Compartilhar a Rua

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Claro que ciclovias são bem vindas, mas sempre inseridas dentro do “Planejamento Cicloviário”. Esse conceito ainda é novo no Brasil, mas é o que possibilita que grandes cidades européias sejam amigáveis a bicicleta. Seja na Dinamarca, na França, na Alemanha, na Inglaterra, na Holanda, etc…

Por exemplo, Munique na Alemanha tem aproximadamente 1.200 km de pistas para bicicletas, dentre essas estão as ciclovias. Mas existem ciclofaixas, ruas de trânsito compartilhado, etc. O mais importante é que lá as magrelas são uma alternativa séria de transporte, uma maneira de ir de casa para qualquer lugar. Essa medida contribui para que o trânsito seja melhor, assim como o trânsito também tem melhorado em Londres ou Paris por exemplo. A mobilidade tem sido pensada em função da fluidez das pessoas e não dos veículos motorizados. Com isso acaba sobrando mais espaço nas ruas e avenidas, diminuindo assim os engarrafamentos.

A fluidez do tráfego nas cidades brasileiras só vai melhorar quando houverem alternativas de deslocamento. Uma delas é a bicicleta e para que mais pessoas utilizem a bicicleta mais vezes é necessário encarar as reais necessidades dos ciclistas que já pedalam em nossas ruas. E na maioria das vezes o que o ciclista mais precisa é de respeito pelas leis de trânsito brasileiras. Leis que preveem que nas ruas o maior deve zelar pelo menor e todos pela segurança dos pedestres.

Quando cada motorista olhar para um ciclista como uma aliado, maior será a segurança no trânsito e mais pessoas terão a excelente idéia de pedalar sempre que possível. A realidade hoje ainda é difícil, mas não podemos depositar nossas esperanças apenas na infraestrutura de pistas segregadas para bicicletas (as ciclovias). Temos de pensar em como tornar nossas ruas mais amistosas para as pessoas.

Paris está repensando suas ruas e está em um caminho a ser seguido.

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Mais:
Carta ao blog do Jamildo.
Prioridade Absoluta para Bicicletas
Dilema das Ciclovias

Tijuca, um Bairro Ciclável

Bicicletas na Tijuca

Bicicletas em todas as direções na Tijuca. Fotos Zé Lobo

A Tijuca é um bairro tradicional da Zona Norte do Rio de Janeiro. De urbanização antiga, conta com ruas estreitas e um trânsito motorizado bastante complicado. Ainda assim, as bicicletas são um meio de transporte bastante popular. Além disso, diversas empresas economizam tempo e dinheiro através das entregas movidas a pedal.

Foi lançado o anteprojeto da Rota Cicloviária da Barão de Mesquita. O plano é melhorar as condições de quem trafega por lá, viabilizar o plano de bicicletas públicas e aumentar o número de viagens por bicicleta na região. O plano tem tudo para aumentar a fluidez viária e dar mais qualidade de vida a todos os tijucanos e a população flutuante do bairro. Afinal nada melhor do que pedalar com segurança em uma região planejada para abrigar o trânsito de transportes ativos.

Mas a Tijuca é apenas o começo. O decreto nº 29693 de 14 de Agosto de 2008, marca o início de uma nova fase na mobilidade por bicicleta no Rio de Janeiro. Através dele:

” Fica instituído o Programa Rede de Ciclo-Faixas da Cidade do Rio de Janeiro, sendo iniciado na área de Planejamento, inicialmente no bairro da Tijuca.
(…)
Fica autorizada a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos – SMO, a, imediatamente, orçar e executar ações relativas à implementação da primeira Rota de Ciclo-Faixas a ser chamada “RCF Barão de Mesquita”, interligando a Praça Saens Peña a rua General Canabarro (…).”

O plano a ser feito na Tijuca já conta com medidas que aos poucos serão replicadas pela cidade. Será a primeira vez que se adota na cidade o conceito de “Zona 30”. Trata-se de uma medida simples de redução da velocidade dos automóveis para dar mais segurança viária aos ciclistas e pedestres. Sem grandes intervenções é possível garantir que motorizados e transportes ativos convivam harmonicamente.

A RCF Barão de Mesquita no entanto é apenas a primeira rota que irá estruturar o planejamento cicloviário na região. Serão pelo menos mais oito, sempre para beneficiar os atuais e futuros usuários da bicicleta.

Todo o projeto é fruto do trabalho dos técnicos do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e da Secretaria do Meio Ambiente, com o apoio da Transporte Ativo. Todos os órgãos e a TA fazem parte do Grupo de Trabalho Ciclovia, que se reune regularmente para promover melhorias no sistema cicloviário carioca.

Mais:
Confira a íntegra do Decreto e do Plano das Rotas Cicloviárias para a Tijuca.

Utopia em Nova Iorque

Seguindo o exemplo de Bogotá, Nova Iorque começou no último sábado com o programa de “Ruas de Verão”. Onze quilômetros de famosas avenidas abertas as bicicletas e aos pedestres da 7 da manhã às 13 horas. Foi um momento único para quem estava lá e traduzido com brilhantismo em vídeo:

Summer Streets 2008 NYC“.

