Uma Solução Pronta

São Paulo já tem alguns bairros que tem toda a infraestrutura preparada para o compartilhamento seguro das vias entre o trânsito motorizado e os ciclistas. No Jardins, basta apenas sinalizar e divulgar rotas por dentro do bairro. Será um enorme incentivo para os ciclistas acessarem o parque do Ibirapuera, interligando a região de Pinheiros com o bairro de Moema e outros. Uma solução expansível por toda a baixada do rio Pinheiros, uma região perfeita para deslocamentos de bicicleta e que conta com diversas rotas seguras que não envolvem percursos por grandes avenidas.

O Rio de Janeiro tem investido em um programa piloto de sinalização viária em prol das bicicletas. Algo simples, rápido e que traz grandes resultados para a mobilidade urbana. Basta sinalizar algumas rotas ciclísticas em ruas por onde já se pedala e avisar a todos. Naturalmente mais ciclistas serão induzidos a ir pelos caminhos sinalizados e o trecho vai se tornar cada dia mais popular e por isso mesmo seguro para pedalar.

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Dispositivos de acalmia de trânsito já estão implantados e um projeto simples na região tem grande potencial de mostrar a viabilidade e os benefícios da bicicleta na cidade de São Paulo. Seguindo o modelo sugerido pelo Alfredo Sirkis no Rio de Janeiro durante os anos 1990: “Na hora de começar o faça sempre pelo ponto de maior visibilidade da cidade.

O que foi feito em Berkeley na Califórnia e está exemplificado no vídeo abaixo merece uma tradução a altura na maior cidade brasileira. Certamente um exemplo capaz de inspirar o país inteiro.

Revolução Urbana em 72 horas

Via StreetFilms

Uma única rua foi aberta para as pessoas em apenas 72 horas. Os comerciantes foram contra, haviam muitas incertezas. O prefeito da cidade era Jaime Lerner, o ano 1972. Hoje, o calçadão da Rua XV de Novembro é rota preferencial para quem caminha no centro de Curitiba e passeio obrigatório para o turista.

Coragem e determinação foram responsáveis por uma pequena revolução urbana que colocou a cidade de Curitiba como um importante exemplo mundial na promoção a qualidade de vida. Somados aos corredores de ônibus, um transporte de massa rápido e fácil de ser implantado, a capital paranaense inspirou o mundo. Os sistemas de “canaletas” como dizem os curitibanos ou Bus Rapid Transit (BRT) na versão estrangeiras, se espalharam para diversas cidades do planeta.

Uma atitude inicial, tomada há mais de três décadas revolucionou Curitiba. Por lá os desafios hoje são outros e um dos motivos para que a cidade tenha crescido tanto, foi justamente a capacidade de atrair moradores. Todos atraídos a irem morar em um lugar cuja qualidade de vida ganhou fama mundial. Em pleno século XXI, o que era revolução em 1972, tornou-se uma necessidade urgente em quase todas as grandes cidades do mundo.

Fixação Ciclística

Simples e capazes de sofisticados movimentos, são as bicicletas de pinhão fixo. Chamadas “fixies” em inglês, são populares em Tóquio, Nova Iorque, Londres, Budapeste e etc… e se alastram mais e mais. Dois blogs no Brasil são focados nesse tipo de magrelas, o RodaFixa e o FixaSampa.

As fixas no entanto representam o tipo mais antigo de bicicletas, antes da invenção da roda livre. Já são mais de 110 anos de manobras. Desde 1899 até os dias de hoje.

Filmadas por Thomas Edison:

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Assim em Copenhague como no Japão

Um olhar dinamarquês em Tóquio. A maravilha da propulsão humana na região metropolitana mais populosa do mundo. São pedestres e ciclistas para todos os lados mas sem deixar faltar o estilo despojado. O vídeo foi visto primeiro no Copenhaguen Cycle Chic, blog referência na promoção ao uso da bicicleta através da valorização da beleza e da moda sobre duas rodas a pedal.

Copenhagen Cycle Chic – Tokyo Nights – Turning Japanese from Colville Andersen on Vimeo.

O mundo todo está ficando um pouco mais japonês pelas bicicletas por todos os lados e ao mesmo tempo o Japão está ficando parecido com o resto do mundo com mais e mais ciclistas nas ruas. É a marcha inexorável da história.

Ouro Preto para Pedestres

Cidades históricas sofrem duplamente com automóveis. Além de congestionamento, poluição, isolamento das pessoas e devoração do espaço urbano, comum nas demais cidades, as ruas, casas e prédios das cidades históricas não foram projetados para suportar o abalo diário causado pelo trânsito de carros. Ao longo dos anos têm sido registrados vários casos de danos irreversíveis em paredes e alicerces.

Alguns centros históricos tombados, como Paraty e Olinda, já protegem o patrimônio arquitetônico, impondo restrições ao trânsito motorizado.

Ouro Preto vinha sofrendo com o excesso de carros e caminhões. Um de seus chafarizes foi destruído duas vezes. Esta tragédia fez a cidade acordar para o problema. Pouco depois, o trânsito de caminhões foi proibido no centro.

Agora, notícia do Portal Uai informa que a Prefeitura adotou medidas sérias para disciplinar o trânsito na cidade e impor restriçoes aos carros, inclusive devolvendo aos pedestres o espaço da Praça Tiradentes, com forte apoio da população. Foi construído um calçadão, que restituiu a amplidão da Praça e a beleza sem interferências do Museu dos Inconfidentes e o antigo Palácio dos Governadores.

Um decisão que merece muitos elogios e deve servir de exemplo para todas as cidades que querem proteger suas construções, humanizar suas ruas e proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas.