira reunião do conselho foi feito um histórico desde 1900, que nos trouxe até os dias de hoje. Ao final as visões de futuro. Mesmo convidada para o conselho, a bicicleta não aparece neste histórico.

O papel da Transporte Ativo, como representantes da bicicleta, será as possibilidades e benefícios da mobilidade sobre duas rodas à pedal para cada novo projeto, seja como alimentador do transporte público de alta capacidade ou como elemento fundamental para a circulação local dentro dos bairros.

O final de um ciclo com o Intermodal

Foi no dia 31 de agosto de 2006 que promovemos o primeiro desafio intermodal do século XXI. Desde então, muita coisa já mudou. Hoje mais de 20 cidades brasileiras já realizam seus intermodais.

Os resultados mudam a cada ano, mas surpreendentemente, as bicicletas, no quesito tempo, só perdem para motos e helicópteros e no ranking de eficiência, nunca perderam pra ninguém, nos 7 anos de desafio carioca e em todos os realizados pelo país a fora.

Gráfico com resultados de chegada ano após ano – visão da regularidade

Gráfico com resultados de chegada, no Rio, ano após ano – visão da regularidade

Gráfico com resultados do Ranking ano após ano – visão da eficiência

Gráfico com resultados do Ranking Carioca ano após ano – visão da eficiência

A regularidade da bicicleta apenas nos mostra que a necessidade de realizar os DIs desaparece. Por isso faremos uma pausa no Rio de Janeiro, para voltarmos a realizá-lo em 2016, dez anos após a primeira edição e com todas as obras viárias olímpicas já implantadas.

Sensação de dever cumprido. A Transporte Ativo segue para novas fronteiras. Depois de mais de 8 anos também deixamos de participar do Dia Mundial sem Carros. Atividade assumida pelo poder público local, um caminho natural para essas atividades.

Permaneceremos em busca de novas soluções e novas maneiras de levantar dados para cidades mais amigas de seus cidadãos.

Pedalemos.

Vale rever o vídeo do Jornal da Globo com o primeiro DI carioca.
Para saber mais sobre outros DIs, passados e futuros, confira na página da UCB.