As palavras ditas são em inglês, mas o resultado está visível nos sorrisos e na alegria de todos. É uma utópica Nova Iorque. Os congestimentos de veículos motorizados e o barulho deram lugar a uma cidade humana repleta de crianças livres pelas ruas. Um lugar onde se pode olhar os prédios, admirar a cidade. Contemplar e ser um pouco mais feliz no lugar onde se vive.

Mais sobre Cidades Humanas
Vias Humanas – sobre a liberdade da propulsão humana.
– Mais sobre Nova Iorque:
Trânsito e Qualidade de Vida – O Impacto dos Motorizados
Por toda a América – Desafio Intermodal em NYC.
– Mais sobre Bogotá:
Três milhões nas ruas durante a Ciclovia Noturna

Devagar e Sempre

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A Transporte Ativo recentemente apresentou um plano de Zonas de velocidade máxima em 30km/h e para a Prefeitura do Rio e para a Secretaria de Transporte do Estado. A proposta foi muito bem recebida e tem se espalhado, sendo inclusive pensada para outras regiões da cidade e do estado.

A adoção de áreas seguras para o uso da bicicleta através de restrições amigáveis ao uso do carro particular com sistemas de ruas com velocidade reduzida à 30km/h e uso de bicicletas em ambas as direções já é adotado em muitas cidades européias.
Em ruas onde a velocidade já é baixa e já existe o trânsito de bicicletas, a demarcação destas áreas proporciona segurança para as bicicletas consequentemente aumentando seu uso na região. Além disso, o artigo 58 do CTB permite a circulação de bicicletas no sentido contrário aos carros desde que exista de sinalização específica.

Copacabana, Zona Sul do Rio, conta com um movimento intenso de bicicletas particulares e de empresas circulando diariamente.
Muitas das ruas secundárias em Copacabana já possuem o limite de velocidade em 40km/h hora, têm um trânsito razoavelmente tranquilo. Além disso, já existe um enorme número de ciclistas que cruzam em todas as direções por estas vias. Temos portanto as condições ideais para implementação de zonas com limite de velocidade de 30km/h.

O uso da bicicleta vem aumentando em toda a cidade e também em Copacabana, veículo ecologicamente correto que estrategicamente tem sido usado, cada vez mais, em várias cidades do mundo como parte das soluções para o transporte urbano é a melhor opção para distâncias de até 5 km.
Com o incentivo de áreas mais seguras para uso deste modal, a tendência é o aumento do uso e conseqüente melhoria para a saúde da população, e de toda a cidade. Além de uma melhor fluidez no trânsito motorizado na região.

Copacabana por sua fama mundial e grande visibilidade tem tudo para se tornar um exemplo a ser replicado em outros bairros e cidades. Ao formar uma rede para a circulação de bicicletas integrando o metrô e os bairros vizinhos, os ciclistas contarão com uma infra-estrutura convidativa que fará com que hajam mais bicicletas mais vezes pelas ruas.

Veja aqui a apresentação “Zona 30 em Copacabana“.

– Mais sobre Acalmia no Trânsito.
– Confira a Contagem de Ciclistas na ligação Lagoa-Copacabana.

Conhecer para Melhorar

Ciclista no Cantagalo

Ciclistas muitas vezes utilizam as ruas mesmo sem qualquer melhoria na segurança viária para eles. O planejamento urbano voltado para o automóvel cria areas inadequadas para a circulação de ciclistas e pedestres. Com vistas a lutar para que essa condição seja revertida, a Transporte Ativo foi a campo comprovar o fluxo de ciclistas na principal ligação entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e o bairro de Copacabana no Rio de Janeiro.

Os dados oficiais mais recentes apontam apenas 1500 viagens/dia no bairro de Copacabana. Ao fim das 12 horas de contagem, 779 ciclistas haviam passado por apenas uma única avenida de acesso ao bairro.

O corte do Cantagalo é a única via de ligação Copacabana – Lagoa. Em ambos os destinos, dois importantes implementos cicloviários, a ciclovia da Orla e a faixa compartilhada da Lagoa. Há no caminho a Estação do Metrô com um bicicletário modelo a ser implementado e haverão ainda duas estações de Bicicletas Públicas.

Mesmo sem qualquer infra-estrutura adequada, o Corte é via de intenso trânsito de bicicletas e esse movimento tende a aumentar com a inauguração do bicicletário no Metrô e as estações de bicicletas públicas.

Visando confirmar o uso e demonstrar o potencial de crescimento no trânsito de bicicletas, a Transporte Ativo realizou na quarta feira, dia 9 de julho de 2008, uma contagem fotográfica das 7 às 19 horas. O objetivo foi levar às Secretarias de Transporte e Urbanismo e CET-Rio os resultados para permitir uma melhor avaliação da área tendo em vista os projetos futuros.

A contagem fotográfica nos permite contar e re-contar, ver e rever vários itens correspondentes ao deslocamento por bicicletas.

Mais:
Baixe o relatório da Contagem de Ciclistas no Corte do Cantagalo.
Confira todas as imagens da contagem.