Empurrão para a Bicicleta

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Os países nórdicos têm dado inúmeros exemplos de boas práticas em relação à sustentabilidade. Naturalmente, a mobilidade por bicicleta é um importante fator para se alcançar sociedades mais amigas do meio ambiente.

Em Trodheim na Noruega, uma idéia engenhosa foi implementada. Poderia ser chamado de “bici-elevador” e serve para facilitar o uso da magrela ladeira acima. Funciona também como um símbolo da importância que se dá ao ciclista na cidade.

Desde Estocolmo, na Suécia, que se busca “Nosso Futuro Comum”. Visando atingir um “desenvolvimento que atenda as necessidades do presente sem prejudicar a capacidade das futuras gerações de atender as suas próprias necessidades”.



Mais informações:

Bike lift (em inglês). Ou aqui para os que falam norueguês.
Desenvolvimento Sustentável.

Bairro Mais Humano

A festa de Ano Novo na cidade do Rio de Janeiro é mundialmente famosa. Numa única noite mais de 2 milhões de pessoas vão as ruas para celebrar.

Com vistas a facilitar o acesso da população ao bairro, à partir das 18 horas do último dia do ano Copacabana é fechada para automóveis particulares. Barreiras como as da foto abaixo são montadas em todos os acessos viários do bairro.

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Tudo isso para que a multidão, essa ilustre convidada, possa desfrutar dos fogos de artifício, shows diversos além da busca por renovar as esperanças com o novo ano que se iniciará.

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Há no entanto um grande desafio para as autoridades. Ruas repletas de pedestres geram dificuldades no deslocamento dado o espaço restrito das vias. Essa situação é bastante ilustrativa da necessidade de se repensar a mobilidade urbana e acima de tudo, de se comprovar que pode haver congestionamentos de pedestres, mas sempre com mais mobilidade para todos do que em um engarrafamento causado pelo excesso de veículos automotores.

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Indo e vindo pedestres podem negociar o espaço sem maiores conflitos. Tudo na paz, um desejo constante e ainda mais presente na virada de qualquer ano. Caminhando, patinando, de skate ou pedalando, que seja um ativo e pacífico 2007.

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fotos Zé Lobo.

Ano Novo em Copacabana

Durante a virada do ano, o bairro de Copacabana fica fechado para o automóvel particular. Dois milhões de pessoas tomam as ruas e a praia. Uma área considerável da cidade fica restrita aos transportes ativos, público e aos táxis.

Já no meio da tarde uma rua transversal interditada.

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Foto Zé Lobo

2007

Aos membros, parceiros e amigos da Transporte Ativo,

O ano de 2006 foi de grande sucesso para nós que defendemos cidades e um planeta mais humano através de transportes mais saudáveis.

A todos que nos ajudaram, apoiaram e incentivaram nosso muito obrigado. Que o ano que em breve se inicia possa ter ainda mais conquistas.

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Um feliz 2007 para todos são os votos da Transporte Ativo.

Para baixar o vídeo clique aqui.

Cicloviagem Rio-Resende

O Natal dos Membros da Transporte Ativo foi marcado por muitos quilômetros de estrada. Naturalmente em bicicleta.

Confiram o relato pessoal do Eduardo.

Cicloviagem

A cicloviagem Rio – Resende foi intensa. Confesso que fui inundado por uma confusão de pensamentos e sensações. Ao mesmo tempo que me surpreendi comigo e com a Zöhrer EXD 20×26, também me decepcionei um pouco. Eu já sabia que seria uma experiência de aprendizado com muito conteúdo e em pouco tempo. Cheguei a ficar com dor de cabeça de tanto que o cérebro funcionou durante e após a viagem.

A instalação do bagageiro traseiro atrasou muito, mas valeu a pena. O Paulinho (Diamond Bike) me entregou a EXD em casa com uma adaptação muito bem feita na minha avaliação. Mas esqueceu de trazer meu capacete que eu tinha deixado na loja dele (eu também não pedi). Sem condições de ir buscar (eram 22 horas) consegui um emprestado, mas que não tinha viseira, o que me fez adaptar um boné por baixo, fundamental para conter o sol que faria. A adaptação ficou ruim e fui assim mesmo, uma hora atrasado em relação ao meu planejamento. Às 6:30 estava no portão de casa. Ao chegar na Praia de Botafogo decidi ir pela ciclovia, pois já era dia e qual não foi minha surpresa ao achar, na passagem subterrânea, uma viseira de capacete perfeita para o capacete que tinha. Surreal!

Outra grata surpresa do tipo que te incentiva a encarar o desafio. Nunca consegui regular o câmbio traseiro da EXD e nesse dia ele funcionou perfeitamente.

Não tive nenhum problema mecânico, apenas uma situação mecânica. A trepidação na Avenida. Rodrigues Alves perto do Rodoviária foi tão violenta que a corrente escapou da polia e eu só fui notar na Dutra uns 30 km depois.

Até a Serra das Araras a relação com a EXD foi de Lua-de-Mel. Mantendo 24 km/h de média e fazendo um sucesso danado por onde parasse e por toda a estrada. Cheguei a perder o equilíbrio acenando pra dois motoristas que me saudavam. Há que se abrir um parênteses. A bicicleta é, definitivamente uma forma de unir as pessoas. Foram tantas as pessoas que acenavam, buzinavam, aceleravam e gritavam frases ininteligíveis que depois da trigésima perdi a conta. O fato de estar num veículo diferente contribuiu muito e acho que esse é um forte ponto positivo da EXD na estrada. Acho que é até mais seguro. Tanto que depois da segunda parada em postos, quando fui cercado por curiosos decidi só parar de novo num deles se fosse realmente necessário, afinal de contas me preocupava demais o fato de ter saído uma hora atrasado. No Belvedere fiquei parado uma hora e não consegui sossego por mais de 10 minutos.

O caldo engrossou a partir da subida da Serra das Araras. Juntando minha falta de preparo específico para reclinadas e um possível ajuste ergonômico ruim (confesso que nem avaliei se tava certo ou não) meu desempenho caiu muito. Em qualquer subidinha só conseguia atingir 7 ou 8 km/h. A partir da serra, no km 98 de uma viagem de 185, começou o drama. Freqüentes subidas e muito lentas, as descidas, efêmeras, resultaram numa viagem fisicamente dedicada a escalar.

Numa dessas ladeiras o sol, até então, tímido e escondido nas nuvens surgiu forte e experimentei a conhecida e desagradável sensação de coração batendo no pescoço, muito suor e um calor muito forte. Ciente de que muitos atletas tem problemas sérios com o aumento da temperatura corporal, tratei de parar logo e mais uma vez fui brindado com um incentivo. Há barracas de frutas na Serra das Araras que canalizam um filete de água de algum riacho próximo e instalam uma mangueira na beira do acostamento. Me salvei em duas ou três delas ao longo da subida.

Cicloviagem

Minha maior motivação estava atrás. Pelo espelho controlava a aproximação dos ônibus da Expresso Brasileiro. Às 14:20 vi um deles se aproximando. Era o 512 que minha esposa Carol tinha me avisado ser o ônibus dela.

Parei e comecei a acenar. Vi a Carol me acenando e me emocionei de verdade… O motorista piscou os faróis, buzinou, acionou os piscas em saudação e não parou. Ela passou por mim e eu estava tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Nos 20 km seguintes pedalei sem ânimo. Já não respondia aos cumprimentos dos passantes e pra piorar surgiu na minha frente uma das ladeiras mais longas e íngremes. O calor ia me torturar, mas eis que outro incentivo me surpreendeu. Começou a chover, não muito, mas o suficiente pra renovar o ânimo e as forças. Subi a 8 km/h.

Próximo de Resende, já no final da tarde, mais chuva. Foi depois que parei na casa de parentes da Carol em Floriano, a 20 km do meu destino. Uma boa pancada de chuva cai como um bálsamo e alivia a tensão e o cansaço, mas nessa hora surgiu uma dor chata nos joelhos que só parou na noite de domingo. Juntando uma dor bumerangue no cotovelo direito e a certeza de que meu preparo está aquém do desejado e imaginado.

Sem treinar e sem adequar a ergonomia da EXD a mim, não rola.

Cicloviageme]

Resumindo: 185 km em 12 horas, das quais 9 pedalando, 20 km/h de média, 58 de máxima, nenhum problema mecânico, algumas dores, mas muito o que aprender e muito a treinar. Talvez seja essa uma das maiores lições que uma cicloviagem traz pro nosso cotidiano. Não importa o quanto saibamos, sempre temos algo a aprender.

Um grade abraço

Edu

Outra coisa: viajar sozinho é bom, mas dá próxima uma companhia cai bem.